Obra reúne trechos de grandes nomes das Literaturas grega e latina

Embasado em um tema recorrente na literatura universal, o livro Tempestades Clássicas: dos antigos à era dos descobrimentos, lançado no ano de 2018, analisa a escrita de nomes como Homero, Virgílio, Ovídio e Camões, comparando as narrativas de tempestades que se passam com Odisseu e Eneias. A perenidade do conteúdo é apontada pelos professores da Faculdade de Letras (Fale), Tereza Virgínia Ribeiro Barbosa e Matheus Trevizam, que são co-autores junto à Júlia Batista, doutoranda pela Fale.

A ideia original era a de um artigo produzido por Tereza Virgínia e Matheus Trevizam, da área de Estudos Clássicos,  que foi expandido para um livro, pois isso “permitiria refinar mais as análises da Odisseia e da Eneida e, ao mesmo tempo, trazer mais autores, antigos ou modernos, como Calímaco de Cirene, Ovídio Nasão, Luís de Camões etc.”, explica o professor, também relatando que foi nesse momento de expansão que Júlia juntou-se ao projeto. Ao escolher autores que, segundo Tereza Virgínia, “são matrizes de textos incontáveis”, os co-autores têm o objetivo de “ensinar a ler as belezas literárias ali presentes”.

Essa “beleza” das Literaturas, no Ocidente, apresentava-se através do processo de reescrita criativa, que carrega características marcantes de um modelo literário anterior. Adotando a perspectiva tradicional de Homero como um padrão, eles escolheram autores que seguem o modelo daquele que é considerado o “pai” dos gêneros e de muitos outros temas literários. No entanto, Matheus Trevizam aponta para o fato de que as análises extrapolam o viés teórico no momento em que o resultado da leitura dos originais destaca aspectos peculiares dos diferentes tipos de escritas, que criam “teias imagéticas e sonoras mobilizadas por cada poeta”.

A escolha desse tema, visto como originalmente épico, está ligada também à sua carga metafórica. As tempestades podem ser “emocionais”e, até mesmo, associadas ao fim do mundo.

Os interessados podem ter acesso gratuito ao livro por meio do link a seguir: https://digitalis.uc.pt/pt-pt/livro/tempestades_cl%C3%A1ssicas_dos_antigos_%C3%A0_era_dos_descobrimentos .

Trabalhos inscritos apresentarão desde perspectivas conceituais até produções artísticas visuais e musicais

Fonte: Reprodução/Internet
Legenda: Colóquio estabelecerá diálogo entre escrita, som e imagem

A segunda edição do Colóquio Internacional: Escrita, Som, Imagem ocorre entre 21 e 25 de maio, deste ano, sob a organização do Grupo Intermídia, da Escolas de Belas Artes, Escola de Música, da Faculdade de Letras e do Departamento de Comunicação Social da UFMG. O objetivo é receber pesquisadores que abordarão assuntos relacionados à Intermidialidade e aos Estudos Interarte, nos eixos temáticos: Palavras, imagens e sons através do tempo; História, teoria, criação e crítica; Intermidialidade e Estudos Culturais; Processos intermidiáticos: transposição, combinação e referência; Escrita, som, imagem: perspectivas conceituais; Memória, escrita, som e imagem; Tecnologias digitais nas artes e nas mídias; Literatura e outras artes; Artes Visuais e outras artes; Música e outras artes.

A data para a submissão de resumos encerrou-se no último dia 20 de janeiro e foram contempladas as modalidades as modalidades de Comunicação Coordenada e Comunicação Individual. Mas ouvintes têm até o dia 20 de maio para se inscrever. O investimento para professores do ensino básico é de R$50, enquanto a taxa para pesquisadores e professores universitários será de R$150 e, para alunos da Pós-Graduação, R$80.

Promoção de diálogos

Idealizado para debater e promover diálogos sobre diferentes linguagens que permeiam campos acadêmicos, artísticos e teóricos, o Colóquio já reuniu mais de 200 pesquisadores já em sua primeira edição.

O evento é organizado pelo Grupo Intermídia, da Escolas de Belas Artes, Escola de Música, da Faculdade de Letras e pelo Departamento de Comunicação Social, que foi criado pela professora Thaïs Flores, da Faculdade de Letras (Fale), em 2005, coordenadora das atividades do Grupo em parceria com Claus Clüver, professor da Indiana University.

Para mais informações sobre o evento e sobre o processo de inscrição, basta acessar o site www.letras.ufmg.br/intermidia2019 e as mídias sociais do Grupo Intermídia: Facebook, Instagram e Twitter.


A obra de Rubem Fonseca é tema de uma das mesas

Nos dias 13 e 14 de dezembro, a Faculdade de Letras recebe o simpósio, gratuito, O realismo hoje: dimensões e impasses, no auditório 2003, segundo andar da Faculdade.

O evento contará com a participação de professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Centro Federal de Educação e Tecnologia (Cefet-MG), da Universidade de Brasília (UNB) e da casa.

No dia 13, a mesa de abertura será composta pelo professor Luis Alberto Alves, da UFRJ, com a palestra Matéria e Antimatéria: Glauber Rocha e Rubem Fonseca na linha de frente, e pelo professor da Fale, Marcos Rogério Cordeiro, com a palestra A historiografia literária brasileira em perspectiva, das 18h30 às 20h30.

No dia 14,  das 9h às 11h30, o professor do Cefet, Alysson Quirino Siffert, apresenta O mito do Fausto como expressão do fascismo em Mefisto e Dr. Fausto, e seus paralelos com o Grande Sertão: Veredas, juntamente com Henrique Barros, que apresenta A representação da história em Boitempo, de Carlos Drummond de Andrade, e Wagner Guimarães, com O significado da vanguarda em Oswald de Andrade e o sequestro da história pelos concretistas, ambos da Fale.

O evento é gratuito e sem necessidade de inscrição prévia. Mais informações podem ser obtidas na página do evento, no Facebook. A programação completa pode ser acessada aqui.

A ideia é que a gente consiga profissionalizar cada vez mais a área”, afirma coordenadora do curso


O dia 20 de novembro de 2018 marcou a aprovação, pelo Conselho Universitário da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da criação do curso de Letras-Libras: “Conseguimos que a Congregação da Fale aprovasse esse novo curso, que é voltado para uma minoria linguística brasileira, pois são pessoas que não têm o Português como a língua primária”, afirma a professora Giselli Mara.

Giselli é uma das responsáveis pela iniciativa, juntamente com Elidéa Bernardino, professora do Núcleo de Libras e coordenadora do  Núcleo de Estudos sobre Libras, Surdez e Bilinguismo (NELiS); Guilherme Lourenço, professor assistente da Fale e Doutor em Linguística Teórica e Descritiva; Michelle Murta, doutoranda em Linguística Teórica e Descritiva e atua como professora assistente; Rosana Passos, professora da Fale na área da Libras e doutora em Linguística Teórica e Descritiva.

De acordo com Giselli, que  ocupa o cargo de coordenadora do Colegiado do curso de Letras-Libras da Faculdade de Letras (Fale), a origem  da relação diferenciada que a comunidade de surdos constrói com a Língua Portuguesa se dá no momento que os deficientes auditivos usam o Português apenas para ler e escrever, o que os leva a enxergar, na Língua Brasileira de Sinais (Libras), um símbolo cultural: “Para essas pessoas, o termo ‘surdo’ não tem um sentido pejorativo. Pelo contrário, ser ‘surdo’ ou ‘surda’ é fazer parte de uma comunidade e fazer uso da Língua de Sinais”, explica.

O fato de serem uma minoria é apenas uma das razões para a criação de um novo curso. Desde o decreto 5626/2005, que estabelece diferentes estratégias para assegurar o reconhecimento da Libras como uma Língua no Brasil, a demanda de professores para a área aumentou. Essa necessidade social é reiterada pelos dados que embasam o Projeto Pedagógico de Curso: Licenciatura Especial em Letras-Libras, que indicam o aumento do número de estudantes das disciplinas da área de Libras desde 2010 – primeiro ano em que Fundamentos de Libras online foi ofertada na Fale. Em 2015, a Faculdade recebeu mais de 4.000 pedidos para cursar essa disciplina e, no primeiro semestre do ano seguinte, 2.345 pessoas demonstraram o mesmo interesse.  Atualmente, 1.050 alunos, de todas as áreas do conhecimento na UFMG, participam das atividades online e, na modalidade presencial, o curso conta com 35 estudantes, em sua maioria da Fale.

“Uma das motivações para a criação do curso é a UFMG ter recebido um documento oficial da Secretaria de Estado da Educação (SEE), pedindo que fosse oferecido o curso de formação em Libras”, relata Giselli, referindo-se ao Ofício enviado em dezembro de 2015. As conversas que deram origem a esse Curso de Licenciatura Letras-Libras iniciaram-se em 2016 e, já naquela época, os envolvidos entenderam que era necessário um curso que fosse separado das outras licenciaturas e voltado somente para a formação de docentes da Libras. Em consonância com essa visão, decidiu-se que o processo seletivo também será voltado para a comunidade surda e, por isso, a seleção será composta por duas provas, em Português e em Libras, uma preocupação com a diferença linguística.

A garantia da coexistência das duas línguas em uma prova de vestibular é uma das estratégias necessárias para que a acessibilidade e a inclusão sejam socialmente instauradas. Giselli Mara aponta para outro aspecto que reforça a exclusão da comunidade surda ao informar que “existem mais de 200 comunidades linguísticas no Brasil, mas aqui nós temos o chamado ‘mito mono-linguístico’, que é achar que todos falam Português. Isso é um equívoco muito grande”.

Expressão oficial da comunidade surda

No dia 24 de abril de 2002, através da Lei nº 10.436, a Libras ganhou reconhecimento como “meio legal de comunicação e expressão oficial da comunidade surda”, assim caracterizada no Projeto Pedagógico. A partir do decreto 5.626 do ano de 2005, essa lei é regulamentada e oficializa-se a exigência da garantia do direito à educação das pessoas surdas. Esse decreto traz à tona exigências como a inclusão da Libras como disciplina curricular nos cursos de formação de Licenciatura e de Fonoaudiologia, além da formação de docentes para o ensino da Língua de Sinais nas séries finais do ensino fundamental e nos ensinos médio e superior.

Giselli ainda pontua que a demanda gerada por esse decreto, que prevê a criação de cursos de Letras-Libras, em conjunto com a alta concentração de surdos na Região Sudeste, reforçam a necessidade da existência de uma graduação separada para essa comunidade. Essa estrutura curricular e pedagógica gera um ambiente mais inclusivo para os 1.001.344 pessoas com deficiência auditiva em Minas Gerais, um número constatado pelo Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010. Esse número é o equivalente a 5,11% da população, composta por 1,2% que apresentam surdez grave ou severa.

As estatísticas apresentadas, quando comparadas com a infraestrutura educacional e oferta de professores especializados, ilustram um cenário que ainda conta com a falta de acessibilidade, apesar dos avanços evidentes em relação à criação dos cursos de Letras-Libras. Especificamente em Minas Gerais, apenas uma turma finalizou a graduação do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet – MG) em 2012.

Com o objetivo de contribuir para a mudança desse cenário e reforçar o lugar da Libras como a primeira língua das pessoas surdas, o curso na Fale foi estruturado para abrigar disciplinas que podem ser lecionadas em Libras, mas também por professores que não são fluentes na Língua de Sinais, que contarão com o apoio de intérpretes do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI), durante as aulas.

A expectativa da equipe que criou o curso Letras-Libras é que sejam formados professores surdos e ouvintes, que irão lecionar para ambas as comunidades linguísticas, atuando tanto nas escolas especiais quanto nas comuns com inclusão de deficientes auditivos. Esses profissionais enxergarão, na comunidade surda, a heterogeneidade de “representações culturais e identitárias”, conforme consta no Projeto Pedagógico.

Giselli afirma que “a ideia é que, a longo prazo, a gente consiga profissionalizar cada vez mais a área. Esperamos que esses profissionais possam ir se formando em Letras-Libras e conquistando os espaços através de concursos do Estado e da Prefeitura”.

 

Clara Bernardes

Jornalista e estudante do curso de Letras na UFMG

Nos próximos dia 26 e 27, a Faculdade de Letras (Fale) recebe, no auditório 2003, o 6º Workshop Interinstitucional do Projeto Empoder@ uma iniciativa que enfocará os aspectos de acessibilidade e usabilidade.

A iniciativa visa o desenvolvimento de aplicativos de computação móvel



Foto: Fotos públicas/ SIDNEY OLIVEIRA / ARQUIVO AG. PARÁ

 

A programação iniciará às 10h e contará com palestras, mini-cursos e oficinas que promoverão o debate sobre requisitos e necessidades da modelagem da linguagem verbal e língua de sinais para desenvolvimento de aplicativos de computação móvel destinados a promover o autocuidado em saúde e o manejo de doenças crônicas.

O Workshop é uma iniciativa do Laboratório Experimental de Tradução, do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos, da Fale, em parceria com o Núcleo de Pesquisa em Gestão, Educação e Avaliação em Saúde da Escola de Enfermagem e do Departamento de Estatística, do Instituto de Ciências Exatas (Icex), bem como o apoio do Núcleo de Acessibilidade de Inclusão (Nai), da Pró-reitoria de Extensão (Proex) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG).

A inscrição é gratuita e a programação pode ser conferida no site: http://www.letras.ufmg.br/acessibilidade/. Outras informações podem ser obtidas pelo e-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..

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cenex    CEFALE SAEL

PÓS-GRADUAÇÃO