DADOS BIOGRÁFICOS

Lande Onawale, pseudônimo de Reinaldo Santana Sampaio, nasceu em Salvador-BA, em 1965. Licenciado em História pela Universidade Federal da Bahia, professor da rede estadual de ensino, é Tata do terreiro Tanuri Junçara. Militante do Movimento Negro Brasileiro, é poeta, contista, compositor. Desde 1996 vem publicando poemas e contos em antologias diversas no Brasil e Exterior.

Colaborou da revista eletrônica Afirma - comunicação e pesquisa.  Com o pseudônimo de Aoria, publicou poemas no Jornal do MNU - Movimento Negro Unificado (19 e 20) e um samba – “Um sonho, uma idéia” – na revista Canto Negro, do Bloco Afro Ilê Ayê.

Como compositor, teve três sambas gravados pelo Bloco Afro Malê Debale: "Lua Malê" (2000), "Malê Maravilha" (2002) e "Quilombos Urbanos" (2006). Ainda no campo da composição musical, integrou os discos: Qual é da Música? (SESI, Salvador, 2000); Male ao Vivo (Soc. Rec. e Carnavalesca Male Debale, Salvador, 2002); e 9º Festival de Música dos Bancários (Sindicato dos Bancários da Bahia e Sergipe, Salvador, 2009).

Landê Onawale dedica-se também ao Projeto de Profissionalização para a Cidadania (UFBA-CEAO-CEFET), e coordena atividades de estímulo à criação e divulgação da literatura Afro-brasileira. É também um dos criadores e coordenadores do projeto QUARTINHAS DE ARUÁ – encontros de literatura negra, atividade que visa estimular o surgimento local de novos escritores, bem como valorizar a literatura feita por negros no Brasil, África ou Diáspora.

No campo da produção visual, em 2005, integrou, como assistente de direção, pesquisador e redator a equipe do documentário Makota Valdina – um jeito negro de ser e viver, para a Fundação Palmares. Em 2006, seu conhecido "Coração Suburbano" resultou em um videopoema para a série Salvador em Versos da TV Educativa da Bahia. Já em 2014, atuou na criação do roteiro do documentário Lápis de Cor, do Canal Futura.

Seu trabalho tem gerado significativa empatia entre leitores mais diversos. Um exemplo é o poema ‘Bandeira’:

reaja à violência racial: 
beije a sua preta em praça pública

Escrito em 1991, no mesmo ano o texto ganhou uma foto montagem para a capa do Jornal Nacional do Movimento Negro Unificado, onde militava. Desde então, o poema é utilizado em inúmeras campanhas e de inúmeras formas - em calendários, busdoor, outdoor, camisas, cartazes, panfletos etc. Em outra ocasião foi o poema 

Desde 1996, Lande Onawale é presença constante na série Cadernos Negros, tanto nos volumes de poemas quanto naqueles voltados para a ficção, em especial as short stories, gênero no qual também exercita com talento a representação do universo social brasileiro e baiano em especial, mas sempre tendo como fundamento a perspectiva e o lugar de fala do afrodescendente submetido às condições de existência estabelecidas pelo pensamento hegemônico. Além da série produzida pelo Quilombhoje literatura, participa de dezenas de outras publicações coletivas, conforme listado abaixo.

Em 2003, veio a público O vento, reunião de poemas, sua primeira obra individual. A este se seguiram os volumes Kalunga: poemas de um mar sem fim / poems of an infinte sea, publicado em 2011 em edição bilíngue, lançada com sucesso nos Estados Unidos. Também neste ano publicou o volume de contos Sete: diásporas íntimas, contemplado pelo MEC, através do programa PNBE, para adoção no Ensino Médio em toda a rede pública do país. Em 2019, lançou, pela Organismo Editora, o livro de poemas Pretices e Milongas  e, no 1º semestre de 2021, pretende publicar seu segundo livro de contos. 

Para Lande, a literatura é uma possibilidade de inventar e reinventar caminhos intelectuais, afetivos, ancestrais para cada leitor ou leitora, colocar estes caminhos à sua disposição e, a partir desse diálogo, promover o progresso humano e, principalmente, o fortalecimento do povo preto como protagonista desse progresso.

 


PUBLICAÇÕES

Obra individual

O vento: Edição do autor, 2003. (poesia).

Kalunga: poemas de um mar sem fim / poems of an infinte sea. Salvador: Edição do Autor, 2011. Edição bilíngue.

Sete: diásporas íntimas. Belo Horizonte: Mazza, 2011. (contos).

Pretices e Milongas. Salvador: Organismo Editora, 2019. (poesia).

Antologias

Cadernos Negros 19. Organização Quilombhoje. São Paulo: Quilombhoje: Editora Anita, 1996.

Cadernos Negros 21: poemas afro-brasileiros. Organização de Esmeralda Ribeiro e Márcio Barbosa e Sônia Fátima. São Paulo: Quilombhoje, 1998.

Cadernos Negros: melhores poemas. Organização de Esmeralda Ribeiro e Márcio Barbosa. São Paulo: Quilombhoje, 1998.

Jornal Nacional do Movimento Negro Unificado. (n. 19 e 20).

Um sonho, uma idéia. Salvador: Ilê Ayê, 1994. (Samba publicado com o pseudônimo “Ori” na revista Canto Negro).

Quilombo de palavras: a literatura dos afrodescendentes. Organização de Jônatas Conceição e Lindinalva Barbosa. 2 ed. Salvador: CEA/UFBA, 2000.

Cadernos Negros 23: poemas afro-brasileiros. Organização de Esmeralda Ribeiro e Márcio Barbosa. São Paulo: Quilombhoje, 2000.

Terras de palavras: contos. Organização de Fernanda Felisberto. Rio de Janeiro: Pallas / Afirma, 2004.

Cadernos Negros 29. Organização de Esmeral­da Ribeiro e Márcio Barbosa. São Paulo: Quilombhoje, 2006.

Cadernos Negros 30: contos afro-brasileiros. Org. Esmeralda Ribeiro e Márcio Barbosa. São Paulo: Quilombhoje, 2007.

Caruru dos Sete Poetas. Cachoeira: Casa de Barro, 2007.

Cadernos Negros Três Décadas . São Paulo: Quilombhoje, 2008.

Black Notebooks. Trento: África World Press, 2008.

Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. Organização de Eduardo de Assis Duarte. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011, vol. 3, Contemporaneidade.

Cadernos Negros 36: contos afro-brasileiros. Organização de Esmeral­da Ribeiro e Márcio Barbosa. São Paulo: Quilombhoje, 2013.

Cadernos Negros 39: poemas afro-brasileiros. Organização de Esmeral­da Ribeiro e Márcio Barbosa. São Paulo: Quilombhoje, 2016.

 


TEXTOS

 


CRITICA

 


FONTES DE CONSULTA

Cadernos Negros 21: poemas afro-brasileiros. Org. Esmeralda Ribeiro, Márcio Barbosa e Sônia Fátima. São Paulo: Quilombhoje, 1998.

Cadernos Negros: melhores poemas. Org. Quilombhoje. São Paulo: Quilombhoje, 1998.

Cadernos Negros 23: poemas afro-brasileiros. Organizadores Esmeralda Ribeiro e Márcio Barbosa. São Paulo: Quilombhoje, 2000.

Cadernos Negros 30: contos afro-brasileiros. Organizadores Esmeralda Ribeiro e Márcio Barbosa. São Paulo: Quilombhoje, 2007.

LIMEIRA, José Carlos. Um Griot de mim, de nós... Prefácio a ONAWALE,  Lande. Kalunga: poemas de um mar sem fim / poems of an infinte sea. Salvador: Edição do Autor, 2011. Edição bilíngue.

NUNES, Davi. O lirismo banto do poeta Lande Onawale no livro Kalunga: poemas do mar sem fim. In: AUGUSTO, Jorge (Org.). Contemporaneidades periféricas. Salvador: Segundo selo, 2018, p. 197-207.

RODRIGUES, Maria Dolores Sosin. Bolar no santo: a memória do corpo em um conto de Lande Onawale. In: AUGUSTO, Jorge (Org.). Contemporaneidades periféricas. Salvador: Segundo Selo, 2018, p. 315-331.

SILVA, Lande. A espada e a flor. Prefácio a ONAWALE, Lande. O vento. Salvador: Edição do autor, 2003.

SANTIAGO, Ana Rita. Encruzilhadas e movimentos: aqui e lá, ir e vir... Prefácio a ONAWALE, Lande. Sete: diásporas íntimas. Belo Horizonte: Mazza, 2011.

SOUZA, Florentina da Silva. Lande Onawale. In: DUARTE, Eduardo de Assis (Org.) Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011, vol. 3, Contemporaneidade.

 


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