não

não sei se tirei a couraça
não sei se rolei na cachaça
não sei se curei a ferida
pois não suporto a ausência
quando os outros dizem não
só sei que é violência
essa marca rotulada
essa coisa velada

não
minha vida diz não

(Eu, mulher negra, resisto, p. 87).

 

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LIVROS E LIVROS

Ficção

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Poesia

Cadernos Negros 43 - poemas afro-brasileiros
É precisoÉ preciso falar por mimÉ preciso falar para mimÉ preciso falar por nósÉ preciso falar para nósÉ preciso falar de nósÉ preciso falar...É preciso destravar as portasÉ preciso ampliar as passagens           Fátima Trinchão Negrituderodas césairianasafetos, transe, transeuntessob o aroma da encruzilhada.poros dilacerados pelos raiosno oriuma gelede.                     David Alves Exu de frenteTodo dia um corpo tombaNa velocidade da luzE nós segurando as velas.Eu chamo Tranca-RuaNa encruzilhada da vie...

Ensaio

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Infantojuvenil

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Júlio Ludemir (Org.) - Carolinas: a nova geração de escritoras negras brasileirasCarolina, Carolinas, e um futuro que se abre Fernanda Rodrigues de Miranda* Carolina Maria de Jesus é um signo. Uma mulher preta insubmissa. Altaneira. Um caminho luminoso que se abriu na mata fechada. Uma clareira. Uma revolução. Sabe dela quem sabe das bifurcações de cada gesto, quem sabe dos desafios de si, quem colhe vento de mudança porque antes lutou pelas mudas de ousadia. Carolina é uma estrada. Sua grande marca na literatura é aquela que sinaliza a nossa cor, a nossa cara, a nossa resistência, a nossa herança. De tudo que ela nos deixou, ficou principalmente o sim, eu escrevo.  “– ...

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