O Centro de Memória da Faculdade de Letras da UFMG receberá, de 20 de agosto a 18 de outubro de 2024, a Mostra "Marcelo Dolabela: arte, suor, souvenir". A curadoria é de Emilia Mendes e Flávio Vignoli.

 

 

A poesia era a matriz da obra multimídia de Marcelo Dolabela. Todos os caminhos artísticos e experimentais percorridos por ele nasciam e se nutriam da palavra poética, nela estava a sua arte, o seu suor e o alinhavo de sua memória. Esse é o ponto essencial que será evidenciado nessa exposição: fazer o visitante experenciar essa força dolabélica que tem, ao mesmo tempo, a sabedoria dos haicais, a delicadeza clássica do soneto, mas também o ácido, o acre e o azedo de uma inteligência fina, irônica, talentosa no manuseio do verbo, atenta e bem-humorada.

Egresso da Faculdade de Letras da UFMG, soube mesclar o erudito com o vernacular: uma Jocasta e seus balangandãs dadaístas! Os temas e formas de suas poesias eram clássicos e, ao mesmo tempo, contemporâneos, com uma pitada de arte pop, de percepção profunda e sofisticada do mundo que lhe passava diante dos olhos, fosse a partir de uma mesa de bar no “Coliseu da cidade” ou de outras perspectivas.

Dolabela publicou mais de 50 livros em vida, todos foram autopublicações nas quais experimentou as mais diversas técnicas de impressão: mimeógrafo, xerox, carimbos, offset, dentre outros. Movido pelo desejo de espalhar sua poesia, mas sem muitos recursos financeiros, suas obras foram feitas em papéis baratos, grampeadas, escolhia os formatos menores, portanto, mais econômicos e mais viáveis. O suporte não é o essencial, mas sim a qualidade da obra que é impressa nele: efêmero é o papel, não a palavra. A distribuição de seus livros era feita através de redes de amizades e de relações artísticas, na maioria das vezes, via correio. Sem softwares de edição, internet ou redes sociais, os livros eram montados em bonecas, as páginas construídas a partir de recortes e colagens, máquina de escrever, carimbos e letraset (cartelas com letras decalcáveis) e o que mais estivesse à mão. Em vez de gráfica: cola, papel, régua, estilete, tesoura, durex...

Outra característica em relação à obra de Dolabela é o coletivismo. Desde seus tempos de estudante na UFMG, criou e/ou participou de múltiplos coletivos: Boletim literário do ICB, Cemflores, Poesia Orbital, Jornal Inferno, Dez faces e assim por diante. Dessa maneira, divulgou o trabalho de muitas pessoas, fossem elas iniciantes ou veteranas na poesia. Marcelo era uma pessoa generosa, queria que todos fossem artistas, que todos tivessem acesso à cultura e às possibilidades de se expressarem como quisessem. É com esse espírito de compartilhamento e de simpatia que gostaríamos fazer experenciar quem visita Arte, suor e souvenir! Que você sempre se lembre que arte é suor, amizade e compartilhamento.

A mostra "Marcelo Dolabela: arte, suor, souvenir" estará aberta à visitação de 20 de agosto a 18 de outubro de 2024, no Centro de Memória da FALE (2º andar, sala 2010).

 

Sobre Marcelo Dolabela

Marcelo Gomes Dolabela (1957 – 2020) foi um poeta, professor, compositor, roteirista e pesquisador brasileiro, tendo dedicado sua pesquisa às áreas da música pop/popular brasileira e da poesia. Mas como ele mesmo afirmava, foi “principalmente poeta”. Publicou quase 60 títulos de poesia – a maior parte, pequenas edições artesanais e livros-objeto –, sempre de forma independente. Dentre essa produção, destacam-se Coração Malasarte (1980), Radicais (1985), Hai Kaixa (1993), Amônia (1997), Poeminhas & outros poemas (1998) e Acre Ácido Azedo (2015). Sua atividade enquanto autor agregou muitos poetas e artistas visuais, construindo núcleos editoriais e atuando como uma liderança e uma forte referência para todos os envolvidos. Do campo da poesia, destaca-se ainda uma intensa atividade como artista postal, que levou Marcelo a participar de inúmeras exposições nacionais e internacionais, incluindo eventos em Portugal, França, Holanda, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão. Sua última realização na seara da poesia foi a organização da antologia Entrelinhas, entremontes – Versos contemporâneos mineiros (2020), edição da Quixote+Do em parceria com Vera Casa Nova e Kaio Carmona.

 

Sobre a mostra

Mostra "Marcelo Dolabela: arte, suor, souvenir"
Período: De 20 de agosto a 18 de outubro de 2024
Horário de visitação: De segunda a sexta, das 15h às 19h
Local: Centro de Memória da FALE (Av. Antônio Carlos, 6627, campus Pampulha da UFMG – Prédio da Faculdade de Letras, 2º andar, Sala 2010)
Entrada franca

 

Organização

Curadoria: Emilia Mendes e Flávio Vignoli
Equipe Labed: Alice Mendes, Ana Rafaela de Sena, Beatriz Cristeli e Fellipe Carneiro

 

Para informações, acesse www.letras.ufmg.br/memoria.

Contato: (31) 3409-5129 / This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.

 

 

Assessoria de Comunicação da FALE – 2024

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