Enterro ocorreu na segunda-feira, dia 9; professor foi um dos grandes pensadores do Brasil sobre o tema dos monstros e das monstruosidades na literatura
Morreu neste domingo, 8 de dezembro, o professor Julio Cesar Jeha, professor da Faculdade de Letras (Fale) e do Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários (Pós-Lit) da UFMG, do qual foi também coordenador. Ele lutava havia vários anos contra uma doença resiliente. O sepultamento ocorreu na segunda-feira, 09/12.
Especialista em literatura de língua inglesa (em particular, na obra de Edgar Allan Poe) e no tema do mal na literatura (por extensão, também em outras artes), Julio dedicava-se particularmente ao estudo da categoria ficcional do monstro como um símbolo da capacidade moral humana de se cometer monstruosidades reais. Nessa seara, fundou com colegas e coordenava o núcleo de estudos Crimes, Pecados e Monstruosidades da Fale.
Julio Jeha escreveu, entre outros, o livro Monstros e monstruosidades na literatura (Editora UFMG, 2007), em que investiga a categoria do monstro como esse símbolo não apenas da relação de estranheza entre os homens, mas também do mal-estar que experimentamos perante o desenvolvimento da ciência, o progresso tecnológico, as guerras e os genocídios. Junto à professora da Faculdade de Letras Lyslei Nascimento, uma de suas grandes parceiras intelectuais, organizou também os volumes Da fabricação de monstros (Editora UFMG, 2009) e Crime e transgressão na literatura e nas artes (Editora UFMG, 2015) – este, também com a colaboração de Laura Juárez, da Universidade Nacional de La Plata, na Argentina.
Ao Portal UFMG, Lyslei contou que Jeha era um pesquisador particularmente generoso, seja no trato com a geração que o precedeu, seja no trato com a geração que orientou, os alunos, os colegas. Era, em suma, um mestre exemplar. “O Julio era um homem muito elegante. Um colega solidário, amigo, franco. Ele era um verdadeiro ‘lorde’, como a gente costumava dizer; uma pessoa de uma polidez inigualável. Com ele, não havia hora para se perguntar, para se pedir uma opinião; era um pensador sempre disponível, realmente genial no trato humano. No seu enterro, várias gerações se encontraram para se despedir dele”, disse a professora.
A reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, que é professora na Faculdade de Letras, também lembrou com muito afeto do amigo, com quem conviveu por mais de três décadas. “Julio foi não apenas um colega de área na Faculdade de Letras, mas também um amigo muito próximo – há mais de 30 anos. Foi um colega muito parceiro, um pesquisador e professor muito dedicado. Trabalhamos muito juntos. Os estudantes adoravam suas aulas, e ele era um professor exemplar. Deixa muita saudade e um legado muito importante para os estudos literários no Brasil”, disse.
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(Fonte: UFMG)
Assessoria de Comunicação da FALE – 2024
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