literafro novidades n. 46, março 2022
Nossa newsletter do primeiro trimestre deste ano vai da ficção ao ensaio crítico e historiográfico, passando pela poesia afro-brasileira de autoria feminina. E mais uma vez, está presente Edimilson de Almeida Pereira, com seu instigante Um corpo à deriva, romance em que a voz narrativa em primeira pessoa faz ecoar poderosas reflexões de caráter histórico, social e filosófico. Apresenta ainda a antologia Literatura negra feminina – poemas de sobre(vivência), organizada por Elizandra Souza e Iara Aparecida; a tocante narrativa infantojuvenil A aventura do velho baobá, de Inaldete Pinheiro; os contos de Peixe fora da baía, de Mel Adún; os ensaios críticos de Luiz Maurício Azevedo reunidos em Estética e raça: ensaios sobre a literatura negra; e ainda o portentoso estudo historiográfico de Matheus Gato O massacre dos libertos sobre raça e República no Brasil (1888-1889).
Boa leitura!
Edimilson de Almeida Pereira
Autor prolífico, com dezenas de títulos publicados, e consagrado não apenas
pela alta qualidade de sua poesia, pela densidade do pensamento crítico e desua pesquisa antropológica, Edimilson de Almeida Pereira trouxe a público em plena vigência da pandemia, nada menos do que três celebrados
romances, dois deles já resenhados pelo literafro. Agora é a vez de Um corpo
à deriva, apresentado pelos pesquisadores Anamaria Alves e Alen das Neves
Silva.
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Elizandra Souza, Iara Aparecida (Orgs.)
A produção poética afro-brasileira de autoria feminina se constitui num dos mais relevantes fenômenos editoriais da década em curso. Apenas em 2021 foram lançadas nada menos do que cinco coletâneas, totalizando mais de uma centena de novos talentos em busca de leituras atentas. É justamente o caso de Literatura negra feminina – poemas de sobre(vivência), organizado por Elizandra Souza e Iara Aparecida, objeto das considerações de Constância Lima Duarte.
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Mel Adún
Autora presente na cena literária afro-brasileira desde a década passada, com
presença marcante em várias edições dos Cadernos Negros, Mel Adún lança
seu quarto trabalho individual – Peixe fora da baía – logo após a publicação dos dois volumes da antologia Quilobellas, coorganizada por ela. O livro apresenta narrativas curtas de forte intensidade, sem, todavia, perder a dicção poética que caracteriza seus trabalhos anteriores em prosa. Os contos de Adún recebem as considerações da pesquisadora Elizângela Fialho.
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Inaldete Pinheiro da Andrade
Uma das mais destacadas autoras da literatura infantil e juvenil contemporânea, Inaldete Pinheiro de Andrade retoma o topos do baobá, que tanto encantou seus leitores mirins e jovens em processo de letramento literário. Uma aventura do velho baobá traz o universo da cultura afro-brasileira simbolizada pela portentosa árvore-ícone de nossa ancestralidade. Ricamente ilustrado, o volume é resenhado pelos pesquisadores Gustavo Tanus e Eliéverton dos Santos.
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Luiz Maurício Azevedo
A crítica literária afro-brasileira tem crescido em proporção semelhante ao
incremento das publicações contemporâneas em todas as regiões do país.
Em Estética e raça, coletânea de ensaios de perspectiva comparatista, o
professor, editor e crítico gaúcho Luiz Maurício Azevedo se debruça sobre
essa produção, não se furtando ao confronto com obras da literatura
canonizada. O livro motiva as considerações da pesquisadora Giovanna
Pinheiro.
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Matheus Gato
Apesar dos mitos envolvendo o pacifismo e a cordialidade que nos seria
inerente enquanto povo, a história brasileira é permeada de episódios
sangrentos, marcados pela barbárie mais cruel. É o caso dos episódios
vividos no Maranhão após a proclamação da República e estudados por
Matheus Gato em seu imprescindível O massacre dos libertos: sobre raça e
República no Brasil (1888-1889), no qual desvenda as práticas racistas
herdadas da escravatura. O literafro reproduz a apresentação do
pesquisador Antônio Sérgio Guimarães.
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