DADOS BIOGRÁFICOS

Eliane Marques nasceu em Sant’Ana do Livramento, Rio Grande do Sul, fronteira entre Brasil e Uruguai. Advogada, reside atualmente em Porto Alegre, onde atua como Auditora Pública Externa do Tribunal de Contas do Estado. Além das Graduações em Pedagogia e Direito, é Especialista em Constituição, Política e Economia, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Mestre em Direito Público pela UNISINOS. Fez formação em Psicanálise na “Après Coup Porto Alegre Psicanálise e Poesia” e foi uma das ministrantes, nessa instituição, do curso de Direito e Psicanálise. Nesse contexto, dedicou-se à tradução do volume O Trágico em psicanálise, de Marcela Villavella, que veio a público em 2012. Nesse mesmo ano, esteve à frente do projeto “Poetas do Futuro”, do qual participaram crianças e adolescentes acolhidos pelo Instituto Recriar, trabalho este que originou a revista Não é o bicho (2012). Foi também responsável pela organização do livro No meio da meia-lua, primeiros versos (2013), do coletivo Africanamente Escola de Capoeira Angola. E coordenou, junto com outros poetas, o AEDO – Arte e Expressão da Oralidade – Festival de Poesia, bem como as várias edições do Porto Poesia. Sua atuação como intelectual e escritora abarca ainda a coordenação do projeto “Escola de Poesia”, bem como a coordenação editorial da revista OVO DA EMA.

Como autora, integrou, em 2008, a coletânea Arado de palavras, ao lado de outros autores sulistas, bem como a revista Água Viva. Sua primeira publicação individual, Relicário, de 2009, dá mostras do talento de Eliane Marques com a arte da palavra em poemas que demonstram uma estruturação harmoniosa e inventiva, voltada à memória e a seus precursores.

Lançado em 2015, E se alguém o pano revela a proeminente capacidade criativa e estética da poeta, ao apresentar-nos textos inovadores, lastreados em elevado rigor formal. Os poemas, em primeiro momento, exigem um modo de leitura diferente do convencional: um olhar poético escrutador, não automático, que desconfia e investiga. Feito isso, o que já aparecia como fenomenal, pela riqueza de imagens, sons, ritmos e efeitos, se revelará como um universo poético multidimensional. E nesse mundo de belezas, como linha nevrálgica que interliga tudo, encontramos um sujeito étnico feminino, traduzido pelo lugar de fala textual de onde se projeta uma mulher negra autora, sujeito de si, insubmissa, peculiar, que com maestria “dissimula uma raiva contida, bem aplicada, isto é, um tipo de disposição textual capaz de conferir à forma um enviesamento mais cortante, impiedoso: o estilo da revanche.” (AUGUSTO, 2015, p. 12). Em E se alguém o pano, o tratamento pungente dado à construção de uma memória que nos remete à história das diásporas e à experiência do ser negro(a) no mundo é notório e merecedor de uma recepção crítica mais ampla do que a existente até o momento.

 Referência

AUGUSTO, Ronald. O estilo da revanche em e se alguém o pano. In: MARQUES, Eliane. e se alguém o pano. Porto Alegre: Escola de Poesia, 2015.

 


PUBLICAÇÕES

Obra individual

Relicário. Porto Alegre: Grupo Cero Brasil, 2009. (poesia).

E se alguém o pano. Porto Alegre: Aprés Coup - Escola de Poesia, 2015. (poesia).

O poço das marianas. Edição bilingue português-espanhol, com caderno de crítica em anexo. Porto Alegre: Escola de poesia, 2021. (poesia).

Antologias

Arado de palavras. Porto Alegre: Grupo Cero, 2008.

 


TEXTOS

 


CRÍTICA


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