DADOS BIOGRÁFICOS

Poeta, ficcionista, crítico, professor e editor, Anelito Pereira de Oliveira é mineiro, nascido em Bocaiúva, em 1970.  Graduou-se em Letras na Universidade Federal de Minas Gerais, onde também obteve, em 1998, o título de mestre em Teoria da Literatura.  Cursou Doutorado em Literatura Brasileira pela USP, com pesquisa sobre a obra de Cruz e Souza, além de Pós-Doutorado em Teoria Literária pela Unicamp. Realizou visitas de pesquisa pós-doutoral nas Universidades do Porto, Nova de Lisboa, Salamanca, Lisboa e Minho. Nestas instituições e nas Universidades de Évora, Coimbra e Católica do Minho, realizou conferências e ministrou aulas especiais.

Está em atividade na imprensa, na literatura, na cultura e na Universidade desde o final dos anos 1980. Fundou as Editoras Orobó Edições (1997) e Inmensa Editorial (2003).  É o criador e editor do Jornal Não (1994), destinado à publicação de poesia, crítica e tradução, assim como da revista Orobó (1997) e do selo Orobó, surgido surgido no mesmo ano, numa tentativa bem-sucedida de criar um novo espaço para as publicações literárias em Minas Gerais, permitindo que estas estivessem em constante diálogo com publicações oriundas dos países da América Latina. Este selo é responsável pela publicação de revistas literárias e livros.

Entre 1999 e 2002, foi editor do Suplemento Literário Minas Gerais, dando continuidade a uma tradição de mais de trinta anos, a partir do projeto concebido pelo escritor Murilo Rubião, seu primeiro editor. O Suplemento era editado pela Secretaria da Cultura do Estado e foi, sem dúvida, uma das mais importantes publicações do país no que se refere à produção literária, e fez história como um espaço de crítica e de surgimento de novos nomes da literatura brasileira.

Anelito de Oliveira publicou Lama, seu primeiro livro, em 2000. O autor o define como um “poema longo-curto: longo pela intensidade imagética, curto pelo número de palavras”. O próprio autor, assim como alguns críticos, menciona o diálogo existente entre Lama e a obscuridade de Mallarmé ou a perturbação do sujeito como aparece em Fernando Pessoa. Em 2004, lançou Três Festas/A Love Song As Monk, no qual, nas palavras de Wilmar Silva, “o poeta explora com veemência o estado complexo do ser humano mergulhado em si e em seu espaço”. Como crítico literário publicou diversos ensaios abordando entre outros Machado de Assis, Cruz e Souza e alguns poetas contemporâneos.

Além desses, trouxe a público vários livros em gêneros discursivos diversos, como O desgraçado Sr. Humano & Outros poemas anticínicos (Poesia), lançado na Academia Mineira de Letras, Os acampamentos insustentáveis (Ficção), Traços: poema-andanteA menina chinesa (ficção), O iludido (ficção), Do sigiloso (crítica) e A aurora das dobras (ensaio), além de artigos e ensaios literários, culturais e científicos em periódicos brasileiros e estrangeiros.

No espaço digital, edita atualmente a revista Sphera (www.revistasphera.com), coordena o programa A partilha do poético no Canal Revista Sphera, bem como dirige o Canal Diário Negro e o Podcast Fanon Blues, empreendimentos digitais que criou na Pandemia como contribuição à luta antirracista. Ainda no espaço virtual vem realizando um trabalho intenso de enfrentamento do racismo no Instagram, YouTube e Google Meet com entrevistas, minicursos e palestras produzidos pela Agência AZ3 Comunicação Antirracista.

Atualmente, está ligado à UFMG na condição de Professor Visitante de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa, onde coordena, no Canal literafro no YouTube, o projeto "Banja: encontros com as literaturas africanas de língua portuguesa". Também coordena, pela Inmensa Editorial (www.inmensaeditorial.com.br), a Coleção Atravessamentos Impossíveis, dedicada à publicação de ensaios sobre autores e problemas contemporâneos relevantes. Email: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.  

 


PUBLICAÇÕES

Obra individual

Lama. Belo Horizonte: Orobó, 2000. (poesia).

Três Festas / A Love Song As Monk. Belo Horizonte: Orobó Edições; Anome Livros, 2004. (poesia).

Transtorno. 1993/1996. Belo Horizonte: Orobó Edições, 2012, série Acontecimentos Criativos, v. 1. (poesia).

Mais que o fogo. 1997-2001. Belo Horizonte: Orobó Edições, 2012, série Acontecimentos Criativos, v. 2. (poesia).

A ocorrência. 2002-2003. Belo Horizonte: Orobó Edições, 2012, série Acontecimentos Criativos, v. 3. (poesia).

Traços: poema-andante. São Paulo: Patuá, 2018. 

O iludido. Belo Horizonte: Páginas Editora, 2018. (contos).

Os acampamentos insustentáveis. Curitiba: Kotter Editorial, 2019. (poesia).

A menina chinesa. Belo Horizonte: Páginas, 2019. (ficção).

Degredo [poema-fronteira]. Belo Horizonte: Sangre Editorial, 2019.

O desgraçado Sr. Humano & Outros poemas anticínicos. São Paulo: Lobo Azul, 2022. 

Antologias

Na virada do século: poesia de invenção no Brasil. Organização de Claudio Daniel e Frederico Barbosa. São Paulo: Landy, 2001.

Poetas na biblioteca. Organização de Reynaldo Damásio. São Paulo: Memorial da América Latina, 2001.

Fenda (16 poetas vivos). Organização e introdução de Anelito de Oliveira. Belo Horizonte: Orobó, 2002.

Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. v. 3, Contemporaneidade. Organização de Eduardo de Assis Duarte. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.

Não Ficção

Obra individual

O clamor da letra: elementos de ontologia, mística e alteridade na obra de Cruz e Sousa. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.

A aurora das dobras: introdução à barroquidade poética de Affonso Ávila. Montes Claros-MG: Inmensa, 2013.

Do sigiloso. Curitiba: Loope, 2021.

Artigos e capítulos de livros

O re-lance de dados de Arnaldo Antunes. In: Jornal "Não", Belo Horizonte, v. 01, p. 06-07, 1994.

Peculiaridades de uma poesia. In: Jornal "Não", Belo Horizonte, v. 03, p. 22-23, 1995.

Tensão barroca no Simbolismo. In: Suplemento Literário de Minas Gerais, Belo Horizonte, p. 15-19, 1996.

A letra contra a língua. In: Suplemento Literário de Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 01, p. 16-18, 1997.

Contestação da harmonia. In: Estado de Minas, Belo Horizonte, v. 01, p. 08-08, 1997.

Da senzala ao balcão: o verso negro no Brasil. In: O Tempo, Belo Horizonte, v. 01, p. 08-08, 1997.

O inquietante presente. In: Estado de Minas, Belo Horizonte, v. 01, Cad. Pensar, p. 03, 1997.

Sobre um combate. In: Estado de Minas, Belo Horizonte, v. 01, cad. Pensar, p. 03, 1998.

Cruz e Sousa: a cena do poeta. In: Suplemento Literário de Minas Gerais, Belo Horizonte, p. 3-7, 1998.

A letra no muro. In: O defunto e a escrita, organização de Anelito P. Oliveira. Belo Horizonte: Orobó, 1999.

"A dama de espadas" revive Aleksandr Púchkin. In: O Tempo, Belo Horizonte, v. 01, p. 03, 1999.

Filme de Sylvio Back atualiza questão negra. In: O Tempo, Belo Horizonte, v. 01, p. 04, 2000.

O que não se diz. In: Estado de Minas, Belo Horizonte, v. 01, cad. Pensar, p. 03, 2000.

A aldeia de um poeta. In: Suplemento Literário de Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 01, p. 34-35, 2001.

O chão e o céu. In: Jornal de Resenhas, organização de Milton Meira do Nascimento. São Paulo: Discurso Editorial, 2001.

A resistência à cultura. In: Jornalismo cultural: cinco debates, organização de Flávio J. Cardoso. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura, 2001.

O chão e o céu. In: Jornal de Resenhas, São Paulo, v. 01, p. 07, 2001.

Bruta verdade. In: Suplemento Literário de Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 01, p. 04, 2002.

Pobre Alphonsus!. In: Jornal de Resenhas, organização de Milton Meira do Nascimento. São Paulo: Discurso editorial, 2002, v. 03.

Mundo de dentro. In: Suplemento Literário de Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 01, p. 22-23, 2003.

Apartamentos narrativos. Suplemento Literário de Minas Gerais, B. Horizonte, v. 01, p. 03, 2003.

A busca da forma. In: Estado de Minas, B. Horizonte. 01, n.01, p. 05, 2005.

Sem alarde: uma poeta surpreendente. In: O Norte de Minas, Montes Claros, v. 01, p. 05, 2005.

Audácia e método. In: Estado de Minas, B. Horizonte, v. 01, p. 04, 2005.

Nascer, dobrar. In: Fortuna crítica de Affonso Ávila, organização de  Melânia Silva de Aguiar. Belo Horizonte: Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais/Arquivo Público Mineiro, 2006.

Método, discurso e sujeito: notas sobre o problema da produção de conhecimento na contemporaneidade. In: Revista Desenvolvimento Social, v. 1, p. 57-61, 2008.

A política da tradição: processos de canonização e marginalização na literatura brasileira. In: (Org.). Diálogos com a tradição: permanência e transformações, organização de Osmar Pereira Osmar Pereira Oliva. Montes Claros: Editora Unimontes, 2010.

Esboço de uma problemática: dinâmica capitalista e desumanização na sociedade brasileira. In: Desenvolvimento social: interseções, organização de Elton D. Xavier,  Maria da Luz A Ferreira e Anete M. Pereira. Belo Horizonte: Sografe, 2010.

De que se tratava? Sobre uma interlocução com sete poetas contemporâneas. In: A escritura no feminino: aproximações, organização de Aline A. Arruda, Ana Caroline B. Neves, Constância L. Duarte, Kelen B. Paiva, Maria do Rosário A. Pereira. Florianópolis: Editora Mulheres, 2011.

O grito e o mar: sobre a transformação do processo poético em Cruz e Sousa. In: Literatura em Debate (URI), v. 5, 2011.

A forma e o mundo: repensando Broquéis, de Cruz e Sousa. In: Eutomia, Recife, v. 08, p. 144-160, 2011.

Intercessões: Cruz e Sousa e Edgar Allan Poe. In: Revista USP, v. 90, p. 164-171, 2011.

Educação, existência e diferença: construindo uma nova relação com o educando. In: Kuruatuba, v. 1, p. 65-70, 2011.

O rosto da poesia. In: Texto Poético, v. 13, p. 1-4, 2012.

A lebre e a serpente. In: Zunái: Revista de Poesia & Debates, v. 1, p. 1-4, 2012.

O espaço de dominação e clausura em Inocência, de Visconde de Taunay. In: Literatura e Autoritarismo (UFSM), v. 03, p. 46, 2012.

O último danado: recordações de Waly Salomão. In: Literatura, vazio e danação, organização de Osmar Pereira Oliveira. Montes Claros: Editora Unimontes, 2013.

Os rios profundos e Maíra: a utopia de integração harmoniosa a partir da proposta de Ángel Rama. In: Alabastro, v. 1, p. 59-73, 2013.

Estética da agonia: Tobias Barreto, Cruz e Sousa e Lima Barreto na literatura brasileira logocêntrica dos séculos XIX e XX. In: Entre centros e margens: literaturas afrodescendentes da diáspora, organização de Alcione C. Alves, Rosilda A. Bezerra, Elio F. Souza; Roland Walter. Curitiba: CRV, 2014.

A autonomia precária: definindo o campo artístico-literário barroco em Minas Gerais. In: Revista de Estudios Portugueses y Brasileños, v. 13, p. 81-92, 2014.

O drama da expressão: estética, ideologia e negritude em Adão Ventura. In: Panorama da literatura negra ibero-americana, organização de Rodrigo V. Machado. Curitiba: Imprensa UFPR, 2015.

De uma iberoafrobarroquidade: referências, narrações, políticas. In: Panorama da literatura negra ibero-americana, organização de Rodrigo V. Machado. Curitiba: Imprensa UFPR, 2015.

A dignidade do material (sobre poética de Guilherme Mansur). In: Tipografia & Poesia, organização de João Batista S. Sobrinho, Mário A. Rosa, Rogério Barbosa, Wagner Moreira. Belo Horizonte: Cefet MG, 2016.

Cartas a Nabuco: o ensaio como crise em André Rebouças. In: O ensaio negro ibero-americano em questão: apontamentos para uma possível historiografia, organização de Rodrigo V. Machado. Curitiba: UFPR/SCHLA, 2016.

O excesso de sentido: Paul Ricoeur interpretando Merleau-Ponty. In: Poiesis, v. 15, p. 164-170, 2017.

A condição mineira: Drummond e a cultura do barroco. In: REVISTA USP, v. 114, p. 159-170, 2017.

Correspondências euro-americanas: Poe, Baudelaire, Valéry, Wilson e a construção do simbolismo. In: Revista da ANPOLL, v. 1, p. 167-174, 2018.

O manto de aporias: cultura, território e barroco na dinâmica sócio-histórica do Estado de Minas Gerais. Disponível em DOI: http://dx.doi.org/10.242661/2183-816x0827, v. 27, p. 141-157, 2018.

O sistêmico e o assistêmico: uma reflexão sobre a historiografia literária brasileira. In: TRAVESSIAS, v. 12, p. 69-76, 2018.

Apologia de Eurípides: literatura e conhecimento em Aqueles cães malditos de Arquelau, de Isaías Pessotti. In: Odisséia UFRN, v. 3, p. 151-169, 2018.

As dimensões perdidas: uma leitura-vivência de Ferreira Gullar. In: HUMANIDADES & INOVAÇÃO, v. 6, p. 28-34, 2019.

História e solidão: Alphonsus de Guimaraens. In: Literatura mineira: trezentos anos, organização de Jacyntho Lins Brandão. Belo Horizonte: BDMG Cultural, 2019.

Psicologia da subversão: o movimento cognitivo do jovem Cabral. In: Mangues & Letras, v. 16, p. 50-56, 2021.

Coautorias

Pedagogia da ignorãça: uma leitura de Manoel de Barros. In: Guavira Letras, v. 1, p. 102-108, 2017. (coautoria A. C. QUADROS).

A casa deles. In: Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, v. 36, p. 253-255, 2010. (Coautoria Ana Paula Pacheco).


TEXTOS


CRÍTICA

 


FONTES DE CONSULTA

CUNHA, Alécio. Poesia nova. Hoje em dia, Belo Horizonte, 25/09/2000.

CUNHA, Alécio. Oliveira faz em Lama a política da escrita. Hoje em dia. Belo Horizonte: 29/10/2000.

PEREIRA, Maria Antonieta. Lama Resenha. In: Scripta n. 4. Belo Horizonte: PUC Minas, 2001.

PEREIRA, Edgard. Anelito de Oliveira. In DUARTE, Eduardo de Assis (Org.) Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. Vol. 3, Contemporaneidade. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.

 


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