APARTHEID

Tempo presente gera
negros gera
brancos
e a convivência
com a vida
mistura sono com
luta
os seres fazem a divisão
diferença geográfica
mudam a língua
cultuam a racionalidade
da máquina
repartem a nossa cultura
esquecem nossos líderes
símbolos mortos

nascem negros
formam trincheiras
crescem em sonhos
trocando lágrimas
aventuras guerreiras
loucos que perguntam
o significado das palavras
“é inútil resistir”

 (Eu, mulher negra, resisto, p. 26.)

 

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LIVROS E LIVROS

Ficção

Jeferson Tenório - O beijo na parede
Jovem carioca radicado em Porto Alegre, Jeferson Tenório tem se revelado um ficcionista de grande fôlego. Desde 2008, quando teve seu conto “Cavalos não choram” contemplado no “Concurso Paulo Leminski”, apresenta uma trajetória de premiações que abrem caminho para o reconhecimento cada vez maior de seus escritos. Publicado em 2013 em Porto Alegre e vencedor do prêmio de “Livro do Ano” da Associação Gaúcha dos Escritores, O beijo na parede, já em terceira edição, é um romance que chama a atenção pela forma com que arrebata a ...

Poesia

Jussara Santos - Samba de Santos
Para além de suas características biológicas, o corpo da mulher negra é marcado por noções – imposições – ideológicas, de raça, classe e de gênero. Tais pressupostos acabam por fornecer eco à doxa “branca para casar, preta para trabalhar e a mulata para fornicar”; ao passo que são metamorfoseados (e, por conseguinte naturalizados) em “gosto” no que tange às relações interpessoais, além de camuflar um padrão estético eurocentrado e corroborar para o sentimento de solidão da afr...

Ensaio

Sidney Chalhoub e Ana Flavia Magalhães Pinto (Org.) - Pensadores Negros - Pensadoras Negras
Eis que no ano de 2016 o arquivo dos estudos afro-brasileiros se enriquece ao ser publicado o vigoroso livro Pensadores negros – pensadoras negras: Brasil, séculos XIX e XX. Organizado por Sidney Chalhoub – professor titular no departamento de História da Universidade Estadual de Campinas e autor de Machado de Assis, historiador (2003) – e Ana Flávia Magalhães Pinto – doutora em História ...

Infantojuvenil

Patrícia Santana – Um dia feliz
Em janeiro de 2023, completaram-se 20 anos da Lei Federal n.º 10.639/03, que tornou obrigatório o ensino da História e da Cultura Africana e Afro-brasileira em instituições de ensino públicas e privadas do país. Fruto das reivindicações do Movimento Social Negro, ainda que as desigualdades educacionais em decorrência do racismo sejam latentes, é imperioso notar que a referida lei tem impulsionado uma série de mudanças não só nas escolas, mas em vários setores da sociedade.  O mercado editorial de livros infantis é parte dessa mudança. ...

Memória

Djamila Ribeiro-Amor de vóAmor de vó Heleine Fernandes*   “Tive a quem puxar”. Ouvi diversas vezes esse dito popular em minha infância. Depois de muito tempo, tenho a alegria de reencontrar com ele no livro Cartas para minha avó, de Djamila Ribeiro (Companhia das Letras, 2021). Lembro de sentir um misto de orgulho e espanto de autodescoberta quando alguém dizia em alto e bom som que eu tinha a quem puxar. Esse dito, que reverbera na escrita vocal de Djamila e que é uma espécie de síntese do seu livro, gravou em minha memória um ensinamento profundo do qual ainda não tinha me dado conta: o de que não estou só. Não so...

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