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Educação e Humanismo |
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Afonso Arinos |
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Um palestrista
se dirige aos ouvintes do programa Hora Educativa, da
Rádio Inconfidência de Minas Gerais, no dia 9 de
agosto de 1937, e prefacia um convite à leitura da obra
de Afonso Arinos, o “gentil-homem de Minas”, o “Último
Bandeirante”. Faz confidências sobre a admiração
que esse autor lhe desperta, conta-lhe a vida, destaca-lhe a obra
- simples e pitoresca, de paisagista incomparável da alma
mineira e historiador encantado de nossos sertões – Pelo
Sertão, Os Jagunços, Ouro Ouro, O Mestre de Campo,
O Contratador dos Diamantes, etc. |
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O bimilenário de Augusto |
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Filho da gens Otávia e da gens
Júlia, o sobrinho (e herdeiro do legado) de César,
Caio Otávio – que se fará Caio Júlio
César Otaviano e que será feito Augusto
- tem festejada, no texto de J. Lourenço, sua imortalidade
de dois milênios. “O melhor profeta do futuro é o
passado”- disse-o Byron. A História se repete. O Autor
se estende na mesmice da história. Sob o regime da força,
as barbaridades e baixezas de guerras civis, disputas políticas,
traições. Sob o regime da inteligência e da
vontade sábia e paciente, a paz cobre o Império. |
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Caraça: 1774-1974 |
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Misterioso, enigmático, desde a origem.
Sítio de peregrinações, eremitério,
colégio, escola apostólica. Monumento histórico.
Fonte cultural de humanidades. Saint-Hilaire havia escrito que
melhor lugar não se acharia, para uma casa de educação.
Pedro II havia dito: "Só o Caraça paga toda
a viagem a Minas". “Percorrendo a Europa, vi muitas casas
de ensino, e nenhuma melhor que o Caraça.” Com a eficácia
diária da rotina, com o tratado de pedagogia no modo de
viver, no Caraça do Prof. Lourenço nada o impediu
de ser feliz... |
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Cervantes e a alma do Quixote |
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Miguel de Cervantes Saavedra é o retrato
do paradoxo. É pobre e rico, nobre e plebeu. É síntese
de seu tempo, de seu país, intolerante e libertário,
poeta e louco. E paradoxal é também (o herói
de sua obra principal) Dom Quixote da Mancha. Ambos vivem e meditam,
descompassados, ora sonhos altos e nobres de almas generosas,
ora mesquinhas realidades de vida agarrada e ridícula.
Cervantes é o repórter de Quixote, diz Lourenço.
A leitura deste ensaio tem poder de encantamento e pode levar
à compreensão dos paradoxos no leitor. |
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Da importância da Gramática |
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Neste texto,
o lingüista discorre sobre linguagem humana e seus recursos.
Conceitua o dizer, feito de idéias que viajam em sons articulados.
Descreve o caminho da humanidade do grito à palavra. E
disserta sobre a outra metade do homem: sua expressão e
estilo. Não basta aprender gramática (i.é,
dissecar as formas do idioma) se se quiser escrever bem. É
preciso ler os mestres de ontem. “Quem escreve hoje, vale-se do
modelo de ontem e deixa um exemplo para o amanhã”. Essas
e outras reflexões luzem no texto, fala lida a professoras
primárias,em 1948. |
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Depoimento sobre Mário de Andrade |
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Junto da expressão de admiração a Mário de Andrade, tem-se aqui lúcida perquirição em face das inovações advindas do Modernismo. Pressupostos mal fundados parecem permitir “a facilidade e o desleixo” na produção do texto escrito. O dilema se levanta entre “descer à praça do dizer plebeu” e subir a requintes da “expressividade do homem culto”, às vezes “gramatiqueiro”. A dicotomia vem à luz “entre a expressão momentânea de quem fala” e “a expressividade meditada de quem escreve”. Falar brasileiro, sim, mas escrever em português! |
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Disquisição sobre o vocábulo critério |
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Obra prima de cultura e de erudição. Uma mesma raiz indeuropéia, com a idéia de ‘separar', depois de difícil rastreamento, no mundo helênico e no mundo romano e (pós)românico, é capaz de fazer juntar, numa mesma família, um número inesperado de alótropos. Ponderações de psicologia nacional fazem encontrar, na prole dessa mesma raiz, contrastes entre os dois plantadores de nossa civilização: o heleno, homem de inteligência, e o romano, homem de vontade. O espírito e a força. O Mediterrâneo e o Báltico do homem ocidental. |
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O drama da adolescência |
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Viajando pela literatura e pela história, o Autor expõe as dores dos jovens, vindas de ensinadores mais carrascos que mestres, varas de marmelo e palmatórias, contradições e melindres que jogam com a vontade e com os estados-de-alma. Os dramas de após-guerra que se estendem... Não se sabe como a miséria do Hoje pode prevenir a felicidade do Amanhã, “como pode o Crepúsculo dar lições à Aurora”. Depois das “cassandrices”, o Autor garante que há regiões claras e nesgas boas de céu. |
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O
educador Lúcio dos Santos |
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Panegírico a Lúcio José dos
Santos. Um herói, que buscou a verdade e cujo viver foi
pensar, valendo-lhe não só a posse do saber, mas
a consciência da posse, com que explicava o fazer e o pensar.
Lidava com a ciência do Objeto, ensinando engenharia e pelejava
com a ciência do Sujeito, temperando receitas morais da
ciência hermenêutica. Em ambas escreveu livros. Engenheiro
e educador, exerceu muitas funções, uma delas a
de primeiro Reitor da UMG. Combateu o bom combate, acabou a corrida,
guardou a fé. |
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Estética |
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Beleza, que é? Sente-se, não se define. Palpitação estranha, aura celeste, que a Arte fixa em cores, sons e formas. A filosofia não a define. Freudismo apressado quer vê-la como filha do Desejo. Junto da inspiração do amor, o Autor vê-lhe indícios de origem religiosa. (Intenção de simpatia que aplaca divindades, afasta males e concentra bênçãos). Ela é sonho. Objetiva e matemática, diz uma igreja pitagórica. Além do Bem e do Mal? Ora, a Arte tem sofrido, ou com a presunção científica, ou com a moda coletivizadora – “triunfo das mediocridades”. |
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A expressão na linguagem |
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Um professor de língua pátria fala a professoras primárias, discorrendo sobre os requisitos da expressão: ter o que dizer, e dizê-lo de forma precisa, consciente de que, com o descompasso entre o vocábulo e o termo, a palavra pode ser veículo falho. Daí a necessidade de se estudar bem a língua que se fala, para poder contar com a ductilidade e maleabilidade de expressão. O estudo é que alimentará a harmonia entre o bem pensar e o bem dizer. Estudo paciente, e longo, por toda a vida. Essa lição tem toque de universal e de infinito. |
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Filologia da ductilidade expressiva na linguagem |
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Linguagem versus língua e língua versus palavra. “Um homem não muda uma língua, mas um povo a transmuda...”, dinamismo transformista que se aprova pelo uso das palavras. Estas podem ser tomadas como ovelhas no rebanho da língua, mas não gostarão do arrebanhamento. Na simbiose do vocábulo e do termo compondo a palavra, o termo pode ter notas subjetivas. O sentido que embarca no vocábulo é A mas é A' que aparece no desembarque. Só o esforço da inteligência e da vontade consegue a maleabilidade expressiva da língua. |
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A formação de Montaigne |
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Descrição de um tempo de pólvora, que aperfeiçoa a arte de matar, dispensando o esforço de Aquiles e Rolandos; tempo de bússola que amplia o espaço, e revela outros homens que não os da civilização mediterrânea; tempo de imprensa, que faz renascer o racionalismo greco-romano. E cria idealização do homem de outro tempo e de outro espaço. Conflitos da Pedagogia. Ceticismos. É admirável a habilidade do Autor, descrevendo a formação de Montaigne, de acordar criticamente essas características. É o Humanismo, com Deus e sem Deus. |
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O Formalismo Quirício e a Estipulação em Gaio |
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Apoiado, diz o pretendente, em exame apressado
de poucos manuais disponíveis, expõe “discreta
lição” – diz - sobre o ritualismo e o formalismo
do Direito Romano. Toma referência na estipulação
e toma Gaio – “alguém sob as quatro letras” - para referência
da estipulação. Conclui que o Direito Romano é formalista
e ritual, por razão histórica, fundada na psicologia
do grupo e na tradição da coloquialidade jurídica.
Conclusão válida para a estipulação
em Gaio. |
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A Gramática e a Lógica |
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Um professor universitário fala a alunos da Faculdade de Filosofia da U.M.G. em Aula Inaugural de um ano letivo (1954). Manifesta-se o sábio a fazer distinções (o vernaculista e o lingüista; a fala e a língua; a gramática e a lógica; a tradição e a analogia; urbanidade e rusticidade, etc.). Revela-se o observador atento da fala, garimpando belezas imperdíveis que ficaram esquecidas. Pronuncia-se o educador consciente, discutindo valores e clareando sendas. Tudo iluminado pelo esplendor da palavra. |
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Homenagem à madame Helene Antipoff |
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O Prof. J. Lourenço, no dia 25 de março de 1935, saúda Madame Helene Antipoff, sua amiga e sua aluna de português. Ela podia se limitar, diz ele, a ver, e a apontar, nossos quefazeres. Contentar-se com suas lições de Psicologia, criticar deficiências, diagnosticar males, e até, como o fazem muitos, ferir, com olho de estrangeira, nossos melindres de nação criança. Mas não, (brasileirimeirizando-se até), a bondade identificando-a conosco e dando-lhe alma para nos entender, ela, discreta e metodicamente, realiza obra extensa e admirável. |
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A
hora inquieta que vivemos |
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Hora da força. As massas das nações com governos discricionários e absolutos, infinitas ditaduras por toda parte, crises na bolsa, crises intermináveis... Essa espécie de anarquia objetiva, num tempo entre duas guerras mundiais, instigam a anarquia subjetiva do homem moderno... que vê sufocado seu tempo interior. “Uma floresta humana de instintos, de ambições, de anseios imediatistas, de exigências também humanas, porque as massas sofrem!” O remédio? É preciso reeducar o homem... Humanizá-lo. |
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Humanização do homem |
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Hino ao Humanismo cristão. A razão
vaidosa, racionalista, contesta a fé, repele transcendências,
recusa Deus. O universo, mecânica fechada, leis matemáticas,
renega valores morais e espirituais. Secularização.
O texto do Prof. Lourenço – uma aula para formadores de
homens – mostra o processo desumanizante dessa civilização
pós-cristã. O desafio, a contraparte, é a
humanização de homens para a democracia. “Homem
instruído é o que tem conhecimento geral das coisas
como são, compreensão das coisas como eram e visão
das coisas como poderiam ser”. |
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Imaginações? |
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Nosce te ipsum! Conhece-te a ti mesmo! Levante o mapa de tua região interior! Trace a tua imagem! Crônica sugerindo imaginações, delírios, interrogações. Dois amigos numa mesa de chope, na véspera da colação de grau. Bacharéis. A Vida começa amanhã. Fecha-se o Caderno da Teoria e abre-se o Diário da Prática. Comemoração de um acontecimento, sem fé. Eis metáforas que se vão encontrando nessa crônica. O retrato de cada um dos bacharéis seria o de um herói. Retrato das incertezas de um tempo, descrita na epígrafe de Maritain. |
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Lenine, Ford e Pio XI |
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Esta tese cuida de incômodo da vida moderna, isto é, de questão social (questão econômica). É a realização de um projeto em sua primeira parte (Lenine). As duas outras, isto é, o capitalismo científico moderno (Ford) e o cristianismo social (PIO XI), com escala no sindicalismo de Mussolini, ficaram na intenção. O autor, contrastando doutrinas e doutrinários, desde a Idade Média, caminha dialeticamente pela História, em largos passos. Destaca O Capital, o “Corão dos comunistas” e a figura de Lenine, absurdamente revolucionário, um Marx em ação, num país atrasado. Publicado em 1931. |
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No centenário de Anchieta |
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História admirável e segura das venturas, aventuras e desventuras de padre Anchieta (1534-1597). É contemplado como primeiro educador do Brasil... Aqui chegou em 1553. Fez livros para seus alunos, escreveu cânticos e cantigas em tupi, catequizou, ensinou português aos primeiros brasileiros; fez versos, peças teatrais, alfabetizou, ensinou latim... Morreu numa cidade do Espírito Santo, Brasil, que hoje tem seu nome. Mestre-escola de um país moreno e selvagem, na aurora sugestiva da vida nacional! |
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Numa festa de bacharéis |
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Saudação a bacharéis recém-formados.
Espera-os, na ambição de moços e na consciência
de brasileiros, a vida de obrigações traçadas,
de contas a dar e de planos e realizar. Diante deles e dentro
deles a realidade da vida mundial, sob a égide da força,
e os presságios da vida nacional, de um país filho
do acaso, em hora incômoda. Litania de fraquezas e melodia
de falências. Economia desgovernada, colapso social.
O direito faz-se frágil e cheio de excrescências.
Hora de sacrifícios
e deveres. Afeição e vontade. Disciplina. |
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A Ortografia de nossa Língua |
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Trata-se de um trabalho de 1933 – tese de concurso. É uma defesa da simplificação ortográfica, quando o ensino de português se via perturbado por acordos da incerteza e a confusão reinava nos arraiais da imprensa periódica e dos autores de livros. Repassam-se propostas de reforma, reformas feitas, critérios adotados, acordos entre Academias. Mais que isso, no entanto, o precioso da tese encontra-se na clareza e rigor das idéias. Postulam, com menos ensino, mais aprendizagem. “Entre nós, o mal maior tem sido o gramatiquismo ”, diz o Autor. |
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Para ouvir Marouzeau |
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Marouzeau, um campeão da pronúncia
restaurada do latim, é um herói. Porque resiste.
Porque busca a consciência dos sentimentos humanos, o Belo
e o Inteligível das humanidades, a civilização
- obra de sábios, na escola do humanismo. E há a
lição inusitada: um ideal de língua, com
suas propriedades, amolda-se à clara forma do pensamento,
ao matiz cambiante da emoção, à vocação
da liberdade. O mundo moderno, com seus fantasmas pragmáticos,
levanta-se contra esse ideal, alienando-se na passividade massificante
ou no ímpeto predatório. |
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Psicologia de algumas dificuldades no ensino da língua |
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Análise lúcida e incômoda. Em face da fraca habilidade vernácula exibida nas provas, destaca duas constantes: esforço pessoal, meio social. Detecta o caos: seduções extra-escolares, infantilização de homens grandes; virgindade intelectual; diluição da consciência do dever; epidemia da doutorice; escola-balcão; urbanice; escola secundária, alunos primários; obnubilações mentais, molambos de expressão, frangalhos de alma indigesta; lutas lingüísticas, etc., etc. O problema de uma língua é um problema de civilização. |
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Renascimento Mediterrâneo e Renascimento Báltico |
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Dois renascimentos, o latino (mediterrâneo)
e o germânico (báltico), por caminhos diferentes
conduzem o Ocidente à secularização. Esta,
por uma tessitura complexa de causas ou contribuições,
casa-se com o progresso. Nasce a religião do progresso,
e, com ela, vencido o fervor do século XIX, as desilusões,
a desorientação de hoje. No entanto, submergida
estaria na barbárie a civilização ocidental,
não houvesse a preservadora ação da Igreja
na Idade Média. Não só a salvou, mas aperfeiçoou-lhe
a mentalidade científica. É Whitehead que o disse. |
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Romain Rolland |
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Dá-se aqui a apresentação da meninice de Cristóforo, personagem de um romance [R. Rolland, Jean-Christophe ]... com infância “poço de maceração e amargura”. O Autor se faz um cicerone, apanhando flores e selecionando quadros “com olhos maravilhados de quem admira”. Há carícias de maternas mãos doces e a voz dos sinos calando o menino no meio de um soluço, há risos de criança dilatando corações de ouvintes... mas há descasos, injustiças, humilhações, castigos, insultos, reptos, obrigações,... e, aos 15 anos, a intimação: “...sê o que deves ser: um homem!” |
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São Francisco de Assis |
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Com “São Francisco de Assis” tem-se um dos primeiros textos do Professor Lourenço, publicado na revista A Cruzada, de 18 de agosto de 1926. É a síntese de uma conferência apresentada no Teatro Municipal de São João del-Rei, por ocasião do sétimo centenário da morte de São Francisco de Assis. O dia da morte de um santo do cristianismo é o seu dia luminoso, pois passa a viver na região dos eleitos. Não o sabem ver, com seu ateísmo lamentável, os de apoucada fé. Mas Francisco vive na florescência do amor e da arte. |
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Saudação à professora Helena Antipoff |
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A 2 de março de 1953, na Faculdade de
Filosofia da UFMG,tomou posse a professora Helena Antipoff, catedrática
de Psicologia Educacional. Foi saudada, em nome da Congregação,
pelo Professor J. Lourenço de Oliveira. No discurso são
destacadas as obras desenvolvidas pela Professora, voltadas para
os subdotados, vendedores de jornais, escoteiros, homens do campo.
Considera que a professora tomou-se da devoção
de educar e, por bondade, da vocação de mineira.
O orador cita Camões: “toda terra é pátria
para o forte”. |
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Saudação a Tasso da Silveira |
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Saudação de um mineiro a um poeta paranaense do Rio de Janeiro que subiu a Mantiqueira... e entrou no convite à tranqüilidade humilde e boa de Minas. O orador se dirige especialmente, não ao ensaísta, não ao crítico, mas ao poeta Tasso da Silveira, para quem a poesia tomou o sentido profundo dos vates, na ânsia da intuição, na sede do intransitório e de quem o canto é momento de Eternidade. Ao poeta que soube ser modernista, sem primarismos, na posse e transmissão veemente da emoção. Ao poeta com vibrações da emoção cristã. |
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Saudação a uma catedrática |
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Homenagear a sabedoria de Eva é o primeiro
intuito da saudação. A dura cisma contra o “deuxième
sexe” pouco a pouco desobstinou-se. O Autor viaja pela Bíblia
e pela literatura... e vê a mulher retemperando, com doçura
e leveza, a qualidade humana. Outro intento, depois da análise
do contexto político, é relembrar a responsabilidade
social do professor - de português, em especial, – de buscar
os caminhos da história, examinando aconteceres. E o terceiro
propósito é apresentar a Catedrática Professora
Doutora Ângela Vaz Leão. |
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Saudação ao Prof. A. V. Velloso |
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O Prof. Lourenço de Oliveira proferiu este discurso em solene sessão de homenagem, promovida na Faculdade de Filosofia da U. M. G., por ocasião do 50°. aniversário natalício do Prof. Artur Versiani Velloso, a 26 de janeiro de 1956. Trata-se de peça erudita, com um retrato de mundo em que a forma de manifestação do sentimento e do espírito de camaradagem entre colegas, de solidaderiedade e de lealdade, não dispensa de pensar. Vale a pena conferir. E avaliar. |
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O sentido do “Curso de Férias” |
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Valendo-se da expressão “estação de águas pedagógicas”, o Autor quer sugerir, nas atividades desenvolvidas no Curso de Férias, a presença da dimensão de prazer. Ao término do Curso, um sumário é apresentado, de tópicos para meditação. Dizem respeito, esses tópicos, aos alunos que podem juntar o útil e o agradável; ao Governo que se revela sábio, mantendo obra da administração passada, e a favorecendo; aos professores e ao risco das novidades mais nocivas que úteis, e, por fim, ao fruto espiritual. O Mestre plasma uma nação. |
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Tecnocracia |
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O norte americano gosta de número... tudo
que lhe possa mostrar o rendimento que obteve. É pragmático.
Uma edição dominical do New York Times, de
750 mil exem plares, é feita por mil artífices,
numa razão de 6 mil homens hora. Imaginando-se bons escreventes,
capazes de 20 mil palavras em oito horas, seriam necessários,
para esta tiragem 37.500.000 copistas ou sejam 300 milhões
de homens-hora. Segundo os cálculos tecnocráticos
da potência, um americano de hoje vale 9 milhões
de atenienses.
Um novo poder espiritual se faz realmente necessário. |
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Variações sobre a arte poética |
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A carta endereçada a filhos de um amigo é a Arte
Poética e está no imo da celebração
do bimilenário de Horácio. Momento de a Pedagogia
meditar no reajustamento cultural da educação,
pensar na marcha humana e na teoria das longas paciências
que forjam obras de permanência. Ora, deixa-se na letargia,
por aí, o gosto estético. A cultura perdeu o
sentido da harmonia. Desvarios e angústias denunciam
a profundeza de nossos males. A poesia respira mal na selva
de aço em que se perdeu o bárbaro moderno entregue à mecanolatria.
História a burro surdo? |
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Vieira Brasileiro |
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Obra de erudição, relata, com detalhes, a vida de Padre Vieira, homem-cérebro, feito negociador, mais de uma vez, da causa brasileira, seja em sua participação política, seja com sua retórica de pregador. Cuidou,também na Europa, do interesse brasileiro. Porque recortava sua obra na substância grandiosa de seus arquitetamentos, não foi sempre compreendido e aceito, sobretudo no mundo político. Delirante, tinha muito que dizer porque muito queria fazer. Morreu na Bahia, em 1697, no colégio onde fizera o noviciado. |
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Lingüística e Filosofia da Linguagem |
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Ars Grammatica |
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Meditando na etimologia do mundo, a inteligência grega se viu diante do discurso. Viu no “logos” não a expressão do homem, mas a expressão da realidade, com isso inibindo a percepção de que a língua não preexiste, mas “nasce da fala”. Esse desvio helênico estendeu-se em dois milênios de confusão. Fosse outro o começo, partindo-se da fala como expressão do homem, chegar-se-ia, em visão abrangente das falas, à notícia sintática da estrutura frástica, guardada a hierarquia do objeto e do método. Eis aspecto da douta lição da arte gramática no Ocidente. |
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Conceitos de Lingüística Fabular |
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Primo, docente. Secundo, discente. Ato de fala.
Fala adjacente à coisa. Fala lembrança da coisa.
A faculdade fabular (linguagem) exercendo-se no ato
fabular (fala) patrimonializa o recurso fabular (língua).
Instituída a fala, da vida cria-se a vivência, abre-se
a sociedade e a sintonização se faz possível
entre os sócios Primo e Secundo, com a regência
do patrimônio social das falas (a língua). O fazer
e o pensar. A fala da vida e a da vivência. A fala escrita.
Eis conceitos da Lingüística Fabular desenvolvidos,
com muitos outros, neste texto. |
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Espaço e tempo |
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Este (quase) poema abre a antologia Da Vida à Vivência, de textos inéditos do Professor Lourenço. Delineia a história, desde quando o homem, “infantil e atônito”, “desarmado espiritualmente”, de “parco recurso fabular”, mitiza o Objeto não-compreendido, até o homem “aristotélico” que, desnudado de mitos, filtrando vivências, faz-se Sujeito, com seu espaço feito de tempo. Tempo que se aperfeiçoa com o Sujeito, em qualidade. A leitura deste texto favorece a compreensão do estrato ideológico da obra do Prof. J. Lourenço. |
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Estrutura da frase |
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A análise binominal da estrutura da frase
indo-européia, proposta neste texto, é parte do
processo de consciência da língua. Distingue
a fala expansão, pré-fabular, da fala expressão
(ou fala notícia), fabular. A primeira, presencial, cheia
de aqui e agora, num teatro de coisas visíveis. A outra,
auditiva, com seus moldes [ver: Método Lingüístico]
frásticos, desenvolvidos na diacronia, noticia evento
de outro lugar e hora. Em seguida, uma classificação é feita
dos diferentes sintagmas da frase indo-européia. |
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Etimologia do fabular e do homínico |
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Longa reflexão sobre a linguagem humana, sua origem e progresso, e sobre a elaboração da hominidade, em sua marcha lenta para o exercício do entender e do pensar. O Autor escreve a história do falar, que vai do falar fazendo ao falar falando, no afeiçôo de vozeios. Critica a Lingüística que, segundo ele, deixou-se envolver pelo fisicismo das ciências do Objeto, e, ao invés de buscar-lhe entendimento, prendeu-se de encantos por esse fisicismo, cometendo enganos, ainda persistentes, como o de ver a língua como um objeto preexistente. |
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Etimologia do poder fabular |
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Tem-se aqui uma teorização sobre os sistemas de proceder. Há a equação original ic (indivíduo/coisa). O indivíduo estimulado pela coisa responde segundo as leis naturais de que tem posse vital. É o primeiro sistema. O segundo, do condicionamento pavloviano, com a equação ic', tem estimulação num signo concomitante. No terceiro, o antropo supera o piteco, e tem-se a equação ss (sócio/sócio) da fabularidade. Seguem-se reflexões sobre a fala, a sociedade, a socialidade, e sobre o vital e o vivencial entremeando a vida antrópica. |
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A fala e a língua |
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“A Fala e a Língua” faz parte dos fundamentos da Lingüística Fabular. É texto denso, inquietante, e requer leitura teimosa. Destaca enganos e contendas no estudo da linguagem. Embora tenha criado a lingüística da fala, Saussure deu-lhe posição menor. Ora, é dos atos da fala que nascem os fatos da língua. É na inteligência da fala que se define o papel do contexto, que se decidem a fala oral e a fala escrita que se deriva o aviso aos cientistas: a fala exprime o homem e não o mundo. Este texto é homenagem a Saussure. |
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A função fabular e a Sociologia |
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Era costumeiro, nos anos sessenta, elogiar a Lingüística, “ciência piloto” do Estruturalismo. Neste texto, J. Lourenço reafirma pontos básicos de sua contestação ao “estilo de pensar” estruturalista. Prioriza a fala (a fala é social), e não a língua; a idéia reminiscente, e não a coisa (daí a rejeição do vocabulismo, e do fonismo). O ato fabular puro (a fala teórica) é todo vivencial, sem os contextos vitais que marcam a fala pragmática. Reafirma princípios básicos da boa criação da Lingüística. |
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Introdução ao Glossário de Mistérios |
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A reedição do livro de J. Severiano de Resende, Mistérios, preparada por Henriqueta Lisboa, contou com um glossário que ficou aos cuidados de J. Lourenço. Na introdução, o Professor tece considerações sobre o poder de expressão das línguas ocidentais, e mostra a riqueza da contribuição trazida pelo grego latinizado e pelo latim vernaculizado. Mostra a perda desses recursos expressivos com o esmorecimento do exercício tradicional do latim. Para ler Mistérios, o leitor de hoje tem, a cada passo, de se valer do dicionário. |
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Intervalo |
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Quarto texto da coletânea Da Vida à Vivência, “Intervalo” é um ponto de encontro de duas preocupações de J. Lourenço: a Estrutura da Frase Indo-européia (tratado de lingüística aplicada) e Etimologia do Poder Fabular (teoria e filosofia da linguagem). Clareia conceitos da Lingüística Fabular – fala e contextos – e explicita noções da estrutura fabular e da estrutura infra-fabular – moldes (NV / NVA / Nn / Nvn) e sintagmas. São reflexões mais brandas e a sintonia Autor-Leitor será mais fácil de alcançar. |
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Lingüística e Filologia |
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O animal é uma máquina de vida. O homem procura ser um mecânico da vida. Assim J. Lourenço exprime a superação do plano biológico pelo plano do espírito, fruto do misterioso dom da linguagem. O Autor se dirige a filólogos. Ideliza o homo etymologicus, expõe e discute conceitos da Lingüística Fabular, sempre primordializando a fala. Discute leis da evolução da morfologia fônica, e faz propostas que divergem das neofisicistas. Propõe, legitimando a diacronia, que a Lingüística seja a filosofia da filologia. |
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Método lingüístico |
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Para viver, basta a posse do uso da língua. Para conhecê-la, é preciso chegar à consciência da posse. Nessa busca, Método Lingüístico cuida da análise da frase, de sua estrutura em sintagmas, i.é, morfias a serviço de idéias. Os moldes frástico, prolatório e sintágmico e a mobilização de topomorfemas e tonomorfemas recebem atenção. A essência da língua está na veicularidade. Seguem-se reflexões sobre o engano de fracionar a diacronia e de recusar mergulho no tempo homínico, onde germina e cresce a língua. |
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Mobilidade do morfema fabular |
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Há a atualidade da fala e há a potencialidade da língua. Há a morfemação fabular e há a morfemação vocabular, pós-fabular, guardada na lembrança, na aprendizagem da língua. É nesse poder fabular que se desenvolve, após o zoológico dos procederes naturais, a arte pós-natural do pensar. Os indivíduos, modelando a socialidade, formam os outros indivíduos, dentro da sociedade. Muitas reflexões vêm depois, requerendo leitura teimosa, que tratam do homem como expressão espacial em busca de tradução temporal. |
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O modo e o tempo na expressão fabular |
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Capítulo de Da Vida à Vivência voltado para a estrutura da frase indo-européia e a etimologia do poder fabular – dois temas que preocupam J. Lourenço. Um ato de fala situa o proceder no tempo fabular feito de dois momentos: um no aqui-agora da fala e o outro no proceder noticiado, e podem ser co-presentes (“canta”) ou co-distanciados (“cantou”, “cantará”). Recebe ainda um modo fabular da atitude do falante ante o proceder. Este ensaio, advindo da aplicação de sua teoria e filosofia da linguagem, pode ser tomado como um modelo possível de análise. |
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A origem da fala |
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Leia sem “estresse”. É desafio. “A inteligência ordena a coisa em nós, mas não pode chegar à coisa em si”. A fala deve ter começado na sincronia de um fazer a dois, instalando um circuito “homem-homem” [Primo-Secundo] na hora de um fazer vital [circuito “homem-coisa”]. Nasceu vivencial na concomitância de um proceder vital. Como proceder de manifestação [SS: de Sujeito para Sujeito], a fala é inter-individual. Como proceder de um pensar [Sv: Sujeito com sua vivência], ela é intra-individual. |
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Prol |
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O título “Prol” (“Prólogo”?) encontrado no original foi mantido neste texto de Da Vida à Vivência. Trata-se de uma introdução aos recursos fabulares, patrimônio que define uma língua e apresentação de problemas da descrição lingüística. A receita é dada: é preciso espreitar a fala. Ora, na língua de um grupo social, o inefável deve ser respeitado e o fabulável é imperceptível. Mas, não é de Rui a língua de Cícero? As falas é que são diversas. O bom conhecimento ama chegar às origens. Não estende nem diminui. Apenas corrige. |
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O tempo e a função fabular |
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A fala, com seu poder, criou a transitividade das mentes e a socialidade entre os indivíduos. Acima do plano biológico e dos reflexos primários da vida, o homem desenvolveu o plano antrópico, e o potencial reflexivo da vivência. A resposta ao estímulo não é mais reflexa, mecânica... mas uma resposta possível, criada de um mundo mental, imbuído de tempo. Inquirindo o passado, assimilado em vivências, o homem, em vez de adaptar-se ao mundo, adapta-o a si. A fabularidade é o sinal específico do homem. A fala hominizou o homínida. |
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A teoria do conhecimento |
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Há a provocação interferente vinda do exterior, sensoriamente recebida, alteridade que se mentaliza no ensimesmar, temporizando vivências. Há os mares do proceder e as ondas de deveniência no processo da construção da hominidade, que vence barreiras infra-lógicas, e aperfeiçoa-se espiritualmente. Há os encontros do fazer e do pensar, vitais e vivenciais, rendendo simbiose, empatia (que pode fazer arte), simpatia, sintonia. Há a fala que, dispensando o fenomênico, noticia o mentado. A teoria é um desafio. |
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Literatura – Prosa e Verso |
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Prosa – Xavier e o Caraça |
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Depoimento literário, escrito provavelmente nos anos 40, entrelaçando ficção e realidade, Xavier e o Caraça (B. H., Editora O Lutador e Editora UFMG, 1987, com prefácio de Pe. Lauro Palú, C.M.) é a história de um adolescente lúcido, que tem olhos e coração bem abertos para as belezas que encontra no Caraça, “de Deus, da natureza, de Vergílio, de Mozart”. As cortinas da inteligência e da sensibilidade de uma plêiade de jovens são descerradas para a visão das alturas da terra e do céu, o aluno se ponderando, diariamente, na balança da consciência. |
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Prosa – Para a romântica iluminada |
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Uma “romântica iluminada” entregou-lhe um bloquinho, pedindo-lhe que o enchesse “com pedacinhos da vida”. Aí está o ponto de partida deste cronicário, de um autor com seus menos de 30 anos. Faz a “clipagem” da vida, com recursos de humor, de quadras e haicais, de rasgos poéticos, de textos com lições de vida, de sonhos, de fantasias, de insinuações... Xenofonte, Victor Hugo, Quixote, Paul Morand, Blaise Cendrars, Carlos Drummond, Mário de Andrade... Essas e muitas outras personalidades têm presença nessas recordações. |
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Poemas em latim
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Traduzir do latim ao vernáculo é rotina comum. Ter o latim como língua-alvo, não o é. Ora, não sendo mais nativa de um povo, o latim deixou de ser língua primeira. Matizes se perderam da cor vernácula e problemas há de métrica e de ritmos. J. Lourenço, no entanto venceu essas barreiras e traduziu ao latim, entre outros, o Sete anos..., soneto 29, de Camões, A canção do exílio, de Gonçalves Dias, o poema de Henriqueta Canção de Pedro Sarneel, e criou, com Padre Sarneel, Mons Vivus que interpreta os poemas cheios de ritmos de Montanha Viva, de Henriqueta Lisboa. |
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Poemas traduzidos do francês |
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No Colégio Caraça, já no terceiro ano, o francês começava a ser a segunda língua dos alunos. Em francês eram os livros científicos e as edições de autores gregos e latinos. Assim, tendo o francês como língua-origem,a tradução era habitual. A esse fazer rotineiro, o Prof. Lourenço acrescentou o estilo e a elegância da forma, no exercício lúdico de traduzir para o português, entre outros, os poemas, Recette de bonheur conjugal, de autor desconhecido, e o soneto de Félix Arvers. Meteu-se na dura labuta de recriar o l'après-midi d'um faune, de Mallarmé. |
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Poema – Rimance de S. Gangolfo |
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Relato elegante de um caso de flatulência / proktós lá1õn / anus loquens, do tempo dos merovíngios. Parte do cômico popular grosseiro, tal caso aparece, na Idade Média, no cômico hagiográfico. Do cadáver de São Gandolfo emanavam efeitos milagrosos. Tomando conhecimento do fenômeno, uma mulher exclamou: sic operatur virtutes Gangulfus, quomodo anus meus. Do etcétera da mulher imediatamente um soído obsceno desabafou-se. Era sexta-feira. Durante toda a vida dela, às sextas feitas, cada palavra que dizia acompanhava-se de uma detonação. A paga da blasfêmia. |
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Poema - Tanto gentile |
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A graça e a leveza do soneto de Dante celebra a graça e a leveza de Beatriz: Tanto gentile e tanto onesta pare... A dama é só nobreza de ânimo, decoro, modéstia, longe de toda preocupação mundana. O fascínio que exerce é sobrenatural e os efeitos são da natureza do milagre. Não se trata propriamente de uma tradução. É preciso contar, na representação da dama gentil e honesta, com a exploração de recursos retóricos e estilísticos e com as nuances afetivas, espirituais e estéticas das escolhas feitas. J. Lourenço revela domínio e consciência desses recursos. |
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Poema – Summa lux venit |
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Cultor do latim e do vernáculo, J. Lourenço recriou textos tendo o latim como língua-origem e o vernáculo como alvo. Um exemplo, é o do poema anônimo Summa Lux Venit. [Padre Sarneel atribuiu-o ao Padre Marinho]. J. Lourenço traduziu-o em Chegou o Extremo Dia. Em Xavier e o Caraça, o herói, exibindo saudades antecipadas, recita esses versos, em seu discurso de despedida do Caraça. É o biógrafo de Xavier que faz a tradução desse texto para o vernáculo. |
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Sonetos e outros poemas |
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O soneto é uma obra de arte. Prolonga-se na história, desde que criado. É expressão de arte pela arte. Tem presença marcante na história brasileira. J. Lourenço foi atento ao soneto. Prefaciou livro de sonetos. Defendeu o soneto contra a febre modernista que quis soberbamente desprezá-lo, quebrando o metro do verso e abolindo a rima. Via na rotina de fazer sonetos a perseverança, e via o perigo da fossilização. Escreveu poemas que eram sonetos – Desejos, Presságios, as “Infalíveis” - e, já modernista, poemas que não eram sonetos – Ouvindo um grande pianista. |
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Poesia e Henriqueta |
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Poesia e Henriqueta (Belo Horizonte, Imprensa Oficial do Estado, 1984) é um opúsculo com introdução de Pascoal Motta. Tem-se mito ou ignorância e a poesia é mistério ou é segredo? O analista teórico acompanha a poesia na vida da hominidade, do fazer da estese ao pensar da noiese, do espaço zoológico ao tempo antrópico. Num segundo momento, mesmo vendo-se preso por demais a letras do ofício, o analista acompanha a poesia, perseverante e constante, na vida de Henriqueta Lisboa, delineando notas de um paralelo com a poesia de Drummond, outro mineiro. |
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Sobre José Lourenço de Oliveira e sua obra |
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Alaíde Lisboa de Oliveira |
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Capítulos do livro José Lourenço
de Oliveira - Educador. |
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Ângela Vaz Leão |
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Texto em que a professora saúda seu mestre na ocasião da entrega de seu Título de Professor Emérito. |
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Eunice Pontes |
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Retrato traçado pela professora, que atuou como assistente de José Lourenço, com destaque para o caráter tolerante do mestre. |
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Jair Barbosa da Costa |
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Homenagem ao mestre por seu sucessor na Academia de Letras da Polícia Militar de Minas Gerais. |
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Johnny José Mafra e Samuel Moreira da Silva |
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Apresentação
do livro Da Vida à Vivência - Conceitos de Lingüística
Fabular. |
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José Carlos Lisboa de Oliveira |
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Lembranças de Lourenço reunidas pelo filho José Carlos. |
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Padre Lauro Palú, CM |
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"Lourenço, um humanista", retrato do professor José Lourenço, e prefácio do livro Xavier
e o Caraça. |
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Letícia Malard |
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Ensaio sobre Xavier e
o Caraça publicado no Suplemento Literário
de MG em janeiro de 1988. |
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Maria José de Queiroz |
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Reflexão sobre o protagonista
de Xavier e o Caraça. |
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Pascoal Motta |
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Prefácio do livro Poesia
e Henriqueta. |
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Padre Paschoal Rangel |
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Prefácio dos livros Ao
Correr do Tempo 1 e 2. |
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Samuel Moreira da Silva |
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Introdução ao livro Da
Vida à Vivência - Conceitos de Lingüística Fabular. |
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Solange R. de Oliveira |
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Texto que destaca o talento para o diálogo e a tolerância do intelectual JLO e a relevância de sua obra. |
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Depoimentos |
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Comentários sobre
livros, trechos de cartas e depoimentos de Abade D. Timóteo,
Abgar Renault, Antônio de Abreu Rocha, Antônio Octaviano
de Almeida, Carlos Drummond de Andrade, Cyro dos Anjos, Dirce
Vieira Franca, Edmilson Caminha Júnior, Euclides Marques
Andrade, Fábio Lucas, Francisco de Assis Dantas, Francisco
Soares de Melo, Heli Menegale, Laís Corrêa de Araújo,
Mário Matos, Murilo Rubião, Nelly Novaes Coelho,
Vivaldi Moreira; e poema in memoriam de Zenília
Paixão. |
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