Na próxima quinta-feira, dia 21 de novembro, acontecerá a palestra "Práticas de avaliação de proficiência em leitura em língua adicional para pós-graduandos indígenas e surdos: tensões e esforços na busca por outras formas de avaliar", ministrada pela Prof.ª Simone da Costa Carvalho (UNILA). O evento acontecerá às 19h, no Auditório Graciela Ravetti (1007) da FALE.

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Resumo
Com base em Carvalho e Schlatter (2024), esta fala analisa as ideologias de linguagem que sustentam a avaliação da proficiência em língua adicional/estrangeira de estudantes indígenas e surdos em dois programas de pós-graduação de duas universidades federais brasileiras. O caso apresentado se insere no contexto de ingresso crescente de grupos sociais historicamente excluídos do ensino superior no Brasil, principalmente via ações afirmativas a partir dos anos 2000. Mesmo após o ingresso de grupos diversos, se observa a manutenção de práticas de ensino e avaliação que excluem esse público, impedindo, frequentemente, sua participação em práticas sociais acadêmicas ou a conclusão dos estudos acadêmicos, como mostram investigações na área dos letramentos acadêmicos e avaliação para a inclusão. O referencial teórico inclui debates sobre ideologias de linguagem (Woolard, 2021), letramentos acadêmicos (Lillis, 2003, 2017), avaliação de linguagem (Shohamy, 2011) e repertórios comunicativos (Rymes, 2014). Os dados analisados abrangem diretrizes institucionais que norteiam os testes de proficiência em leitura aplicados nos últimos cinco anos em ambas as universidades. Evidenciamos que os documentos oficiais estão fundamentados em uma ideologia uma nação-uma língua, limitando a seleção de línguas estrangeiras à nacionalidade, e que o design dos testes privilegia a modalidade escrita para responder às questões de leitura e supõe que os estudantes dominam práticas de letramento da cultura urbana privilegiada. Por outro lado, observamos que o design e a implementação dos testes refletem esforços para valorizar os repertórios comunicativos dos estudantes, possibilitando, por exemplo, o uso da linguagem oral e de LIBRAS nas respostas. Os resultados do estudo contribuem para a reflexão sobre a naturalização de práticas de avaliação hegemônicas e sobre alternativas avaliativas mais democráticas na universidade.

 

Sobre a palestrante
Simone da Costa Cravalho é licenciada em Letras Português-Inglês (2007), mestre em Linguística Aplicada (2012) e doutora em Letras - Linguística Aplicada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atualmente, é docente na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), atuando na área de Letras e Linguística e no Ciclo Comum de Estudos (Eixo de Línguas). Membro do projeto interinstitucional Laboratório Integrado de Letramentos Acadêmicos (LILA), que articula dez IES no estado do Paraná. Membro do grupo de pesquisa Linguagem, Política e Cidadania (UNILA). De 2013 a 2015, lecionou como professora visitante no curso de Licenciatura en Lengua Portuguesa da Universidad Nacional de Asunción (Assunção/Paraguai) pelo Programa de Leitorado (MRE/CAPES). No âmbito do Celpe-Bras, tem colaborado na aplicação do exame desde 2005 e em sua correção desde 2006, além de ter participado da elaboração de itens da prova. Temas de interesse: diversidade sociolinguística, ideologias de linguagem, letramentos acadêmicos e elaboração de materiais didáticos de PLA.

 

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