A mostra “Cumbara”, que estará no Centro de Memória da FALE de 26 de maio a 25 de junho, nos propicia uma viagem pelos povoamentos de negros livres no século XVIII, nos sertões de Minas, e agrupamentos que ainda hoje guardam a memória dos saberes e das lutas dos homens e mulheres trazidos da África durante o regime escravocrata e seus descendentes brasileiros. Em 13 pranchas de material sintético, impressas em meio digital, são apresentadas imagens e textos curtos sobre sete quilombos do século XVIII e onze agrupamentos que ainda preservam saberes e língua trazidos da África.

As imagens dos quilombos do século XVIII sãos reproduções digitais de aquarelas que integram o manuscrito anônimo, hoje pertencente ao acervo da Biblioteca Nacional, do relato d’ “A expedição do Campo Grande, Cayeté, Abayeté e de Paracatu”, realizada em 1769, na gestão do Conde de Valadares como Governador e Capitão-General das Minas Gerais.

As imagens dos agrupamentos que, ainda no século XX, em Minas, preservaram língua e cultura banto são reproduções digitais de desenhos aquarelados do artista visual Murilo Pagani, ex-aluno da Escola de Belas Artes da UFMG. Nessas imagens, são evidenciadas manifestações culturais de origem banto preservadas em território mineiro: a língua de negro, ou língua do negro da Costa; os vissungos, cantos de enterro e de trabalho; o candombe; e o Reinado de Nossa Senhora do Rosário. A mostra inclui também um mapa de Minas realizado por Rômulo Vianna, com a localização desses agrupamentos recentes. O projeto gráfico e a diagramação das pranchas são de Pedro Peixoto.

Os textos, escritos na Língua do Negro da Costa, ainda hoje falada no bairro Tabatinga, em Bom Despacho, Oeste de Minas, são de Sônia Queiroz, poeta e pesquisadora de línguas e culturas banto em Minas Gerais, autora dos livros Pé preto no barro branco: a língua dos negros da Tabatinga (1998) e Palavra banto em Minas (2019), ambos disponíveis para acesso gratuito no site da Editora UFMG. Ao final do roteiro, o visitante encontrará uma prancha com o vocabulário banto utilizado nos textos e sua tradução ao português brasileiro.

A curadoria é de Fabrício Fernandino, escultor, professor da Escola de Belas Artes e Diretor do Centro Cultural UFMG (2018-2022/2022-2026), primeiro Diretor de Ação Cultural (2002-2006) e Diretor do Museu de História Natural e Jardim Botânico da mesma universidade (2006-2013).

A mostra integrou a programação do evento Africanias 20 anos, realizado na UFRJ em dezembro de 2024, e do 19º Festival de Verão da UFMG em fevereiro-março de 2025.            

Sônia Queiroz, Licenciada e Mestre em Letras pela UFMG e Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, foi professora da Faculdade de Letras da UFMG por 38 anos (1983-2021), atuando hoje como voluntária. A pesquisa realizada no mestrado, sobre remanescente de línguas banto falado no bairro da Tabatinga, em Bom Depacho (MG), deu origem ao livro Pé Preto no Barro Branco: a língua dos negros da Tabatinga, publicado em 1998 pela Editora UFMG e reeditado em e-book em 2018. De 2017 a 2019, desenvolveu a pesquisa Minas afrodescendente: histórias da tradição banto, em que identificou redes de narrativas orais registradas em livro no Brasil, em Angola e Moçambique. Nos anos seguintes, dedicou-se à pesquisa do vocabulário de línguas banto remanescente em falares, cantos e contos registrados por pesquisas de campo realizadas em Minas Gerais, e à identificação dos registros desses vocábulos em dicionários brasileiros da língua portuguesa e em dicionários das principais línguas do grupo banto faladas no Brasil colonial: quicongo, quimbundo e umbundo, publicando em 2019, pela Editora UFMG, o livro Palavra banto em Minas.

 

 

Museu da Moda de Belo Horizonte – MUMO | Rua da Bahia, 1149 - Centro, Belo Horizonte/MG

Evento cultural que conta com a participação de docentes da FALE - professora Lígia Diniz, professor Gustavo Silveira Ribeiro, e de gama ampla de artistas e escritores de renome e prestígio. O evento é organizado por uma egressa do PosLit e conta com financiamento público, via Lei de Incentivo à Cultura.

A primeira edição de “Dizer sim: poesia, alegria e resistência”, um projeto que surge a partir da palavra “sim”, de suas potências e de significados possíveis no campo das artes multilinguagens. 

Idealizada pela poeta Mônica de Aquino, a iniciativa se desdobra em uma programação no Museu da Moda de Belo Horizonte (MUMO), entre 21 e 24/5, que contará com mesas de debate, sessão de filme, aula aberta e leituras de poemas. 

O projeto inclui, ainda, uma programação paralela de atividades formativas, que acontecem em outras datas, em maio e junho. Serão duas oficinas presenciais em centros culturais municipais, uma oficina virtual e uma live.

Com nomes reconhecidos no cenário nacional, “Dizer sim” toma a poesia como ponto de partida para misturar diferentes formas de criação artística e criar um intercâmbio entre os artistas participantes e deles com o público.

Acesso à Programação


O Colegiado de Graduação em Letras tem o prazer de convidar toda a comunidade acadêmica para visitar o espaço da FALE na Mostra Sua UFMG!

No sábado, dia 24 de maio, das 8h às 16h, estaremos na sala B304 do CAD2 para receber mais de 30 mil estudantes do Ensino Médio para apresentar o curso de Letras.

Venha participar das atividades, interagir com os visitantes e ajudar a divulgar os diversos cursos que temos na Faculdade de Letras.

Contamos com vocês!

FaLang translation system by Faboba

cenex    CEFALE SAEL

PÓS-GRADUAÇÃO