Afirmação

Eu sou negro de alma e corpo
De extensa linhagem de heróis anônimos
de arma em punho e coração aberto
negro de face marcada com a lágrima
ferramenta de frio corte que penetra minha armadura
sou negro de máscara em rosto e dedo em riste
tenho direito de ser negro
negro de cabelos crespos ou não
negro de riso largo e cabelo trançado
negro de pele
negro de coração
negro engajado
negro por herança
Olhos por espelho
A minha pele não me deixa optar
Sou negro e ponto.
Ser negro de coração é opção, é dom
Pode ser que no meio da minha guerra eu te sorria
Sou guerreiro
A minha ginga é luta não confunda
Ou você entra na roda ou leva uma rasteira
                                       (Todas as vozes, p. 41.)



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LIVROS E LIVROS

Ficção

Plínio Camillo - Outras vozes
   O escravo João Domingos comeu comigo-ninguém-pode até relinchar. A crioula Joana Adelaide, achada toda torta, finada com a língua grande e roxa. O doméstico, João Afonso, descoberto atrás do pasto com o rosto todo contraído a estrebuchar.   Plínio Camillo 2015      As narrativas tão amplamente disseminadas e recorrentemente mostradas em filmes, livros de história e novelas açucaradas de final de tarde pintam um quadro da escravidão no Brasil que perpassa pela narrativa de feitores benignos e a f...

Poesia

Marleide Lins de Albuquerque, Ernesto Moamba (Orgs.) – Antologia poética Brasil-Moçambique
 Criar caminhos de diálogos entre Brasil e África sempre esteve em pauta no cenário literário brasileiro. Seria perverso olvidar que os primeiros escritos produzidos por brasileiros/as tiveram a presença da África como parte inegável de nós mesmos. Todavia, a maneira como foi poetizado ou narrado o continente, o ethos populacional, o fluxo diaspórico e as heranças aqui deixadas sofreram intermitentes desvalorizações, uma vez que a historiografia li...

Ensaio

Ronald Augusto - O leitor desobediente
“O compósito verbal transnegressão, cunhado por ele [Arnaldo Xavier], tenta dar conta – através da justaposição dos vocábulos (transgressão + negro), ao estilo de montagem cinematográfica – de uma proposta estética interessada em lesar tanto as ideias feitas que orientam nossas filosofias de vida, quanto a imagem de um cânone totalizante, “universal”, vantajoso (para quem?), a ponto de poder ser aplicado em qualquer tempo-espaço” (AUGUSTO, Ronald, p. 119). Esse fragmento, extraído do ensaio ...

Infantojuvenil

Aroldo Macedo e Oswaldo Faustino - Luana
Considerada por muitos a primeira heroína negra das histórias em quadrinhos brasileiras, Luana, garotinha de oito anos, capoeirista e descendente de quilombolas, faz o protagonismo feminino e negro tornar-se presente também na literatura voltada para crianças e adolescentes. Produto da criatividade dos autores Aroldo Macedo e Oswaldo Faustino, Luana é uma menina que gosta de estudar e...

Memória

Júlio Ludemir (Org.) - Carolinas: a nova geração de escritoras negras brasileirasCarolina, Carolinas, e um futuro que se abre Fernanda Rodrigues de Miranda* Carolina Maria de Jesus é um signo. Uma mulher preta insubmissa. Altaneira. Um caminho luminoso que se abriu na mata fechada. Uma clareira. Uma revolução. Sabe dela quem sabe das bifurcações de cada gesto, quem sabe dos desafios de si, quem colhe vento de mudança porque antes lutou pelas mudas de ousadia. Carolina é uma estrada. Sua grande marca na literatura é aquela que sinaliza a nossa cor, a nossa cara, a nossa resistência, a nossa herança. De tudo que ela nos deixou, ficou principalmente o sim, eu escrevo.  “– ...

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