FALE promove a Jornada em celebração aos 100 anos do primeiro manifesto surrealista; 29 e 30/05

A Faculdade de Letras da UFMG receberá, nos dias 29 e 30 de maio de 2025, no Auditório 2001, a Jornada “A Máquina de Revirar o Espírito: 100 anos do 1º manifesto surrealista”, que celebra o centenário do Manifesto e convida o público a revisitar a trajetória do surrealismo em diálogo com a América Latina.

Com uma programação que reúne pesquisadores de diversas universidades brasileiras, o evento abordará as reverberações do surrealismo em territórios como a poesia, o cinema, a pintura, a tradução e a crítica cultural, explorando tanto figuras consagradas quanto desdobramentos menos conhecidos do movimento.

Organizado pelos professores Elisa Amorim (FALE/UFMG), Margareth dos Santos (USP), Ivan Martin (UNIFESP) e María José Lemaitre (Museo de la Solidaridad Salvador Allende), o evento é gratuito e aberto ao público.

Os(as) interessados(as) devem realizar suas inscrições pelo formulário online disponível no link: Clique aqui. Haverá emissão de certificados aos participantes inscritos.

 

 

Programação

Dia 29∕05∕2025

9h – Conferência de abertura da Jornada por María José Lemaitre (Diretora do MSSA)

10h – Abertura da Exposição Museo de la Solidaridad Salvador Allende

10h30 às 12h - MESA 1
Márcia Arbex (UFMG) – "Ecos do surrealismo no Brasil"
Marcelo Moreschi (Unifesp) – "Curativo e sujeira: o surrealismo em Flávio de Carvalho"
Laura Gabino (Doutoranda – Pós-Lit ∕ UFMG) - "O surrealismo na poética de Alejandra Pizarnik"

Das 12h às 14h – Almoço

14h às 15h30 - MESA 2
Margareth dos Santos (USP) – "Os Toros oníricos, revolucionários e cotidianos de Joan Ponç"
Bárbara Lissa (Doutoranda – Pós-Lit ∕ UFMG) – "O surrealismo mexicano e o mundo pré-hispânico: uma abordagem desde a exposição 'Frida Kahlo - Conexões entre mulheres surrealistas no México'"
Aléxia Prado (Doutoranda – Pós-Lit ∕ UFMG) – "A influência surrealista nos contos de Silvina Ocampo"

15h30 às 16h – Café

16h às 17h30 - MESA 3
Silvia Cárcamo (UFRJ) – "Entre os anjos e o povo: o 'erro' na poética de Rafael Alberti"
Guilherme dos Santos (IC – FALE∕UFMG) – “Luis Buñuel no México: Surrealismo e o pesadelo burguês”
Lia Miranda (UFMG) – "Traduzir a palavra errante de Edmond Jabè"

 

Dia 30/05/2025

9h às 10h30 - MESA 4
Ivan Martin (UNIFESP) – “A arte de voar pelas entranhas: imagens oníricas do franquismo no romance gráfico”
Ana Chiarini (UFMG): "A viagem cósmica de Ítalo Calvino na rota de Roberto Matta"
Mayra Moreira Carvalho (UEMG) – "Debates do surrealismo argentino na coleção 'El pan y la estrella' (Buenos Aires, 1948-1962)"

10h30 às 12h - MESA 5
Elisa Amorim (UFMG) – "Entre a luz e a vida: Benjamin Péret na zona tórrida do Brasil"
Marina Baltazar (Doutoranda – Pós-Lit ∕ UFMG) – "Ao sul do real: considerações sobre a pintura de Leonora Carrington ou Leche del sueño: fulgurações de monstros, alquimia e delírio em Leonora Carrington"
Lady Lourdes (Mestranda - Pós-Lit ∕ UFMG) – "Um mundo tem muitos mundos: maquinarias da realidade em Remedios Varo"

Das 12h às 14h – Almoço

14h – Encerramento

 

Sobre a Jornada “A Máquina de Revirar o Espírito"
Em 1924, André Breton escreve o primeiro Manifesto do Surrealismo, inicialmente um longo prefácio à obra Poisson soluble (“peixe solúvel”). Naquele mesmo ano, publicava-se a revista La révolution surréaliste, com textos de, entre outros, Benjamin Péret, Paul Éluard, Aragon, Breton e Chirico, ademais de ilustrações de Max Ernst, Man Ray e Picasso. Também foi em 1924 que Miró aderiu ao surrealismo e Breton propôs a fabricação de objetos vislumbrados em sonhos. Enquanto isso, no Rio de Janeiro, um grupo reunido em torno da revista Estética, editada por Prudente de Morais Neto e Sérgio Buarque de Holanda, apresentava o movimento em nosso país.

Aquele era o início da longa trajetória do surrealismo na América Latina. Nos anos seguintes, será publicada a revista Qué (1928), em Buenos Aires, e se fundará o grupo Mandrágora (1932), na cidade de Talca, no Chile. Surgirão nomes como Aldo Pellegini, Octavio Paz, Enrique Gómez-Correa, Aimé Césaire, César Moro, Étienne Lero, Sergio Lima, Julio Llinás, Francisco Madariaga, Vicente Huidobro, Murilo Mendes, Lívio Xavier, Tarsila do Amaral. Chegarão artistas como Leonora Carrigton, Remedios Varo, Kati Horna, Benjamin Péret e Luis Buñuel. Em Coyoacán, no México, Breton, em colaboração com Trotsky, escreve outro famoso manifesto: “Por uma arte revolucionária independente” (1938). Mais adiante, em pleno governo de Salvador Allende, no Chile, Mário Pedrosa lançará mão de sua antiga relação com os artistas surrealistas para pedir sua colaboração na criação do Museo de la Solidaridad. Atendendo a esse apelo, Joan Miró pintará uma tela especialmente para essa ocasião.

O surrealismo nos legou a paixão revolucionária pelo sonho, pelo insólito, pela desautomatização do cotidiano, pelo maravilhoso, o irracional, o ilógico, a mitologia, os vícios, as utopias, as viagens reais ou imaginadas, além das práticas de sabotagem ao bom gosto, à estética, à moral, às religiões e às ideologias. De que forma a paixão pela revolução, pela livre expressão do imaginário e do inconsciente se expressaram na América Latina? Até que ponto procedimentos utilizados pelos surrealistas europeus – o humor, o acaso objetivo, o automatismo, o onírico – chegaram até nós ou foram ressignificados? O que essa trajetória, iniciada antes mesmo de 2024, ainda tem a nos dizer? Essa Jornada, mais do que uma celebração do Primeiro Manifesto, é um convite à reflexão em torno desse movimento que, nas palavras de Michael Löwy, “vislumbrou a vida desmercantilizada, a potência dos povos “selvagens”, o reencantamento e a reerotização do mundo”.

 

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