literafro novidades n. 56 – setembro de 2024

 

No número 56 do literafro novidades, o leitor terá acesso a um editorial composto de 8 resenhas sobre lançamentos diversos no âmbito da literatura afro-brasileira. Neste ano de 2024, o Portal comemora duas décadas de existência com uma enormidade de acessos no Brasil e em todo o universo da língua portuguesa, com nada menos que 230 páginas autorais incluindo: dados biobibliográficos e críticos; entrevistas; artigos acadêmicos; banco de referências de fontes de consulta de trabalhos acadêmicos sobre a questão; além de excertos da produção de autoras e autores afro-brasileiros, africanos e afrodiaspóricos. Nesse sentido, estaremos celebrando essas duas décadas voltadas para a pesquisa e divulgação da literatura de autoria negra com a realização do Colóquio Internacional Negritude e Literatura. O evento integra a programação do Novembro Negro da UFMG e será realizado na Faculdade de Letras nos dias 5, 6 e 7 de novembro próximo, com a participação de escritores e críticos brasileiros e africanos e transmissão ao vivo pelo canal do literafro no Youtube. Agradecemos aos colaboradores do atual número e desejamos a todos uma ótima leitura.

 

  

 

 

Oswaldo de Camargo

O professor e pesquisador Henrique Samyn dedica-se, neste texto, às publicações de Oswaldo de Camargo pela Companhia das Letras, evidenciando a relevância desse escritor para a literatura brasileira contemporânea. São objetos dessa leitura os livros O carro do êxito (2021), 30 poemas negros (2022) e A descoberta do frio (2023), no âmbito da poesia e da prova. Samyn destaca o efetivo reconhecimento de um escritor e intelectual, já premiado muitas vezes, o que fomenta a ampliação de sua fortuna crítica.

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Djaimilia Pereira de Almeida

Neste livro de Djaimilia Pereira de Almeida, publicado pela Todavia, a autora problematiza a questão de ser uma mulher negra, em conjunto com as reflexões sobre a experiência de outras mulheres em outros tempos. O livro recebe a leitura da professora e escritora Lilian Paula Serra e Deus, para quem “a autora interpela às heranças coloniais que sonegaram das mulheres negras o espaço para ser uma escritora negra”.

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Joaquim Arena

O escritor cabo-verdiano Joaquim Arena foi vencedor do Prêmio Oceanos em 2023, na categoria prosa (romance). Neste livro, lê-se um romance não linear, composto de 57 capítulos, que se organizam de maneira fragmentada, como a memória. Essa forma permite ao leitor desvendar a história de um personagem real, imortalizado em duas pinturas do século XVIII, como analisa a professora e pesquisadora Roberta Ferreira Alves.

 

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Cristiane Sobral

Composto de 16 contos, Caixa preta (2023), de Cristiane Sobral, possibilita uma abertura à ancestralidade como forma de ler o mundo. As narrativas vão do mítico ao fantástico, do simbólico ao realista, e os personagens despontam como uma crítica às situações da vida cotidiana. “Cada enredo se dirige à consciência afrodiaspórica de que as identidades não são fixas nem feitas; encontram-se em movimento transfigurador”, é o que percebe o poeta e pesquisador Marcos Fabrício Lopes da Silva sobre esse livro.

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Stefano Volp

Stefano Volp, capixaba de 34 anos, tem sido uma das vozes da geração mais recente de escritores brasileiros nos últimos tempos. Seu livro de contos publicado de forma independente em 2020, Homens Pretos (Não) Choram, foi relançado em 2022 pela editora HaperCollins, agora possuindo um novo prefácio escrito por Jeferson Tenório. Com contos incisivos e potentes que abordam os atravessamentos e vivências do homem negro contemporâneo no Brasil, Volp realiza um aprofundamento na subjetividade das identidades negras masculinas que por muitas das vezes costumam ser negligenciadas. O livro foi objeto de análise do pesquisador Kelvin Jorge Batista Silva.

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Calila das Mercês

Finalista do Prêmio Jabuti em 2022, Planta Oração, de Calila das Mercês, tem sido apontado pelos críticos como a estreia da poeta, jornalista, pesquisadora e doutora baiana Calila das Mercês no gênero de contos. Entretanto, tal definição parece limitada diante da dimensão estética que as narrativas-poemas apresentam. Esse texto, que pode ser visto como uma espécie de celebração, se constrói a partir da relação entre poesia e narrativa, entre a escrita e a oralidade, compondo uma voz que, se fragmentada, perderia sua profundidade e complexidade, como analisa a pesquisadora Julieta Kabalin Campos.

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Natalino Silva

A professora e pesquisadora Érica Luciana de Souza Silva apresenta o livro de poemas Rareza, de Natalino Silva, que manifesta a percepção do autor sobre vários aspectos da vida, como a religiosidade, as dores, o sofrimento, as lutas, o amor, o desamor, a sensualidade, o desejo e a metapoesia. O poeta de Belo Horizonte tem, neste livro, versos marcados, ora pela suavidade, ora pela turbulência que a identidade e a herança afro-brasileira propiciam. 

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Adriano Moura

A inocência dos mortos, volume lançado pela editora Patuá, em 2024, narra a história do livro de Antônio Prustiano, narrador, autor e protagonista de a Inocência dos Mortos. Para ambos, o lançamento da obra marca a quinta publicação literária em suas trajetórias. Tanto em a inocência dos mortos – como em sua recriação mimética A Inocência dos Mortos, Adriano Moura constrói uma narrativa que se desenrola a partir de relações de classe, gênero, raça, política econômica, traumas históricos, memória pessoal, diário, poesia, metanarrativa e valores incompatíveis com princípios democráticos. É em um santuário de exploração humana que o autor encontrará o catálogo de miséria terceiro mundista para compor seu romance. Este instigante livro nos é apresentado pela resenha do pesquisador Fernando Moura. 

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Contatos

Núcleo de Estudos Interdisciplinares da Alteridade– Neia – Faculdade de Letras da UFMG, sala 3045.

 

Telefone (31) 3409-6069

 

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Expediente

literafro novidades, n. 56 – setembro de 2024

Newsletter trimestral do literafro –Portal da literatura Afro-brasileira - UFMG

Coordenação – Marcos Antônio Alexandre e Eduardo de Assis Duarte

Editorial – Aline Arruda e Giovanna Soalheiro

Apoio Técnico – Alex Anastácio (TI/UFMG)

Divulgação – Sandra Rinco (Assessoria de Comunicação FALE/UFMG)

 

 

 

Em novembro próximo o literafro – Portal da literatura afro-brasileira completa 20 anos de existência. Parte de um projeto integrado de pesquisa, que englobou também as publicações Literatura e afrodescendência no Brasil, em 4 volumes – hoje integrante da lista das 200 publicações fundamentais para compreender o Brasil –, além dos volumes didáticos Literatura afro-brasileira: 100 autores do século XVIII ao XXI e Literatura afro-brasileira: abordagens na sala de aula, o Portal apresenta até o momento 230 páginas autorais, com informações biobibliográficas e críticas, textos selecionados e disponibilizados para reprodução gratuita, além de outras fontes de consulta impressas e digitais sobre a autora ou autor detentor daquele espaço. Em paralelo, contém ainda um conjunto de artigos abordando a produção de autoria negra no Brasil, na África e na diáspora africana nas Américas, além de entrevistas e podcasts.
Editamos ainda o presente informativo trimestral com resenhas críticas da produção literária negra contemporânea. Esta edição traz como novidade maior não apenas a logomarca dos
20 anos, mas abordagens da produção africana de língua portuguesa oriundas da Seção literÁfricas, ao lado de autoras e autores afro-brasileiros.
Nessas duas décadas, muitas foram as pessoas e muitas as horas de trabalho dedicadas ao projeto, dignas de nossos mais profundos reconhecimento e gratidão. Seguimos juntos! E...

 

 

Boa leitura!

 

 

 

Dina Salústio

 

Cabo-verdiana autora de romances, contos e narrativas infantojuvenis, além de detentora de importantes prêmios literários europeus e africanos, Dina Salústio vem fazendo história como escritora sempre de antenas ligadas em seu tempo e seu país, em especial no tocante à condição feminina contemporânea ainda vítima de comportamentos herdados do passado colonial. Em Uma menina de cristal e outras crônicas, a autora adota o gênero para abordar questões marcadas pela urgência, como a pandemia, entre outras. O livro motiva as reflexões da pesquisadora Eni Alves Rodrigues.

 

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Abdulai Sila

Romancista consagrado em seu país com obras de relevo, a exemplo de A última tragédia, considerado o primeiro romance da literatura guineense, Abdulai Sila é também um escritor apaixonado pela cena teatral, já tendo levado ao palco diversos escritos no campo da dramaturgia. Sua mais recente publicação –Trilogia de Padgigda – reúne três peças em que aborda a difícil condição da mulher guineense contemporânea diante dos desafios de um patriarcado que resiste aos novos tempos é objeto das considerações do pesquisador Wellington Marçal de Carvalho.

 

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Esmeralda Ribeiro

Conhecida por sua atuação – como autora e gestora – da histórica série Cadernos Negros, cuja primeira publicação data de 1978, bem como por trabalhos individuais como os contos de Malungos e milongas ou o infantojuvenil Orukomi - meu nome, Esmeralda Ribeiro lançou recentemente o volume Poemas ynacabados, em que traz para o público frutos de mais uma incursão pela palavra versificada. O título é instigante, desafia a crítica e motiva a análise do professor Fernando Moura. 

  

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Arlean Francislene M. Dias

 

Advogada que compartilha seu tempo entre as demandas do Direito e as da escrita literária, a autora de Entre Edemas, pandemias & poemas e, também, autora e organizadora do volume SALUTAR: o imperativo das vozes negras femininas apresenta sua mais nova incursão pelos caminhos da palavra em verso. Poemas da janela desperta a atenção não só pelas estratégias construtivas, mas igualmente pelo tom de diálogo que busca estabelecer com leitoras e leitores. O livro motiva a resenha cuidadosa do pesquisador Kelvim Jorge Batista Silva.

 

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Tom Farias

 

Autor reconhecido como crítico e biógrafo de nomes relevantes como os de José do Patrocínio, Carolina Maria de Jesus e Cruz e Souza, Tom Farias nunca deixou de lado seu pendor de ficcionista, haja vista as publicações de Os crimes do rio vermelho, em 2001 e A bolha, em 2020. E agora, presenteia seus leitores com Toda fúria, seu mais novo romance. A narrativa, que tem como cenário o Rio de Janeiro e penetra no universo do crime organizado a partir do drama de um pivete abandonado à própria sorte e presa fácil da contravenção, recebe a leitura do pesquisador Eduardo de Assis Duarte.

  

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Sara Messias

 

O romance Aqualtune escrito por Sara Messias, que reside na Itália, é guiado pelo desejo de resgate das memórias do povo brasileiro. Formada em Turismo pelo CEFET-Bahia, a autora tem um projeto audacioso que é recuperar ficcionalmente a identidade e biografia de mulheres negras que fizeram parte da memória historiográfica do Brasil. A resenhista Mara Lívia Farias Cardoso, doutoranda da Universidade Federal do Rio Grande, nos convida neste texto a rever, conhecer e recuperar por meio da narrativa da escritora esta personagem reconhecida como “princesa do Reino do Congo, que foi escravizada no Brasil (século XVII)”, e posteriormente, avó materna de Zumbi dos Palmares. 

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Fabiane Albuquerque

 

Cartas a um homem negro que amei, romance de Fabiane Albuquerque, lançado pela editora Malê, é uma narrativa visceral. Para a resenhista Érica Luciana de Souza Silva, docente do IFF, a escritora traz à tona dores e violências sofridas e estagnadas entre gerações de homens e, especialmente, de mulheres negras brasileiras. Esta leitura é um convite para reflexões relacionadas ao universo feminino e ao machismo, este último ancorado no patriarcalismo. As subjetividades relacionadas a este espaço são expressas por meio da ficcionalidade. Desejamos com esta publicação incentivar nossos leitores a construírem novas perspectivas críticas.

  

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Contatos

Núcleo de Estudos Interdisciplinares da Alteridade – Neia Faculdade de Letras da UFMG, sala 3045.

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Expediente

literafro novidades, n. 55 – junho 2024

Newsletter trimestral do literafro – Portal da literatura Afro-brasileira, UFMG

Coordenação – Marcos Antônio Alexandre e Eduardo de Assis Duarte

Editorial – Glauciane Santos e Eduardo de Assis Duarte

Apoio Técnico – Alex Anastácio (TI/UFMG)

Divulgação – Sandra Rinco (Assessoria de Comunicação FALE/UFMG)

 

 

 

literafro novidades n. 53 – dezembro de 2023

 

Neste número 53 do literafro novidades, o leitor terá acesso a um editorial composto de 10 resenhas sobre variados gêneros no âmbito da literatura afro-brasileira. Há muitas razões para celebrar, pois já se passaram 10 anos da nossa primeira edição, lançada trimestralmente desde 2013. Em 2024, esse projeto continuará ainda mais potente: iremos comemorar os 20 anos do Portal literafro, projeto vinculado à Faculdade de Letras da UFMG, acessado diariamente por leitores, pesquisadores e colaboradores. Em todos esses anos, criamos um arquivo em rede, um compósito de documentos, livros e textos à disposição de quem deseja pesquisar, estudar e conhecer os nossos escritores. Consagramos a atual edição a Antônio Bispo dos Santos (Nêgo Bispo), que dedicou uma vida ao pensamento, às experiências e às práticas quilombolas e que muito nos ensina sobre o gesto de compartilhar, sobre a terra e a ancestralidade: “o compartilhamento é uma coisa que rende” (SANTOS, 2023, p. 19).

Iniciamos, então, com o ensaio A terra dá, a terra quer, de Antônio Bispo dos Santos, e com a reedição do Escrevivências: identidade, gênero e violência na obra de Conceição Evaristo, organizado por Constância Lima Duarte, Cristiane Côrtes e Maria do Rosário Alves Pereira. Na seção memória, têm-se Submundo: cadernos de um penitenciário, de Abdias Nascimento, e Firmina, de Anita Machado. A poesia surge, na sequência, com Desforra: [poesia desunida 1988-2023], de Anelito de Oliveira; Uma mulher só não faz verão, de Daniele Rezende (semifinalista do Prêmio Oceanos de 2023); Terra sob as unhas, de Júlia Elisa, e Caminho de volta para casa, de Iza Reis. Já na ficção, seguem Mata doce, de Luciany Aparecida, e Reflexos, de Ariele Santos.

Deixamos aqui nossos agradecimentos aos colaboradores deste número e aos leitores que nos acompanham nessa trajetória. Ótima leitura!

 

 

ANTÔNIO BISPO DOS SANTOS

Pensador, professor, poeta, ativista político contracolonial, Nêgo Bispo como é mais comumente conhecido – faleceu recentemente, deixando ao povo brasileiro e às comunidades quilombolas um repertório vasto, crítico, em torno de terras e de sociedades de fato democráticas. Seu pensamento volta-se para os movimentos sociais de luta pela terra: um direito de quem nela está. A terra dá, a terra quer (UBU, 2023) recebe a leitura da professora Érica Luciana Silva, que destaca os aspectos centrais circunscritos à filosofia desse auto

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CONSTÂNCIA L. DUARTE, CRISTIANE CÔRTES E MARIA DO ROSÁRIO A. PEREIRA

Nesta nova edição – ainda em pré-venda – de Escrevivências: identidade, gênero e violência na obra de Conceição Evaristo (Malê, 2023), Constância L. Duarte, Cristiane Côrtes e Maria do Rosário Pereira atualizam e ampliam os artigos da edição anterior, alguns deles oriundos de eventos promovidos na UFMG, como o Colóquio Mulheres em Letras, e outros trabalhos mais recentes. No livro, as autoras apresentam a potência dessa voz feminina central para as letras contemporâneas.

 

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ABDIAS NASCIMENTO

Livro produzido no cárcere, Submundo: cadernos de um penitenciário (Zahar, 2023), de Abdias Nascimento, é um livro de testemunho que nos propõe também a tarefa de pensar o sistema penitenciário brasileiro: “fundado nos úteros de suas prisões, umbilicalmente ligadas aos navios negreiros”. É esse o ponto de vista da professora e pesquisadora Denise Carrascosa, que nos apresenta o caderno.

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ANITA MACHADO

Reeditada e reescrita com frequência, Maria Firmina dos Reis é referência quando se trata de literatura feminina no séc. XIX. Primeira escritora abolicionista, ela produziu suas obras num contexto assinalado pelo racismo e pela violência de gênero. Anita Machado, em Firmina, recompõe as vivências da autora, por meio de uma linguagem leve, voltada principalmente para o público infantojuvenil. O livro conta com ilustrações de Eduardo Vetillo e recebe a leitura da professora Régia Agostinho.

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ANELITO DE OLIVEIRA

Poeta fundamental da literatura brasileira, Anelito de Oliveira propõe, em Desforra: [poesia desunida: 1988-2023], o conjunto de sua produção poética. O autor recebe a leitura cuidadosa do jornalista e também poeta Marcos Fabrício da Silva, que busca delinear o projeto estético e político nos escritos desse autor, que prima pela inventividade, pelo apuro formal, mas sem deixar de se ater às questões que envolvem as identidades negras.

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DANIELA REZENDE

Semifinalista do Prêmio Oceanos de 2023, Daniela Rezende, em Uma mulher só não faz verão (Urutau, 2022), aponta a lógica patriarcal nos próprios procedimentos formais que emprega em sua escrita, como se pode notar, por exemplo, nas estruturas de repetição (refrãos) que contribuem ainda para a modulação do ritmo em sua poesia. A autora se vale de metáforas e de outras analogias com animais para evidenciar a violência sistêmica e diversa contra a mulher. Essa é a leitura da pesquisadora Lara Carvalho Cipriano.

 

 

 

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JÚLIA ELISA

Em Terra sob as unhas (Impressões de Minas, 2023), Júlia Elisa produz uma escrita atenta ao corpo negro feminino, à terra-solo – chão arenoso, argiloso e preto – à insuficiência da linguagem, diante de um cotidiano impositivo para muitos sujeitos negros. Conforme aponta a leitura do pesquisador Kelvin Silva: “o trabalho editorial do livro é impecável ao se comunicar com uma das temáticas da obra, que é a terra, desde as letras em cor terrosa, até a divisão dos poemas.”

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IZA REIS

Caminho de volta pra casa (Venas Abiertas, 2023) é o livro de estreia de Iza Reis na poesia. Os poemas apresentam aos leitores a voz de quem, em seus versos, aborda questões sobre o amor, os orixás, além de temáticas relacionadas à ancestralidade e ao corpo feminino. A pesquisadora Mikaella da Silva nos apresenta a produção dessa autora, cuja escrita é marcada ainda pela dicção do slam.

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LUCIANY APARECIDA

Escritora já conhecida por outros projetos no âmbito da poesia, da dramaturgia, do roteiro, entre outros, Luciany Aparecida lança agora o romance Mata Doce (Alfaguara, 2023), numa bela narrativa assinalada por conflitos de terra, mortes e tragédias. Como escreve a pesquisadora Loiany Gomes: “a narrativa de Mata Doce reafirma a intencionalidade da obra de lançar luz sobre a expressividade e a subjetividade de indivíduos marginalizados pela cor da pele, pelas crenças, pela visão de mundo”.

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ARIELE S. SANTOS

Livro de estreia da jovem escritora mineira Ariele Santos, Reflexos (Penalux, 2023) é composto de narrativas curtas que perpassam o cotidiano, as experiências, os afetos, as relações familiares, muitas das quais movidas pelo princípio filosófico bantu “Ubuntu”. Essa filosofia nos indica modos de conceber e pensar a humanidade a partir de um vir a ser, de um movimento relacional. A pesquisadora Giovanna Soalheiro é quem realiza a leitura do livro.

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literafro novidades n. 54 – março 2024

 

No início do ano em que o Portal literafro comemora 20 anos, este primeiro literafro novidades divulga as recentes produções de literatura afro-brasileira. É tempo de celebrar esse arquivo vivo que se iniciou, em 2004, como um ponto de encontro de leitores, pesquisadores e colaboradores com as importantes autorias e obras, diálogos potencializados por meio das informações, dos documentos, dos livros e textos críticos disponibilizados nesse portal.

Aproveitamos para agradecer a todas e todos que têm colaborado, neste vintênio, para movimentarmos e amplificarmos as relações, e para dizer que estamos preparados para mais 20 anos de trabalho e dedicação. Excelente leitura! 

 

Carolina Maria de Jesus

É reconhecido o interesse do público e da crítica pela vida e a obra de Carolina Maria de Jesus, que vêm sendo tema de dissertações e teses acadêmicas, e de outros modos mais potentes. Rareiam-se, pois, as buscas pelo “negro-tema”, para ficarmos nas elaborações de Guerreiro Ramos, que buscam atrelar sua obra à constatação de literatura documental. Os trabalhos acadêmicos, sobretudo os que estudaram seus arquivos, também contribuíram para essa mudança de direção, porque demonstraram a potência literária que a autora possui, guardadas em originais inéditos. A obra O escravo trata das relações marcadas pelas questões de classe e de gênero, e foi resenhada pela pesquisadora Lara Carvalho Cipriano.

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Conceição Evaristo

Escritora consagrada pelo público e pela crítica por sua grande obra e recentemente empossada como imortal da Academia Mineira de Letras, apresenta, com seu “livro-conto” Macabéa: flor de mulungu, uma releitura potente de A hora da estrela, de Clarice Lispector. Resultado de um projeto de renascimento das personagens da literatura clariceana, o conto de Conceição Evaristo reconstrói a personagem Macabéa que, nas suas ações para uma vida potente, se significa como voz numa relação ancestral de resistência, em que a flor de mulungu, a própria personagem renasce como tratamento das dores. Esse “livro-conto” é apresentado pelas pesquisadoras Aline Arruda e Cristiane Côrtes.  

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Maria Firmina dos Reis

Reconhecida por sua importante obra romanesca, a escritora maranhense Maria Firmina dos Reis escreveu também poemas, estes que foram publicados no livro Cantos à beira-mar (1871). A este livro, reeditado, foram incluídos outros 35 poemas, que passaram por um cotejo com o original, para observar alterações entre as edições anteriores. Nosso informativo reproduz a apresentação da organizadora desta obra Cantos à beira-mar e outros poemas, a pesquisadora Luciana Diogo, que nos brinda com a explicação dos passos realizados para a reedição.

 

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Salgado Maranhão

A nova publicação de Salgado Maranhão, poeta com vasta obra publicada, é a antologia poética A voz que vem dos poros. Nesta celebração de sua obra, foram selecionadas as quatro décadas de sua produção, de seus 14 livros. A reunião possibilita acessar a trajetória literária inventiva, rítmica e crítica, de um dos maiores poetas vivos, na atualidade. A antologia é apresentada pela leitura crítica da pesquisadora Giovanna Soalheiro. 

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Jorge Amâncio

O leopardo que mata moscas inoportunas: o que não é haikai é oriki, de Jorge Amancio, é a obra mais recente do poeta, que, já na década de 1980 começou a publicar seus poemas no jornal Raça, do MNU. Autor dos livros de poemas Negro Jorgen (2007), Batom D'Amor e Morte (2018) e Nósourtxs (2021), realiza, neste novo livro, um jogo artístico com a palavra em que a escolha vocabular, a concisão e a busca do ritmo são suas bases para a construção de possibilidades, para nós leitores, de reencantamento do mundo. O livro foi objeto da análise poética do igualmente poeta e também pesquisador Marcos Fabrício Lopes da Silva.

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Rafael Calça e Jefferson Costa

De autoria do ilustrador e roteirista Rafael Calça e do ilustrador e quadrinista Jefferson Costa, Jeremias: Pele é uma HQ vencedora do Prêmio Jabuti. Publicado em 2018 pela Panini Comics como parte do selo Graphic MSP, os quadrinistas realizaram releitura da personagem clássica de Mauricio de Sousa, que, até então, não possuía uma história de origem. Com essa obra gráfica, os autores revelam as agruras da existência de um garoto negro, em criação de sua identidade como sujeito em uma sociedade racista. A HQ recebe a leitura atenta do pesquisador Kelvin Jorge Batista Silva.

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Vanessa Passos

Autora com diversos textos literários premiados, Vanessa Passos foi vencedora, com o livro A filha primitiva, do 6º Prêmio Kindle de Literatura 2021, seu livro de estreia na escrita de romances, publicado pela Editora José Olympio. Nesse livro, a autora narra histórias de uma linhagem de mulheres, que se entrecruzam, a evidenciar as relações sociais, de gênero e raciais, amplificadas pela violência do racismo. O romance foi apresentado pela pesquisadora Carolina de Vasconcelos Silva.

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 Giovanna Soalheiro Pinheiro

Poeta, crítica e pesquisadora estreia, nas searas da poesia, com o seu livro Olho de boi, publicado pela Editora Reformatório. Obra que realiza, por meio da linguagem poética, uma leitura crítica e criativa, que atravessa a dimensão animal, que convoca, como disse o pesquisador Matheus José, os olhos do boi como potência interpretativa. Este olho, que não cessa nas visões dos bestiários, porque aponta para a linguagem que os constrói, apresenta outras maneiras de ver, de observar e de compreender as ocorrências e as intercorrências de uma vida em que nós, humanos, sem a vida de outros seres, jamais seremos topo. O livro conta com a resenha crítica de Matheus José.

 

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literafro novidades n. 52 – setembro 2023

 

Em mais uma edição dedicada à Literatura Afro-brasileira, apresentamos aos nossos leitores um conjunto de seis resenhas. Para começar, na categoria ensaio, destaca-se o pioneirismo do pensamento da intelectual Beatriz Nascimento que se concretiza em “Por uma história do homem negro” - texto de abertura do livro Uma história feita por mãos negras. Trazemos, ainda, a poesia de Fabrício de Oliveira, autor do recém-lançado Viração. Os versos intercontinentais dão o tom da Antologia Poética Brasil-Moçambique, organizada por Marleide Lins e Ernesto Moamba. Marcado pela beleza e sensibilidade, Um dia feliz, de Patrícia Santana, é dedicado às crianças mas também encanta adultos. Para nos “desconsertar”, trazemos o romance Uma temporada no inferno, do professor e escritor Henrique Marques Samyn. Também partilhamos a escrita forte e intensa de Odailta Alves, autora de Amor nos entre-prazeres da vida preta.

Registramos os nossos mais sinceros agradecimentos aos resenhistas e aos leitores que nos acompanham nessa jornada. Desejamos a todos boa leitura!

 

 

 

BEATRIZ NASCIMENTO

Vitimada pelo feminicídio em 1995, sem sombra de dúvida, Beatriz Nascimento continua sendo um dos principais nomes da intelectualidade negra no país. Pioneira nos estudos sobre quilombos, também se destacou nas discussões sobre a masculinidade afrodescendente no Brasil. No artigo “Por uma história do homem negro”, a autora questiona a historiografia brasileira e reivindica novas perspectivas e novos olhares em relação aos ex-escravizados e seus descendentes, por meio do qual estes sejam reconhecidos como sujeitos e não como meros objetos de estudo, muitas vezes folclorizados. Em sua resenha, Lara Carvalho Cipriano mostra que passados quase trinta anos da morte de Beatriz Nascimento, sua obra permanece atualíssima.

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FABRÍCIO DE OLIVEIRA

Seguindo a tradição de autores como Graciliano Ramos e Guimarães Rosa, são justamente os esquecidos, os ultrajados, os que ficam para trás que interessam ao escritor Fabrício Oliveira no livro Viração. Lançado em 2022, por meio de memórias individuais e coletivas, o escritor busca dar voz aos que a sociedade brasileira insiste em não ouvir e em não enxergar. Essas são algumas das reflexões que o também escritor Adriano Moura apresenta em sua resenha.

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MARLEIDE LINS E ERNESTO MOAMBA

A antologia poética Brasil-Moçambique chega às mãos do leitor brasileiro com uma forte simbologia: uma ponte entre o oceano, feita de versos. Tal diálogo, há tempos construído, se concretiza no volume, dando destaque à poesia de conhecidos escritores da história literária e também contemporâneos, num conjunto de 50 poetas dos dois países. Neste release, os organizadores não só apresentam a obra como também alinhavam as vozes oriundas destas duas nações irmãs.

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PATRÍCIA SANTANA

Seguindo os princípios da literatura infantil afro-brasileira, cujas obras visam a contribuir para o fortalecimento da autoestima das crianças negras, de forma sensível e cuidadosa, Patrícia Santana traz em Um dia feliz a relação marcada por muito amor entre a menina Ayana e sua avó Maria. Pensado para crianças, o livro também causa encantamento nos adultos. Em suas páginas, é possível perceber de maneira muito nítida o cotidiano de meninos e meninas negras que habitam as periferias do Brasil. No livro, esses espaços não são o lugar da falta, mas, sim, do afeto, das brincadeiras, das falas que afirmam a beleza da negritude. Outro ponto alto da obra é a belíssima ilustração de Carol Fernandes. Esses são alguns dos registros feitos por Luana Tolentino em sua resenha.

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HENRIQUE MARQUES SAMYN

O professor e escritor Henrique Marques Samyn, em Uma temporada no inferno, dialoga com a obra e a vida de Lima Barreto, neste romance que tem como tema central a loucura. Para tanto, o autor toma como cenário um ambiente que Lima Barreto conheceu de perto: o hospício. Nesta resenha assinada por Adélcio de Souza Cruz, a atuação do narrador é destacada, a fim de que mais do que sua voz, possamos refletir sobre sua performance.

 

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ODAILTA ALVES

Por meio dos seus versos, Odailta tenta ressignificar as experiências de mulheres negras - muitas vezes marcadas pelo sofrimento e pela pobreza. Em Pretos prazeres, a dor cede lugar aos “gritos, risos, prantos, sussurros, burburinhos negros” que transcendem os corpos negros, fazendo da escrita e do corpo negro uma forma de resistência. Nos dizeres da pesquisadora e professora Janaína Ferreira, o livro se sintetiza como uma “coreografia da vida”.

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