E se perguntássemos que relação
existe entre os vocábulos critério, crise, crime,
crivo, certame, certeza, decreto, discernir, segredo, hipocrisia?
Tomado do calor imaginativo que alevantam as questões
argutas, buscaria um curioso aproximações e afastamentos,
comparando e associando, até lhe sair, talvez, um compendioso
tratado. Mas um etimólogo responderia que existe, entre
eles, a relação universal de serem cognatos, de
procederem da mesma raiz indeuropéia krei, portadora
da idéia separar, idéia clara ainda ou
já escura e difícil de rastrear, em tais vocábulos.
Discriminemos "critério"
dos outros nomes da lista, onde os há vulgares e até
de má companhia, como crime, hipocrisia. E concertemos
com os dicionários algumas noções a
respeito dele.
Morais: regra ou princípio de discernir
o verdadeiro do falso, o bom do mau;
Larousse: caráter decisivo da verdade;
Webster: um padrão de juizo, a standard of judging;
Bailly, no dicionário grego: o que serve para julgar,
faculdade de julgar, regras de julgar, lugar de julgar.
Kritérion é, pois, critério
e lugar de julgar, tribunal. Cf. dikastérion, lugar
onde se julga, tribunal; koimetérion, lugar de
dormir, dormitório, cemitério. [1]
É fácil de seguir a idéia
"separar" em kritérion e seus cognatos
krités, kritikós, krinein, krisis, carregados
da idéia "julgar", pois quem julga separa
ou discrimina. A frase kríno andras katá
phula, "separo os guerreiros por tribos", apresenta
o verbo krinein com um sentido bastante material, vizinho
do primitivo separar. Entretanto, segundo a marcha do
concreto para o abstrato, do material para o mental, krinein
acabou significando distinguir, escolher, decidir, resolver,
julgar, interpretar, apreciar, etc. Krités é
um nome grego de juiz e kritikós é o
"crítico", o capaz de julgar. Da kritiké
tékhne, arte de julgar, a filosofia e a estética
fizeram a crítica e o criticismo, este
cheio de prosápias, depois que o meteu Kant em coturnos
categóricos. Krisis, que é separação,
distinção, decisão, etc., infiltrou-se
no mundo romano e românico, sob a forma crisis, em
gíria de esculápios, com o sentido de fase decisiva
de uma doença. Ora, queixando-se o homem, em todo
tempo, de muita doença, orgânica ou figurada, no
seu corpo ou no da sociedade, foi natural tomar a palavra "crise"
o sentido que hoje tem.
Os romanos latinizaram críticus e
latinizaram crisis, mas não latinizaram criterium,
cujo surto é posterior, de adaptação
escolástica. Não o empregou Cícero, que deu
roupagem vernácula a tanta abstração grega,
nem o empregou Sêneca. Para eles, kritérion foi
regula, nota, distinctio, examen, discrimen e, principalmente,
iudicium, vocábulo romano por excelência,
formado de ius dicere "declarar o direito".
Critério aclimou-se na Europa com
a helenização renascentista. Palavra de estirpe,
demorou em sair da escola, em deixar a continência puramente
filosófica. No seu dicionário etimológico
francês, Dauzat não dá notícia de critérium
antes de 1750, antes de Rousseau. Os ingleses preferiram
o traslado criterion. E o dicionário de Oxford,
denunciando sua presença no século dezessete, acrescenta
que ainda era usado reproduzir-se em caracteres gregos.
Da mesma raiz krei procedem cérnere,
cribrum, crimen, com uma grande família latina e neolatina.
Mas entre a progênie grega e romana dessa raiz indo-européia,
há distâncias que induziriam interessantes ponderações
de psicologia nacional.
Segundo convinha a gente rústica, principiou
cérnere pelo sentido de joeirar, cirandar,
crivar, peneirar. Da idéia de "separar coisas
misturadas", que isso é joeirar, cérnere
chegou ao mental distinguir, julgar, decidir, decretar:
Quodcumque Senatus créverit agunto. Faça-se
tudo o que o senado tenha decidido.
Cribrum é crivo, joeira, ciranda, peneira.
Crimen, primeiro nomeando o que serve
para separar, evolveu para os sentidos de decisão,
acusação, inculpação, "crime",
ficando a discrimen a idéia separar.
Está ligado a cérnere, como
seu antigo verbal, o adjetivo certus, decidido, certo.
E já tendia, desde o latim, para a indeterminacão
que hoje tem (quando anteposto, em português): certa
vez, certa ocasião.
De cérnere se compõem discérnere,
secérnere, tonalizando os prevérbios o valor
fundamental do semantema. Seus adjetivos verbais decretus,
discretus e secretus tiveram boa fortuna românica.
Ao português forneceram os alótropos decreto
e degredo [2],
secreto e segredo, bem como discreto, discreção
[3],
etc.
A discretus, no latim patrístico,
veio ajuntar-se, por antonímia, concretus, de
concréscere: quer dizer "formado por agregação
de partes", condensado, espesso. Como discretus quer
dizer separado, balancearam os dois, contaminou-se concretus,
por etimologia
semântica e foi criado, assim, o verbo concérnere.
Do latim ciceroniano ao latim hieronimiano, é
abundante o número de cognatos de kritérion:
cérnere, cribrum, certamen, certare, certus, certitudo,
certificare, concérnere, concertare, cribrare, crimen,
criminalis, criminari, criminare, criminosus, decretum, discretus,
discretio, discrimen, excrementum, incriminatio (com sentido
de "inocentação", em Tertuliano), indiscretus,
indiscretio, secretus, etc.
Da mesma raiz krei, o grego tira conceitos
de uma subtil atividade mental e o romano, palavras materiais
e de ação social: kritérion, krisis,
kritikós - cribrum, crimen, cérnere.
Através do contraste, pode rastrear-se a
diferença entre os dois plantadores de nossa civilização:
o heleno, homem de inteligência, que nos abriu os caminhos
da análise e o romano, homem de vontade, ordenador do mundo.
A receptividade ária do italiota
vai permitir que Roma e o Ocidente se helenizem, mas com reação
e dificuldade. Roma atenizou-se modestamente, o bastante para
impedir uma extinção do espírito mediterrâneo.
Não sem motivo argúem ao latim ser
língua concreta e grave. É nobre, segura e exata,
no jurídico. Mas é pesada à filosofia e difícil
à subtileza. O fato pode tomar-se como denúncia
de um pragmatismo e parcimônia, cuja resposta moderna se
encontra nos saxões. A helenização
itálica fez-se num transe e limite algo parecido com a
reelenização renascentista, entre os povos nórdicos.
Catão representa o tipo do romano que Atenas
teve de conquistar. É do seu tempo, em 155 A. C., certo
episódio em que entra, personagem, um filósofo cujo
nome interessa, casualmente, a esta nossa disquisição
etimológica. Esse nome é Critolau, em latim Critoláus,
em grego Kritólaos, onde aparece o elemento
kritos, do verbo krinein, e quer dizer "escolhido".
E Laos que quer dizer "povo".
Mandou Atenas a Roma, a fim de pleitear relevação
de grave multa, uma luzida embaixada de três escolarcos:
Diógenes Babilônio, Carnéades Cirineu e Critolau.
Um estóico, um acadêmico e um peripatético.
Em 155, não haviam decorrido cinqüenta
anos, a contar das mortes sucessivas de Plauto, Ênio e Terêncio.
Vivia Pacúvio e ia nascer Lucílio. Coberta de glórias
na guerra de Aníbal, luzia a família dos Cipiões.
Entre eles, o que ia ser o segundo Africano, ligado de muita amizade
ao grande historiador grego Políbio, então exilado
em Roma, e a Caio Lélio, o Sábio. Octogenário,
ainda vivia Marco Pórcio Catão, chamado Antigo,
chamado Maior, chamado Censor.
Chegados a Roma, os três filósofos
parece que primeiro a queriam converter, para que depois lhe impetrassem
a remissão da multa. Afluía a cidade, ouvinte, às
lições deles, muitos anchos com a presença
dos Lélios e Cipiões. Deslumbraram, com o fulgor
dos sofismas, aquelas retas inteligências pragmáticas
de latifundiários parcimoniosos. Delongavam a estada. Catão
rosnava do seu canto. E um dia, alarmado, saiu de sua temida velhice,
foi até o Senado e exigiu que despachassem a embaixada
helênica. Receava que a juventude romana passasse a preferir
a glória de falar bem à glória de
fazer bem. Voltasse cada coisa ao lugar. Os filósofos,
à lição dos filhos de sua terra. A juventude
romana, à obediência das leis e dos magistrados.
Pelo menos os filósofos voltaram.
O áspero homem que residira na Grécia
e discursara em grego aos atenienses, o rude soldado que, havia
cinqüenta anos, trouxera Énio para Roma, o indomável
italiota
que via em Sócrates um charlatão e em toda a espécie
helênica uma gente detestável e inútil - havia
declarado, com muito de profeta, que Roma estaria perdida,
se alguma vez aquela raça lhe transferisse a sua literatura.
E a raça detestável conquistou a
cidade de Catão. O racionalismo helênico penetrou
o mundo romano: o kritérion presidiu ao iudícium.
O homem ocidental vem construindo a sua
lenta civilização, num lento encontro, feito de
aceitações e repulsas, entre o espírito e
a força. Atenas representou o espírito: Roma, a
força. E continuou a representá-la naquilo em que
não se mediterranizou. Porque o Mediterrâneo é
o mar do espirito, enquanto o Báltico é o mar da
força, o mar de cujas foscas vizinhanças acorrem
os árias, invadindo, em busca da luz do sul.
Esclareçamos que este contraste rege apenas
o modesto exame de uns poucos milênios, na morosa urbanização
do homem ocidental.
É verificação dos estudiosos,
que o ária deixou vincadas marcas de seu imperialismo e
depredismo, em várias regiões do apagado mapa em
que a pré-história e a glotologia
têm podido rastreá-lo. [4]
Genericamente, o nome grego e latino do homem está
ligado a raízes de humildade e contingência: ántropos
significaria "o mortal", em oposição
aos imortais, os deuses. E homo quer dizer "da terra",
de barro, terrestre - em oposição aos celestes,
os deuses. Cf. o cognato húmus: terra, gleba,
leiva.
Mas o ária empregou duas outras raízes,
no batismo do homem específico, o homem forte, o homem
que engendra, o homem guerreiro, o homem conquistador. São
as que se encontram nos vocábulos anér e uir.
É ária o anér grego.
Vindos do norte, os andres homéricos afluem para
o Mediterrâneo, em movimentos crepusculares, a partir de
três mil anos antes de Cristo, no correr de vagos períodos
que vão do século trinta ao século décimo,
quando Tróia foi destruída pela sexta e última
vez. Ao fluxo e refluxo de seus golpes predatórios, cai
a civilização cretense, com sua extensão
micenense. E eles vão lançar garras em pontos da
Ásia Menor.
A mesma raiz de anér encontra-se
no sânscrito nar, levada pelos árias à
Índia, com o mesmo sentido. Camões ainda encontra
o vocábulo e reminiscência da casta, pois nomeia,
no canto sétimo, os dois "modos de gente" da
terra - naires e poleás - observando em seguida:
Os naires sós são dados ao perigo / das armas
... (Lus. VII, 37 e 39).
A resposta semântica de anér ou
nar é o uir romano e o gótico wair.
Vir está na origem de uirtus,
palavra tão substancialmente romana, cheia daquela
consciência da força de que nasceu a grandeza do
Império. Consciência de um novo que coordenou um
mundo e conceituou uma paz tipicamente ária - a paz romana.
Embora o nome Roma deva ser etrusco -
significaria rio, a etimologia
sugestiva quis ligá-lo ao grego rome - força,
o que simbolizaria o sentido de uma destinação.
Todo romano tinha de ser um uir, para
o sonho de Catão. Mas quando o uir catoniano,
cheio de ânimo predatório, arrasava Cartago, já
o espírito mediterrâneo havia erguido em Atenas um
luminoso fanal, cuja irradiação iria aquecer o mundo.
Cresceria o Império, como cresceu, gerado
na uirtus, naquela "virtu" que Maquiavel
admirou tanto. E cairia também, como caiu, numa gigantesca
fermentação de séculos, despotencializando-se,
enquanto, em torno das águas claras e irrequietas do mar
predestinado, lutava o espírito, o espírito de Sócrates
e Cristo, através da filtração heleno-cristã.
E outra vez a força báltica, em hordas de além-Reno
e além-Danúbio, iria descer pesadamente, buscando
a luz do mar de Homero e de Vergílio.
Através do cristianismo, dificultosamente,
ainda venceu o espírito. Sublima-se o nome uirtus,
coroado de força moral, deixado em segundo plano o
sentido itálico do vigor físico. E o nome barão,
que os germanos haviam trazido para a área românica,
tingido com a força indeuropéia do vocábulo
ber - resposta teutônica do gótico wair
e do latino uir - assumirá a forma ibérica
varão ou varón, cujo conceito,
espiritualmente afinado, não mais lhe pressupõe
a necessidade da braveza guerreira.
Pelo espírito, que planeja beatitudes, o
homem tem buscado salvar-se da força que comprime e destrói:
pela força que comprime e destrói, o espírito
se tem perdido e agravado, toda vez que, impaciente, ela o encarcera.
Pelo espírito, o homo sapiens aprendeu
a distinguir e a separar, a escolher e a julgar, a decidir e a
explicar, a determinar e a estimar - Krinein, cérnere.
A experiência deu-lhe o critério por que conforma
o juízo e declara o direito, ius dicit. Ajuntando
o supernatural ao natural helênico, inovou o Cristianismo
esse critério, inovando o pensamento e a vida, naquele
sublime exagero do espírito, que foi a Idade Média.
Sem fé nos deuses, que o cristianismo derrotara,
nem na milícia, que a vida fácil rejeitara, parasitava
o romano a riqueza avoenga e entregara a mercenários a
garantia de uma ordem que a virtude ancestral cimentara no sangue
e na decisão. Aburguesado e incrédulo, via o povo
acorrer à "ecclesia", em que ressoavam palavras
de fé e esperança. Excitado e inerte, via o germano
reeditar o que outros árias haviam feito, num outrora de
dois milênios, quando trocaram as enevoadas regiões
do interior continental, pelas claras e rendilhadas orlas do mar
Egeu e do mar Jônio.
Era um Império de quadros vazios. E não
tem promessa de permanência uma organização
que não sintonize com as aspirações coletivas
- corpo sem alma, colmeia velha sugerindo mudança.
No entretanto, eles representavam "urbanidade"
para invasores feros, cheios de força e instinto. A esborcinada
estrutura jurídica ainda guardava a solidez da travação
genial que lhe dera o povo criador. A língua, reelenizada,
subtilizada, orientalizada, pela patrística, ressoava ainda,
com a majestade e amplitude de antanho, mesmo sem Vergílios
nem Cíceros.
Do recontro saíram vencedores o cristianismo,
a força báltica e o quadro da civilização
mediterrânea. Da dura soma nasce a Idade Média, planejando
a vida à luz do espírito, à luz do código
de Cristo. É o seu critério. Mas o trabalho tinha
de ser paciente, demorado, pois agia num plano de romanos mal
helenizados, de províncias mal romanizadas e de germanos
mal cristianizados.
Quando as forças começavam a chegar
a um grau de promessa, naquele momento do século treze,
que deixa o contemplador imaginando perspectivas consoladoras,
eis sopra o vento, quebra o espelho das águas e apaga a
imagem para sempre.
De tudo nos fica uma sugestão de sublime
exagero, que fascina e estranha.
A Renascença é um grande descobrimento.
O homo universalis, num salto milenar, vê surgir,
extasiado, a civilização antiga, o seu conceito
de vida, numa como quase idade de ouro para a calorosa devoção
admirativa. Descobrindo, no espaço, maior extensão
de mundo e vias ligativas, vê mais terras numa terra imaginosamente
fantasiada. No espaço e no tempo, vai coordenando a força
fecunda da experimentação.
Esse reatamento com o passado, com a racionalidade
helênica, gerou o antropocentrismo, alimentado em progressão
com o anulamento da referência causal que o cristianismo
somara à explicacão do mundo. O homem ampliou a
crítica, a tudo estendeu o criticismo, cimentou na lógica
a suficiência e orgulho do seu critério, e foi assinalando
um campo, um limbo - muito povoado - às quantidades irracionais,
aos mistérios inapreensíveis.
O Renascimento é um fervoroso banho mediterrâneo.
Contra ele, outra vez, ia levantar-se a força báltica.
O primeiro que o resistiu foi Lutero, em nome de um cristianismo
teutonizado, de um esquemático orgulho a que não
pôde alterar, ainda, no plasma da raça, a plurissecular
infiltração heleno-românica. Mas o fermento
continuou levedando o Ocidente, alargando as bases do racionalismo.
Em seguida, pela hora contingente dos ciclismos,
veio a reação estética, também de
origem báltica. Junto ao racionalismo fundamental, sempre
crescente, florescia um racionalismo romântico, alimentado
pela notícia do homem não europeu, trazida de outras
plagas, pelos navegadores, fantasiada e ingênua, mentirosa
e grande. Já no século dezesseis, a curiosidade
que provoca em Montaigne o selvagem americano revê a mesma
sedução, as mesmas inferências lisonjeiras,
com que Rousseau inflamaria a Europa, idealizando o homem primitivo.
Era uma diversão do que é mediterrâneo, era
um outro homem oferecido à contemplação,
em lugar do herói já cansativo. Qui nous délivrera
des grecs et des romains?
Era outro espelho, carregado das misteriosas sugestões
do homem da natureza.
Estava exausta a idolatria clássica. E a
razão estava cansada de razão, de Iluminismo, de
Aufklaerung. Rousseau despertara a força báltica.
Uma obra de Klinger, muito germânica no seu título
- Sturm und Drang, Tempestade e Assalto - iria desencadear
a reação, nos fins do século dezoito. Nascia
o Romantismo, que vinha de Lessing, de Goethe, de Schiller. Investia
contra o cânon, a medida, o modelo, o ideal, a beleza, o
racional, em nome do naturismo roussoniano, do ímpeto nativo,
do ametrismo sentimental.
O Romantismo é uma reação
antimediterrânea, tingida de irracionalismo. Daí
para cá, o mundo se tem germanizado, balticizado, atingido,
principalmente, pelo fascínio do experimental e do filosófico,
no século dezenove. Cumpre reestruturar, reajustar, reatando
a linha que o ária do Norte está sempre quebrando.
Desde Sócrates ou Cristo, o Ocidente sabe
que mestres deve seguir. Existe, pois, um critério. Mas
a arquitetura diária da vida está sempre acusando
descompasso entre o planejamento e a ação. Periodicamente,
a soma residual acusa um forte acervo de deficiências coletivas.
Vem a inquietação maior. E vem a força querendo
corrigir o que a força não é capaz de corrigir.
A beatitude está no Bem. O homem sabe disto
e segue o mal. Não foi um poeta, foi a humanidade que se
confessou de um pecado miúdo e pertinaz, quando disse:
Video meliora proboque deteriora sequor.
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