Dados Biográficos 

Nascida em Salvador, Bahia, em 1986, Ana Fátima Cruz dos Santos é educadora, pesquisadora, escritora,  filha do Ilê Axé Iboro Odê e ativista do movimento negro. Licenciada em Letras Vernáculas, é Especialista em Docência do Ensino Superior e Mestra em Crítica Cultural pela UNEB – Universidade do Estado da Bahia.

Professora na rede municipal de Camaçari, cidade industrial situada na região metropolitana de Salvador, atua também na Formação Continuada de Professores pelo Instituto Chapada de Educação e Pesquisa (ICEP) e realiza trabalhos voltados para livros didáticos e paradidáticos infanto-juvenis. Pesquisa a educação para as relações étnico-raciais, bem como sobre a produção de materiais didáticos para a Educação Escolar Quilombola sob a ótica da Linguística Aplicada.

Em entrevista após participar de um programa educativo da prefeitura de Salvador, ela relata a sua experiência: “Hoje o encontro foi muito lindo, gratificante. As crianças, muito receptivas, empolgadas, já conheciam a história As Tranças de Minha Mãe e quando viram Makeba adoraram ainda mais! Também gostei muito da recepção dos funcionários. Realmente, o trabalho que a gente tem com a Educação Infantil, feito com peculiaridade, com aprazia, faz a diferença. O Cmei é um lugar que eu desejo retornar, porque eu me senti à vontade, me senti em casa e percebi que as crianças estão sendo muito bem educadas nesse ambiente. Agradeço ao Cmei pela parceria e pela colaboração por uma educação identitária, contra o racismo, o preconceito, que a gente possa fazer valores, e não os desconstruir”, disse Ana Fátima, que emocionada relembrou algumas situações que vivenciou na mesma escola, onde estudou na década de 1980.

No tocante à questão identitária, afirma em seu poema “Capoeiragem”:

 Capoeirando,
 Malungos somos nós!
 Respirando com saciedade
 As fuligens indigestas
 Do racismo à brasileira
        (Fátima, 2017, p. 27)

Ana Fátima começa a divulgar seus escritos em 2010, com poemas publicados no site da Fundação Cultural Palmares, marcando presença também no projeto Escritoras da Bahia, na Revista Entrelinhas e no projeto Pé de poesia. Até o momento, está presente em cinco volumes dos Cadernos Negros, com poemas e contos, e em quatro volumes da publicação Mulher poesia. Participa também no volume II da antologia O diferencial da favela, editada em 2017. Neste mesmo ano, integrou o trio de organizadoras da antologia de poemas e contos Outras Carolinas: Mulherio da Bahia, na qual estão presentes textos de sua autoria.

A autora tem publicados dois livros infantis, As tranças da minha mãe (2018) e Makeba vai à escola (2019). E já por duas vezes recebeu o prêmio de Melhor Poesia em concursos literários realizados na Bahia.

PUBLICAÇÕES

Obra Individual

As tranças de minha mãe. ilustrações Quézia Silveira. São Paulo: Editora Uirapuru, 2018.

Makeba vai à escola. ilustrações Quézia Silveira. São Paulo: Editora Cogito, 2019.

Antologias

Cadernos Negros 37: poemas afro-brasileiros. Organização de Esmeralda Ribeiro e Márcio Barbosa. São Paulo: Quilombhoje, 2014.

Cadernos Negros 38: poemas afro-brasileiros. Organização de Esmeralda Ribeiro e Márcio Barbosa. São Paulo: Quilombhoje, 2015.

Cadernos Negros 39: poemas afro-brasileiros. Organização de Esmeralda Ribeiro e Márcio Barbosa. São Paulo: Quilombhoje, 2016.

O diferencial da favela, vol. II. Organização do Sarau da Onça. Salvador: 2017.

Cadernos Negros 40: poemas afro-brasileiros. Organização de Esmeralda Ribeiro e Márcio Barbosa. São Paulo: Quilombhoje, 2017.

Outras Carolinas: Mulherio da Bahia. Organização de Ana Fátima dos Santos, Anajara Tavares e Lia Sena. Guaratinguetá-SP: Editora Penalux, 2017.

Cadernos Negros 42: contos afro-brasileiros. Organização de Esmeralda Ribeiro e Márcio Barbosa. São Paulo: Quilombhoje, 2019.

 

CRÍTICA

Ana Fátima - As tranças de minha mãe

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Ana Fátima lança livro

Segundo livro da escritora

Era uma vez 4I A valorosa literatura infantil da baiana Ana Fátima