Neste mês de setembro, a aluna egressa do PosLit da FALE, Júlia Batista Castilho de Avellar, foi contemplada com a 2ª Menção Honrosa do Prêmio "Antonio Candido" da ANPOLL – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística –, com a tese de doutorado “Uma Teoria Ovidiana da Literatura: os Tristia como epitáfio de um poeta leitor”, defendida no ano de 2019.

 

 

Sob a orientação do Prof. Matheus Trevizam, a tese fundamenta-se na ideia de "diálogo": diálogo entre Antiguidade e mundo atual, entre Estudos Clássicos e Teoria da Literatura, entre as várias obras de Ovídio, entre poeta e leitor. O objeto da investigação é a produção do poeta latino Públio Ovídio Nasão (43 a.C. – 17/18 d.C.), com especial enfoque em sua primeira coletânea de poemas de exílio, os Tristia ("Tristezas"), e em suas diversas reflexões e teorizações a respeito do estatuto de um texto poético, sua produção e recepção. A tese ainda apresenta, ao fim, a tradução completa, feita diretamente do latim, dos cinco livros de elegias dos Tristia, obra considerada a fundadora da "lírica de exílio" na tradição literária ocidental.

 

Sobre o poeta Ovídio

O poeta latino Públio Ovídio Nasão nasceu em Sulmona, Itália, em 43 a.C., e morreu em Tomos (atual Constança, Romênia), em 17 ou 18 d.C. Foi autor de várias obras de temática amorosa, como as coletâneas de elegias Amores, Heroides e Arte de amar; de obras de assunto mitológico, como os Fastos e as Metamorfoses; e de obras tematizando o exílio, como as Tristezas. Ovídio teria sido supostamente exilado de Roma pelo imperador Augusto, no ano 8 d.C., sendo obrigado a passar o resto de sua vida em Tomos, cidade no limite oriental do Império Romano, às margens do Ponto Euxino (atual mar Negro). Os motivos da relegação (e mesmo sua real ocorrência) são obscuros. Segundo as palavras do próprio poeta, em um dos versos dos Tristia, o exílio resultou de "um poema e um erro". O poema é identificado com a Arte de amar, que ensina aos leitores técnicas de conquista, sedução e adultério. O erro permanece um mistério.

 

Sobre a autora

Júlia Castilho é doutora em Letras: Estudos Literários, na área de Literaturas Clássicas e Medievais, pelo Pós-Lit/UFMG (2019); mestre em Estudos Literários, na área de Literaturas Clássicas e Medievais, também pelo Pós-Lit/UFMG (2015) e licenciada em Letras, Latim/Português, pela UFMG (2013). Atualmente, é professora adjunta A1 de Língua Latina, Literatura Latina e Filologia Românica no Instituto de Letras e Linguística da Universidade Federal de Uberlândia (ILEEL/UFU).

Como toda sua formação em Letras (graduação, mestrado e doutorado) foi cursada na Faculdade de Letras da UFMG, pode-se dizer que o prêmio recebido é resultado de um longo processo de construção realizado na instituição. Na pós-graduação, tanto o mestrado quanto o doutorado foram orientados pelo Prof. Matheus Trevizam. A dissertação de mestrado, intitulada "As Metamorfoses do Eu e do Texto: o jogo ficcional nos Tristia de Ovídio", foi escolhida, em 2017, pelo Pós-Lit como a melhor dissertação defendida no triênio 2014-2015-2016. Na graduação, sob a orientação do prof. Antônio Martinez, ela fez a tradução do latim da obra  o Dialogus de oratoribus, de Tácito.

 

 

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