Nosso informativo deste trimestre se inicia com a abordagem do romance O beijo na parede, do premiado ficcionista Jeferson Tenório, levada a cabo por Bruna Carla dos Santos; prossegue com a apresentação de Memorial, novo livro de contos do ficcionista e músico Jorge Dikamba, resenhado por Eduardo de Assis Duarte; tem sequência com Eles, coletânea de contos assinada pelo estreante Vagner Amaro, que recebe as considerações de Harion Custódio; chega a Oração do carrasco, segundo livro de contos de Itamar Vieira Júnior, objeto da leitura atenta de Guilherme Domingos; e se encerra com a apreciação de Lorena Barbosa sobre o romance A orquídea negra, que também marca a estreia no gênero do escritor Roberto Sidnei Macedo. Boa leitura!

 

Jeferson Tenório

Carioca radicado em Porto Alegre, Jeferson Tenório produz uma ficção de alta voltagem, a exemplo do romance O beijo na parede, ganhador do Prêmio de “Livro do Ano”, da Associação Gaúcha de Escritores. Narrado por João – criança negra de 11 anos, engraxate, órfão de pai e mãe – o romance trata em primeira pessoa da luta pela sobrevivência dos desvalidos, independentemente do tamanho, gênero ou profissão. E toca profundamente na sensibilidade de leitores de todas as idades. O livro recebe a leitura atenta de Bruna Carla dos Santos.

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 Jorge Dikamba

 Músico voltado para as raízes da canção popular das Minas Gerais e também autor de narrativas infantis consagradas, Jorge Dikamba volta à cena literária afro-brasileira com o volume de contos Memorial. O livro reúne 15 histórias abarcando cenários díspares no tempo e no espaço, sempre tendo como referência o ponto de vista do Outro: do Nordeste brasileiro de tempos passados a uma tourada na Espanha do século XXI, Memorial encanta pelo apuro da linguagem de tons roseanos e pelo esmero que marca os enredos. Resenha de Eduardo de Assis Duarte.

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Vagner Amaro

Vagner Amaro, jovem intelectual responsável pelo sucesso da Editora Malê, estreia na ficção com Eles, volume de contos já em segunda edição, que reúne dez histórias ambientadas na metrópole contemporânea, palco de narrativas marcadas pela violência e intolerância presentes nesse conturbado início de século. Em todas perpassa a sensibilidade autoral a perceber a humanidade muitas vezes vilipendiada pelo preconceito. O livro motiva as observações pertinentes de Harion Custódio.

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 Itamar Vieira Júnior

Outro jovem talento que desponta no cenário afro-brasileiro é Itamar Vieira Júnior, baiano de Salvador e já com trabalhos publicados fora do país. Seu segundo livro de contos, A oração do carrasco, remete ao clima de relacionamentos fluidos existente na contemporaneidade, em que o papel de carrasco parece existir em estado latente dentro de cada pessoa e pode vir à tona a qualquer momento. O livro é objeto da leitura atenta de Guilherme de Paula Domingos

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Roberto Sidnei Macedo

Educar é tarefa de uma vida inteira, vivemos e morremos aprendendo todos os dias como superar as adversidades para estar melhor com nós mesmos e com nossos semelhantes. A orquídea negra, romance de formação de Roberto Sidnei Macedo, traz para os leitores a trajetória de uma jovem quilombola em busca do aprendizado que irá compartilhar com seus companheiros de resistência e recebe as observações pertinentes de Lorena Barbosa.

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Nesta primeira edição do ano, trazemos para sua leitura: o número 41 da série Cadernos Negros, lançado no final do ano, com poemas de 23 autoras e 23 autores afrodescendentes, resenhado por Gustavo Tanus; O homem azul do deserto, novo livro de Cidinha da Silva, com as considerações críticas de Marcos Antônio Alexandre; O crime do cais do Valongo, segundo romance de Eliana Alves Cruz, objeto das reflexões do crítico Luiz Antônio Simas, reproduzidas de O Globo; Nós – 20 poemas e uma oferenda, de Neide Almeida, apresentado pela também poeta Lívia Natália; e, ainda Lundu, coletânea poética assinada pela estreante Tatiana Nascimento, com a mediação crítica de Anamaria Alves Dias dos Santos. Boa leitura!

 

Cadernos Negros 41

Produzida pelo mais longevo coletivo de escritores brasileiros – o Quilombhoje – a série Cadernos Negros chega ao quadragésimo primeiro número com nada menos do que 46 autoras e autores, entre jovens e veteranos como Cuti, um dos fundadores do coletivo e presença constante na publicação. A seu lado, tomam também a palavra, nomes conhecidos como Esmeralda Ribeiro, Fausto Antônio e Lepê Correia, a fazer companhia a Akins Kintê, Débora Garcia, Zaine Lima, Sergio Ballouk, Serafina Machado e demais poetas da nova geração. A coletânea recebe a leitura atenta de Gustavo Tanus.

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Cidinha da Silva

O questionamento da tradicional divisão entre os gêneros literários descendentes da estética clássica marcou presença ao longo de todo o século XX e permanece nesse começo de século. Nessa linha, a produção de Cidinha da Silva não deixa por menos ao rasurar com talento e inventividade as fronteiras existentes entre o conto e a crônica. E não é outro o perfil narrativo que encontramos nas páginas de O homem azul do deserto, coletânea que leva o crítico Marcos Antônio Alexandre a propor o conceito de conto-crônica para os textos presentes no volume.

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Eliana Alves Cruz

Premiada autora do romance Água de barrela (2016), já em segunda edição, e com experimentos ficcionais em várias antologias, Eliana Alves Cruz premia agora seus leitores com O crime do cais do Valongo, instigante enredo localizado no Rio de Janeiro dos tempos da escravidão. Tempos em que milhares de africanos sequestrados desembarcaram na capital do Império justamente pelo Valongo – espaço de dor, morte e comércio de seres humanos. Sucesso de público e de crítica, o novo livro recebe a apreciação do crítico Luiz Antônio Simas, do jornal O Globo.

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Neide Almeida

Presença constante no movimento negro e uma das responsáveis pelo Museu Afro-Brasil em São Paulo, Neide Almeida retira da gaveta a coletânea Nós – 20 poemas e uma oferenda, em que traz a público toda a sua criatividade no manejo da palavra poética, num conjunto harmonioso e impactante. A autora trafega com desenvoltura pelos caminhos da linguagem e harmoniza com maestria os desafios colocados pela encruzilhada entre estética e política. Seu livro recebe as considerações da também poeta Lívia Natália.

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 Tatiana Nascimento

Autora de uma geração que cultiva a oralidade e marca presença nos duelos de MC’s e slams como forma de ampliar sua iniciação literária, Tatiana Nascimento estreia na produção impressa com o instigante volume Lundu, em que presta homenagem à tradição africana presente na diáspora para, em seguida, poetizar sobre as feridas e desafios cotidianos que pesam sobre juventude negra brasileira. O resultado é Lundu – trabalho já traduzido para o alemão e que é objeto das considerações de Anamaria Alves Dias dos Santos.

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Este é um número especial de nossa newsletter alusivo ao Mês da Consciência Negra, organizado pela pesquisadora Anória Oliveira, professora do Programa de Pós-graduação em Crítica Cultural da UNEB – Universidade do Estado da Bahia. Tem como foco a literatura afro-brasileira dedicada a crianças e adolescentes e traz um mix de livros consagrados, como A cor da ternura, de Geni GuimarãesOmo Oba, histórias de princesas, de Kiusan de OliveiraQuando a escrava Esperança Garcia escreveu uma carta de autoria de Sonia Rosa, ao lado de textos menos divulgados, como Cada um com seu jeito, cada jeito é de um, de Lucimar Rosa Dias e de As tranças de minha mãe, escrito por Ana Fátima. Boa Leitura!

 

 

Kiusan de Oliveira – OMO-OBA: histórias de princesas

Professora, pesquisadora e ficcionista, Kiusam de Oliveira vem se destacando pela produção de uma literatura infantojuvenil que encanta a todas as idades, a exemplo de O Mundo no Black Power de Tayó e O mar que banha a ilha de Goré, seu trabalho mais recente. Seu conhecido OMO-OBA: histórias de princesas é detentor de uma recepção crítica amplamente positiva e recebe as considerações de Anória Oliveira e Reijane Oliveira.

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Lucimar Rosa Dias – Cada um com seu jeito, cada jeito é de um

Neste texto, novamente somos mergulhados no universo de uma menina muito especial. A personagem canta, joga bola, e gosta de ir à escola “quase todos os dias”, pois há momentos em que enfrenta tarefas um tanto cansativas... As questões identitárias estão postas de forma atraente e hábil nesse belo hino à meninice feminina, que desperta a apreciação de Thiara Oliveira e Débora Araújo

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Geni Guimarães – A cor da ternura

Um dos clássicos da literatura infantojuvenil afro-brasileira e detentor de vários prêmios, A cor da ternura penetra no universo infantil feminino e afrodescendente para representar o mundo das diferenças e das desigualdades raciais do ponto de vista da criança. O livro de Geni Guimarães é objeto das considerações de Anória Oliveira e Vanessa Maciel.

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Ana Fátima – As tranças de minha mãe

Autora conhecida por suas intervenções em diversos números da série Caderno NegrosAna Fátima brinda seus leitores com uma verdadeira fábula sobre a afirmação da identidade negra no âmbito da infância e, em especial, no que toca à criança do sexo feminino. Sua ficção confronta o cotidiano sofrido dos bullings e é resenhada por Hildália Fernandes.

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Sônia Rosa

Datada de 1770, a carta de Esperança Garcia é até o momento o primeiro documento escrito por uma mulher escravizada no Brasil do qual se tem notícia. Esse verdadeiro fenômeno motivou a narrativa de Sônia Rosa, apresentada aos nossos leitores pelos pesquisadores Eliane Debus e José Carlos Debus.

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Chegamos à última edição de 2018 desejando a todas e todos que nos leem boas festas, em companhia de Conceição Evaristo, com sua nova experiência ficcional Canção para ninar menino grande, objeto das considerações de Beatriz Resende, reproduzidas da Folha S. Paulo; de Carolina Maria de Jesus, que comparece com Meu sonho é escrever, nova compilação de textos dispersos, apresentada por Lorena Barbosa; e também de Oswaldo de Camargo, que acaba de lançar o polêmico Negro drama, motivo das reflexões de Nazareth Fonseca; de Luana Tolentino, que discute a prática pedagógica em Outra educação é possível, reunião de ensaios comentada por Cristiane Brasileiro; e ainda do volume coletivo Maria Firmina dos Reis – faces de uma precursora, valiosa contribuição aos estudos da escritora maranhense, resenhada por Aline Arruda. Bom final de ano!

 

Conceição Evaristo

Escritora homenageada em 2018 no Brasil, na África e na Europa,Conceição Evaristo não para. Seus livros, traduzidos também para o árabe, ganham leitores em todo o mundo e neste fim de ano a autora nos oferece essa tocante Canção para ninar menino grande, seu mais novo trabalho na seara da ficção. A escrevivência da autora penetra agora no universo masculino pela figura de Fio Jasmim, com seus feitos e frustrações. O literafro novidades reproduz a resenha de Beatriz Resende publicada na Folha de S. Paulo.

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Carolina Maria de Jesus

O ano que se encerra teve bons momentos também para Carolina Maria de Jesus. Além da biografia assinada pelo crítico Tom Farias, a autora tem entre as zelosas guardiãs de seus escritos a pesquisadora Rafaella Fernandez, que organiza o volume Meu sonho é escrever. O livro reúne textos até então esparsos da obra carolineana, incluindo o já clássico “Sócrates africano”, ao lado de escritos tocantes por sua própria natureza de testemunho vivo das vítimas do processo de modernização excludente em curso no país. Confira a resenha de Lorena Barbosa.

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Oswaldo de Camargo

Poeta, ficcionista, crítico, homem de imprensa. Este o perfil deOswaldo de Camargo, herdeiro da melhor tradição moderna, que prescreve o dialogismo entre a produção literária e a crítica. É o que vemos nesse instigante Negro drama – ao redor da cor duvidosa de Mário de Andrade, fruto de pesquisa exaustiva sobre Mário e sua postura identitária ao longo da vida. Oswaldo penetra no clima dos anos 1930, nos debates em torno da integração do negro na sociedade, no momento em que se completava meio século de abolição. O livro recebe as pertinentes reflexões da pesquisadora Nazareth Fonseca.

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Luana Tolentino

Mulher, negra, professora. Além disso, Mestra em Educação e pesquisadora preocupada com os rumos do ensino de História do Brasil, no contexto de descaso pela escola pública, posto em prática nos últimos anos. Eis um esboço do perfil de Luana Tolentino, conhecida por seus artigos na revista CartaEducação e por sua instigante prática pedagógica. Outra educação é possível – feminismo, antirracismo e inclusão na sala de aula reúne reflexões publicadas na revista e objeto de palestras e cursos que vem ministrando em todo o país. Considerado best seller já a partir dos lançamentos ainda em curso, o livro recebe a leitura atenta de Cristiane Brasileiro.

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Maria Firmina dos Reis e a Crítica

Autora do primeiro romance abolicionista da língua portuguesa e uma das primeiras mulheres negras, senão a primeira, a publicar um romance nas três Américas, Maria Firmina dos Reis vem obtendo nesse início de século a recepção crítica que merece. Reconhecimento traduzido em dezenas de teses, dissertações, artigos e ensaios. É precisamente este o perfil do volume Maria Firmina dos Reis – faces de uma precursora, reunião de estudos sobre os diversos ângulos de sua obra. Organizado pelas pesquisadoras Constância L. Duarte, Luana Tolentino, M. Lúcia Barbosa e M. do Socorro Coelho, o novo livro recebe as considerações de Aline Arruda.

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Nosso informativo chega ao número 31 trazendo como sempre resenhas de publicações de relevo para a vertente afro da literatura brasileira. Iniciamos com a nova biografia de Lima Barreto de autoria de Lilia Schawarcz, apresentada por Rafaela Pereira; em seguida, vem Marcelo D’Salete, autor da premiada grafic novel Angola Janga, objeto da leitura de Harion Custódio; e prossegue com os comentários precisos de Alen Silva sobre As aventuras de Lili, novo livro infantojuvenil da poeta Lívia Natália; traz ainda a estreante Elisa Pereira, autora de Memórias da pele, resenhada por Anamaria Santos; e, ainda, as reflexões de Lorena Barbosa a propósito das três biografias de Carolina Maria de Jesus publicadas até o momento. Boa leitura!

 

 

Lima Barreto

Figura até hoje controversa no âmbito da crítica universitária, Lima Barreto foi tema de instigante biografia assinada por Francisco de Assis Barbosa, em meados do século passado. Mais recentemente, sua obra vem sendo estudada por Lilia Swarcz, que agora brinda seus leitores com o vigoroso estudo biográfico Lima Barreto, triste visionário, trabalho de fôlego que recebe as apreciações de Rafaela Pereira.

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Marcelo D’Salete

A Graphic Novel, sucedâneo contemporâneo da antiga história em quadrinhos, tem acolhida garantida entre leitores de todas as idades. Nesse campo, o jovem Marcelo D’Salete tem se destacado com publicações voltadas para o resgate histórico da resistência negra no Brasil, tanto no passado escravista quanto no presente de discriminação e violência. Seu mais recente trabalho, Angola Janga, reconhecido internacionalmente, é objeto da resenha de Harion Custódio.

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Lívia Natália

Uma das mais celebradas expressões da poesia afro-brasileira contemporânea, Lívia Natália traz a público As férias fantásticas de Lili – exitosa experiência no âmbito da produção infantojuvenil, que narra em versos a trajetória de Lili – heroína em busca de sua ancestralidade e de sua construção enquanto sujeito. Ricamente ilustrado por Carolina Teixeira, o novo livro motiva as reflexões de Alen Silva.

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Elisa Pereira

A poesia tem sido historicamente veículo da resistência negra posta em versos e rimas. No século XXI, figura como vigoroso espaço não só de experimentação estética, mas também veículo de vozes negras femininas empenhadas em tomar a palavra para nela inscrever suas inquietações e questionamentos. É precisamente o que nos apresenta Elisa Pereira, em Memórias da pele, seu vigoroso livro de estreia, motivador das pertinentes observações de Anamaria Alves.

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Carolina Maria de Jesus

A escritora mineira nascida em Sacramento vem tendo sua obra recuperada nos últimos anos, tanto em trabalhos acadêmicos, quanto em publicações voltadas para o grande público. Nesta edição, Lorena Barbosa faz uma leitura comparada de três de suas biografias: a mais recente, de autoria do crítico Tom Farias, é cotejada com trabalhos anteriores, assinados pelo historiador Joel Rufino dos Santos, em 2009, bem como pelas pesquisadoras Eliana de Moura Castro e Marília Mata Machado, em 2007.

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