DADOS BIOGRÁFICOS

Paulista, morador de Pirituba, Michel Yakini, é escritor, editor e produtor cultural, com atuação significativa nos movimentos de literatura periférica da cidade e do estado de São Paulo. Como cronista, assinou coluna no jornal Brasil de fato em sua edição online. Atualmente, conclui seu segundo curso superior como estudante de Letras da USP. Seu sobrenome revela intimidade com o universo do futebol, pois é uma homenagem ao jogador Rashidi Yekini, o maior artilheiro da seleção nigeriana e autor do primeiro gol da Nigéria em Copas do Mundo.

Nascido e criado na periferia, não se conforma com as carências a que está submetida a população com a qual convive desde criança. A paixão pelo futebol também vem desse tempo, em que participa de diversas competições entre times da várzea paulistana. Mais tarde, reúne um grupo de jovens ligados ao RAP, à literatura e à cultura popular para fundar o Coletivo Literário Sarau Elo da Corrente.

Segundo o escritor, esses saraus refletem o encontro do RAP com a cultura popular nordestina, trazida pelos migrantes que chegaram em busca do sonho de uma vida menos sofrida. Na periferia, encontram no RAP um instrumento cultural empenhado em despertar uma consciência política e social, sendo veículo do protesto, voz ruidosa e dissonante que faz frente ao melodioso discurso de manutenção do status quo. Esta iniciativa tem colhido bons frutos, disseminando o gosto pela literatura entre os mais jovens e divulgando os bens culturais produzidos pelos que vivem à margem dos centros culturais hegemônicos.

Seguindo os passos do Quilombhoje e de outros grupos de autores negros e periféricos, o Coletivo Elo da Corrente é responsável pela realização de saraus literários onde os autores se aproximam do público, que também tem a palavra e se integra às apresentações. Além disso, o coletivo edita, divulga e comercializa os livros de seus componentes, atuando de forma alternativa ao mercado editorial.

Michel Yakini estreia na literatura em 2007, com a publicação de Desencontros, no qual dá mostras seguras de seu talento de ficcionista, com inegável domínio das técnicas da short story. Em 2012, vêm a público suas experiências com a poesia através do volume Acorde um verso, em que aborda questões atinentes à contemporaneidade, com destaque para os desafios dos relacionamentos humanos e para a questão racial. Já em 2014, lança seu terceiro trabalho individual, Crônicas de um peladeiro, em que aborda de modo envolvente e apaixonado o universo do futebol.

Participa ainda de diversas antologias, entre elas Cadernos negros, volumes 30 (2007) e 32 (2009), de contos; Pelas periferias do Brasil (2007); Sarau Elo da Corrente: prosa e poesia periférica (2008); Negrafias (2008); Antologia poesia na Brasa (2009); Sarau da Ademar: primeiras prosas; e Coletivo Perifatividade: fundão do Ipiranga.

 


PUBLICAÇÕES

Obra Individual

Desencontros. São Paulo: Ed. do autor, 2007. (contos).

Acorde um verso. São Paulo: Elo da Corrente Edições, 2012. (poesia).

Crônicas de um peladeiro. São Paulo: Elo da Corrente Edições, 2014. 2. ed. São Paulo: Elo da Corrente, 2016. (crônicas).

Amanhã quero ser vento. São Paulo: 11 Editora, 2018. (romance).

Na medula do verbo. São Paulo: Avangi Cultural, 2021. (crônicas).

Antologias

Cadernos Negros 30, Organização de Esmeralda Ribeiro e Márcio Barbosa. São Paulo: Quilomboje, 2007.

Pelas periferias do Brasil. Organização Alessandro Buzo. Vol.1. São Paulo: Suburbano Convicto Edições, 2007.

Negrafias – literatura e identidade. Organização de Marciano Ventura. Vol.1. São Paulo: Ciclo Contínuo, 2008.

Sarau Elo da Corrente – prosa e poesia periférica. Organização de Michel da Silva e Raquel Almeida. São Paulo: Elo da Corrente Edições, 2008.

Sarau da Brasa. Organização de Coletivo Cultural Poesia na Brasa. Vol. 1. São Paulo: Elo da Corrente Edições, 2009.

Cadernos Negros 32. Organização de Esmeralda Ribeiro e Márcio Barbosa. São Paulo: Quilomboje, 2009.

Antologia poesia na Brasa. Organização de Coletivo Cultural Poesia na Brasa. São Paulo: Ed. dos Autores, 2009.

Negrafias – literatura e identidade. Organização de Marciano Ventura. Vol. 2. São Paulo: Ciclo Contínuo, 2009.

Sarau da Brasa. Organização de Coletivo Cultural Poesia na Brasa. Vol. 2. São Paulo: Elo da Corrente Edições, 2010.

Pode pá q é nois q tá. São Paulo: Edições Mesquiteiros, 2012.

Sarau da Ademar. São Paulo: Coletivo Sarau da Ademar, 2012.

Sarau Perifatividade. São Paulo: Coletivo Perifatividade. 2012.

Do Luto a Luta. São Paulo: Organização de Movimento Mães de Maio, 2011.

Cadernos Negros 36. Organização de Esmeralda Ribeiro e Márcio Barbosa. São Paulo: Quilomboje, 2013.

 


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