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Literatura - Prosa e Verso

Tanto gentile... Tão gentil...

 

Tanto gentile e tanto onesta pare
Ia donna mia quand' ella altrui saluta
ch'ogne lingua deven tremando muta
e g li occhi no 1'ardiscon di guardare. 

Ella si va sentendosi laudare
benignamente e d'umiltà vestuta
e par che sia una cosa venuta
da cielo in terra a miracol mostrare. 

Mostrasi si piacente a chi la mira
che dà per g li occhi una dolcezza al core
ch ' entender no la può chi no la prova.

E par che de la sua labbia si mova
un spirito soave pien d 'amore
che va dicendo a l' anima: sospira.

Dante Alighieri
Século xiii

Mostra-se tão gentil e tão honesta
a minha dama, no seu leve andar,
que toda língua cala e em todo olhar
logo se apaga a audácia manifesta.

Benigna e simples, ela segue, a festa
de seu louvor sentindo, ao caminhar.
Parece até milagre que mostrar
acaso o céu quisesse à terra infesta.

Agrada tanto, vê-la, a quem a mira
e tanto esquece o coração no peito
que só quem prova é quem o sabe e entende.

Dos lábios seus macio se desprende,
cheio de amor; um suave alento, um jeito
que, na alma, vai dizendo-nos: suspira!

J. Lourenço de Oliveira
(Séc. xx, 1956)

 

Copyright © 2004 by Alaíde Lisboa de Oliveira.

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