O livro está disponível na plataforma da Amazon, em formato kindle

A estudante de graduação, da Faculdade de Letras, Isadora Urbano, acaba de lançar seu primeiro romance Outros Estranhos, pela Amazon. Urbano que está concluindo o curso de Bacharelado em Estudos Literários, é autora do livro infanto-juvenil Selvagem, publicado em 2015, pela Editora UFV, premiado com o 3º lugar no 4º Concurso Viçosense de Literatura Infantil.

A autora teve como inspiração para a nova obra uma disciplina ofertada na Fale. Outros, Estranhos  narra em estrutura sincopada os conflitos próprios do seu tempo, levando ao exame de diversos aspectos da literatura e da vida contemporânea, a partir dos conflitos sociais, amorosos e identitários de personagens que encaram de formas distintas o desafio da cidade e da vida moderna, com toda a sua desordem, seu brilho, sua complexidade.

Confira a entrevista pingue-pongue com a jovem escritora sobre seu novo livro.

 

 

Me conta, Isadora, como você teve a ideia de escrever o livro? No semestre retrasado, se eu não me engano, eu fiz a disciplina Vertentes da Literatura Contemporânea Brasileira, com a professora Maria Zilda, e eu fiquei com aquelas questões na cabeça, a questão do estrangeiro, da fragmentação, dos trânsitos, do lugar do feminino, dessas vertentes marginalizadas, e eu já tinha o projeto de escrever um outro livro, que ainda não foi publicado e ele é mais experimental, depois resolvi trabalhar nesse.

A minha primeira proposta, como eu estava um pouco sem inspirações, inicialmente, pensei em fazer várias histórias, mas todas entrecortadas. Então se você olhar a estrutura dos capítulos, que vai do um até o oito, depois volta no capítulo um. E esse foi um dos desafios que eu mesma me impus, trabalhar dessa forma.

Inclusive eu ainda não tentei ler, saltando os capítulos, para ler continuamente. Por exemplo, ler o capítulo um inteiro, depois o dois inteiro, ainda não tentei, mas imagino que seja uma outra possibilidade.

 

E é o primeiro livro? Eu publiquei já um livro infantil, em 2015, pela UFV [Universidade Federal de Viçosa], e é o primeiro romance que eu publico, mas tem um outro escrito que ainda não foi publicado.

 

No Centro de Memória, existe um projeto que está começando a ser desenvolvido sobre os ex-alunos escritores da Faculdade de Letras. É muito comum a gente ouvir que a Fale não é um bom lugar para quem quer escrever. E você, ainda aluna, está escrevendo e publicando, o que você acha disso? A Faculdade contribuiu para a sua escrita? Eu acho que aqui não tem muitas disciplinas que sejam voltadas para o ofício da escrita, mas a gente reflete muito sobre isso. Sobre disciplinas, por exemplo, eu fiz uma de escrita criativa, mas foi escrita dramatúrgica, com a professora Elen de Medeiros, e que foi muito produtiva. Embora eu tenho que dizer que eu sou um fiasco com dramaturgia.

Enfim, eu acho que aqui na Faculdade poderíamos ter mais “laboratórios de escrita”, ou algo desse tipo, mas acredito que de toda a forma essas reflexões que a gente faz, a respeito de quem está escrevendo, mesmo que não seja daqui de dentro, contribui bastante para o nosso trabalho.

 

Entendo, mas pensando que o próprio livro surgiu a partir de uma disciplina… Com certeza, eu acho que a gente quando não trabalha com isso dentro da Faculdade, perde muito da problematização, qual que é a função de uma literatura hoje, por mais que exista aquela falácia de “ah, a arte não tem função, não é uma possibilidade”, mas existem sim as funções de memória, de reflexão, especialmente no período que estamos vivendo…

Essa disciplina da Maria Zilda foi fundamental, porque eu, realmente, escrevi pensando muito no que a gente viu lá, em todas essas possibilidades e novas formas. Nós trabalhamos com os conteúdos, às vezes, vamos para o lado dos estudos culturais, mas me salta muito aos olhos essas possibilidades de como fazer isso esteticamente. Trabalhar essas temáticas todas sem perder a relação com a forma, o que é sempre um desafio.  

 

Agora voltando um pouco mais no livro… O que as pessoas vão encontrar nele? Olha, são nove personagens principais ou algo assim. São três histórias principais, que acabam se ligando, mas não muito. Então, nós temos três personagens femininas, protagonistas, que de fato fazem essa liga da história, a Íris, que é uma filha de imigrantes, estudante; a Larissa, médica que já é mãe; e a Elis, que é uma psicóloga e atende as duas outras personagens.

Essas três personagens tem esses pontos de contato, por serem pacientes da mesma pessoa, Íris e Larissa se conhecem por terem sido vizinhas, mas não vem ao caso a relação entre elas. No livro, de fato, isso não é fundamental, o fundamental alí é como essas pessoas estão lidando com seus problemas, pequenos problemas, pequenas angústias, no cotidiano da cidade. Então, o caso da Íris, por exemplo, ela reflete muito a respeito dessa condição de filha de imigrantes, porque ela cresce em Belo Horizonte, para ela, ela é brasileira.

Com a Larissa eu tentei trazer o lado mais político, um conflito familiar que leva para esse outro âmbito. O pai dela é um militar e ela entra em conflito com ele pensando se o pai seria uma pessoa “do bem”. Sempre tentando trazer também pontos que trabalham o fato de essa pessoa teve opiniões e posicionamentos políticos péssimos, mas agora é um senhor idoso, avô do filho dela e como isso vai se encontrar ali dentro.

A Elis, viúva, que lida com a profissão e com a filha que se fecha muito e a culpa pela morte do pai. O que gera uma frustração nela pela profissão e pela relação com a filha. Acho que são três grandes pontos.

 

 O livro está disponível na plataforma da Amazon, por R$ 9,99, em formato kindle. Para comprar, basta acessar o site disponível aqui.


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PÓS-GRADUAÇÃO