Neste mês de março, o Programa Cátedras Fundep/IEAT recebe a professora Marina Garone Gravier, da Universidad Nacional Autónoma de México. Ao longo de sua estadia de 8 dias, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ela participa de cinco eventos.

 

 Marina Garone Gravier participará de diversos eventos,
a partir do dia 1º de abril

 

Em sua segunda visita à UFMG, Marina Garone ministrará um minicurso de bibliologia com o tema De las fuentes como fuentes: la historia de la tipografía y el estudio material del libro no dia 1º de abril. A atividade ocorrerá no Laboratório de Conservação-Restauração de documentos gráficos e Fílmicos (LaGrafi) da Escola de Belas Artes, das 14h às 18h. São ofertadas 25 vagas e haverá emissão de certificados para os participantes. As inscrições devem ser feitas através do endereço eletrônico O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..

Já no dia 2, a pesquisadora mexicana palestrará na Grande Conferência Línguas indígenas e Tipografia: um desafio para a edição colonial, a partir das 15h, no Auditório 1007 da Faculdade de Letras (Fale). A respeito da arte da tipografia, Marina Garone destaca que “o trabalho editorial gerou vários processos conceituais, técnicos e econômicos que tiveram impacto direto na consolidação da matéria escrita e da produção impressa de obras em línguas indígenas”. Na conferência, serão apresentados inúmeros casos e evidências visuais de livros impressos durante o período colonial, para a compreesão do impacto que a imprensa teve na consolidação das formas escritas das línguas nativas da América. As inscrições, gratuitas, podem ser feitas mediante formulário eletrônico. A conferência será em espanhol, sem tradução simultânea.

No terceiro dia, às 14h, ela estará no lançamento da Red Latinoamericana de Cultura Gráfica, no Auditório Professor Luiz Bicalho, na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH) e, a partir das 17h, ocorrerá, no mesmo local, uma palestra, em que o tema La importancia del diseño gráfico y la cultura visual en la historia de la edición será abordado pela professora. A última atividade é uma mesa-redonda sobre as Perspesctivas para os estudos editoriais na América Latina, que será no dia 4, às 15h, no Auditório 2001 da Fale. As atividades são gratuitas e não exigem inscrição.

Marina Garone

Marina Garone Gravier é doutora em História da Arte pela Universidad Nacional Autónoma de México, pesquisadora do Instituto de Investigaciones Bibliográficas (UNAM), onde dirige o Seminario Interdisciplinario de Bibliología. Atua como pesquisadora correspondente do Instituto de Arte Americano e Investigaciones Estéticas da Universidad de Buenos Aires. Fundou, em 2017, e coordena, ao lado da professora Ana Utsch, a Red Latinoamericana de Cultura Gráfica. Essa rede é fruto do trabalho de cooperação entre a Universidad Nacional Autónoma de México e a UFMG, no campo dos estudos sobre a história do livro e a cultura escrita. A professora também é delegada da Society for the History of Authorship, Reading and Publishing (SHARP).

Considerada referência nos estudos da história da tipografia na América Latina, Marina Garone Gravier é responsável pela publicação do primeiro tratado de tipografia das Américas, intitulado El Arte de Ymprenta de Don Alejandro Valdés, e do trabalho Historia de la tipografia colonial para Lenguas Indigenas, que foi premiado pela Universidad Nacional Autónoma de México, em 2009, e publicado pela Universidad Veracruzana em 2014. Nesse mesmo ano, participou do Fórum Patrimônio Gráfico em Movimento, evento bianual realizado em Diamantina. Desde então, colabora em uma série de publicações e em organização de seminários.

Suas linhas de pesquisa são: história do livro e da cultura gráfica no México e na América Latina e as relações entre artes gráficas e gênero.

Programa Cátedras

O Programa Cátedras visa favorecer o intercâmbio, em diferentes segmentos da pesquisa, entre pesquisadores de renome no cenário mundial e grupos de pesquisadores da UFMG. Sua particularidade, dentro da proposta do Insitituto de Estudos Avancação Transdisciplinares (IEAT), é aliar temas considerados relevantes, em âmbito internacional, a abordagens inovadoras com potencial transdisciplinar. Além das palestras e dos seminários, as cátedras têm o objetivo de gerar publicações. O Programa propicia a permanência, na UFMG, por períodos que podem variar de sete a sessenta dias, de pesquisadores experientes e que, com sólida formação e carreira disciplinar, possam estimular e induzir estudos nas interfaces das disciplinas.

Serão premiados trabalhos de todas as áreas do conhecimento da Faculdade

Como parte das comemorações dos 50 anos de fundação da Faculdade de Letras (Fale), de 18 de fevereiro a 08 de março, estarão abertas as inscrições para o Prêmio Inovação 50 anos da FALE, que selecionará trabalhos acadêmicos inéditos, projetos e escrita criativa, inéditos para compor uma publicação em comemoração ao Jubileu de Ouro da Fale.

O concurso tem como temática “comemoração dos 50 anos da FALE” e/ou algum aspecto de sua história, órgãos, centros de estudos, núcleos e laboratórios, com exceção da modalidade projeto de ensino, que não necessita de se enquadrar na temática.

Serão selecionados e premiados trabalhos de 11 modalidades, com o intuito de abarcar todas as áreas de conhecimento da Fale: artigo acadêmico, na área de Linguística, Literatura e Tradução; escrita criativa/ficcional e factual, como conto, crônica factual, performance, produção transastística e poesia; projeto de edição; projeto de ensino, ensino de português na educação básica, ensino de outras línguas na educação básica.

Podem se inscrever estudantes da Fale, da licenciatura e bacharelado. Os interessados devem enviar o formulário de inscrição, no anexo a do edital, comprovante de matrícula, cópia do trabalho em formato pdf, carta ou e-mail de cessão de direitos autorais para publicação de texto e/ou imagem de autoria de terceiros (se aplicável), para o e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.. Mais informações podem ser consultadas no site http://www.letras.ufmg.br/50anos/ ou no edital.

Semelhanças temáticas entre a negritude e o Teatro Negro serão analisadas, em diversas perspectivas

Com a proposta de apontar para a influência da cultura afro-brasileira nos diversos nichos sociais, o Encontro Negritude e Teatro Negro reunirá artistas, estudantes, professores e pesquisadores nos dias 22 e 23 de novembro, das 9h às 21h, no auditório 1007 da Faculdade de Letras (Fale). O evento, organizado pelo professor Marcos Alexandre e pela professora Elisa Belém, abordará questões relacionadas à oralidade, religião, às vivências de mulheres negras, assim como aos processos criativos que perpassam a negritude e refletem no Teatro negro.

O debate sobre a expressão das minorias sociais também está presente na pesquisas promovidas pelo Núcleo de Estudos Interdisciplinares da Alteridade (NEIA) que, juntamente com o Projeto de Extensão Literatura Afro-Brasileira em Foco, estiveram à frente da realização do Encontro. Na tentativa de compreender como as representações de gênero, etnia e cultura popular convergem-se na contemporaneidade, o universo da negritude estará no centro desse evento através de discussões embasadas pela teoria e pela prática de diversos estudiosos do tema.

Além da Fale, a comissão organizadora também recebeu apoio do Centro de Extensão da Faculdade de Letras (CENEX-Fale), do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), do Programa de Apoio Integrado a Eventos (PAIE/PROEX) e do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários (Pós-Lit).

Não é necessária inscrição para participar do Encontro. Para mais informação, acesse https://goo.gl/feA7bC.

A abertura, que ocorre na próxima segunda, dá início a atividades que irão até abril de 2019

Há 50 anos, no dia 26 de novembro de 1968, a Faculdade de Letras era fundada. Desmembrou-se da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (Fafi), que abrigava o curso de Letras, criado em 1939 por intelectuais mineiros, em sua maioria vinculados ao Colégio Marconi. Para dar seguimento às comemorações do Jubileu de Ouro, no próximo dia 26 de novembro, O Centro de Memória da Fale (Cememor-Fale) abre a exposição Vidinha de bordo: o turista aprendiz – 50 anos da Faculdade de Letras, com a curadoria das professoras Heloísa Penna, Sueli Coelho e Tereza Virgínia Barbosa, às 18h, no espaço expositivo do Cememor.

A exposição compõe a programação, que iniciou as comemorações no dia 16 de outubro com a Solenidade de Abertura, em que foram homenageadas grandes personalidades que contribuíram para a construção da história da Fale, dentre os quais estiveram presentes ex-diretores, representantes das câmaras e de todos os setores da Faculdade e servidores recém-aposentados.

A abertura contará com apresentação de Que reste-t-il de nos amours?, interpretação da Professora Lúcia Jacob, com acompanhamento de Tarcísio Veiga, ex-aluno da Fale, poesia autoral do estudante Matheus Henrique, com acompanhamento musical de Luísa Belico, interpretação à capela do estudante Deydson Tcharles de I want to hold your hand e peças de Carl Orff: Odi et amo in Catulli carmina  et Fortune plango vulnera in Carmina Burana, com os cantores Júlia Avellar, Célio Souza, Marcelo Ribeiro, Flávia Reis e Walter Mazzoni.

A exposição será composta por objetos, fotografias, vídeo contando fatos importantes que ocorreram no mundo, no Brasil e em Minas Gerais no ano de 1968, audio poemas gravados por professores da casa e um espaço de consulta ao acervo de periódicos da Fale, livros de ex-alunos escritores. Além disso, estão planejadas exposições itinerantes, para o ano de 2019, rodas de conversas com professores, ex-alunos e palestras, que também farão parte da programação da exposição.

A participação na abertura é gratuita e sem necessidade de inscrição prévia. Haverá lista de presença para emissão de certificados. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 3409-5108 ou pelo e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..

Acompanhe a programação das comemorações no site http://www.letras.ufmg.br/50anos/.

Livros de professor da Fale reúnem materiais de documentação e registro do Tenetehára

Na língua Tenetehára, os Guajajaras, que habitam, entre outras terras, o Vale do Rio Pindaré, no Maranhão, são “os donos e aqueles que carregam o cocar”. Pesquisa desenvolvida há mais de 10 anos pelo professor Fábio Bonfim, da Faculdade de Letras, em colaboração com outros pesquisadores e lideranças da própria etnia, vem ajudando esse povo a também se apropriar de sua língua, o Tenetehára, fortemente ameaçada de extinção pela pressão imposta pelo idioma português.


Os estudos resultaram nos livros Interpretação de textos e ­atividades gramaticais na língua Guajajára e Coletânea de narrativas guajajáras. “Trata-se de um apurado material de documentação e registro da língua e da literatura Tenetehára [pertencente à família linguística tupi-guarani, tronco tupi], que será de grande valia para o trabalho de educação escolar nas aldeias”, explica Fábio Bonfim.


O professor contou com a colaboração de quatro pesquisadores: as professoras Marina e Cíntia Guajajara, lideranças da aldeia Lagoa Quieta, na Terra Indígena Araribóia, o professor Quesler Fagundes Camargos, do Departamento de Educação Intercultural da Universidade Federal de Rondônia (Unir), e o pesquisador Ricardo Campos Castro, pós-doutorando em linguística na Universidade de Campinas (Unicamp).


O volume de literatura cobre aspectos da cosmologia e do imaginário do povo Guajajara e reúne estórias sobre a criação da lua, do fogo e da luz, entre outros temas do imaginário indígena. O outro volume aborda elementos da estrutura gramatical da língua e se subdivide em exercícios práticos e atividades de leitura e escrita. “Com esse material, acreditamos que os Tenetehára Guajajára terão maior controle social das relações linguísticas, interculturais, econômicas e políticas, além de acesso a instrumentos que lhes possibilitem dominar a modalidade escrita de sua língua nativa”, avalia o pesquisador.

Volume de literatura aborda cosmologia e imaginário Guajajara
Reprodução


Idas e vindas


Fábio Bonfim conta que começou a desenvolver a pesquisa em 2005, no âmbito do Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos (Poslin), e os livros são fruto de um trabalho intenso marcado por suas viagens e de outros pesquisadores às terras indígenas, no Maranhão, e pela vinda à UFMG, no período de 2012 a 2016, de professores indígenas para a produção dos materiais no Laboratório de Línguas Indígenas e Africanas (Laliafro), durante as oficinas de revitalização linguística. Entre os professores que participaram do trabalho de supervisão dos volumes, estão Cíntia, Moisés, Luiz ­Carlos, Zezico, ­Raimundo Alves de Lima, Marcilene e Danúbia, todos da etnia Guajajara.

 

O livro contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Fundação OAK.


Dissertações, teses e artigos científicos elaborados sobre a ­língua Tenetehára estão disponíveis no site do professor Fábio Bonfim e no portal do Laboratório de Línguas Africanas da Fale.
Obras: Interpretação de textos e atividades gramaticais na língua Guajajára e Coletânea de narrativas guajajáras


Coordenação: Fábio Bonfim Duarte
Organização: Cíntia e Marina Guajajara, Quesler Fagundes Camargos e Ricardo Campos Castro
Diagramação: Sília Moan
Edição: Fale/UFMG
Acesso: Os interessados podem enviar mensagem ao professor Fábio Bonfim (O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.) solicitando os volumes em formato pdf


(Matéria publicada no Boletim UFMG, dia 05 de novembro, por Isabella Lisboa)
Acesse a matéria aqui: https://ufmg.br/comunicacao/publicacoes/boletim/edicao/2039/os-donos-do-cocar-e-da-lingua

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PÓS-GRADUAÇÃO