DADOS BIOGRÁFICOS
Ronald Augusto nasceu em 1961, no estado do Rio Grande do Sul. É poeta, professor, ensaísta e crítico de poesia. Licenciado em Filosofia (UFRGS), Mestre em Letras: Teoria, Crítica e Comparatismo (UFRGS). É autor de, entre outros, Homem ao Rubro (1983), Puya (1987), Kânhamo (1987), Vá de Valha (1992), Confissões Aplicadas (2004), No Assoalho Duro (2007), Cair de Costas (2012), Oliveira Silveira: poesia reunida (2012), Decupagens Assim (2012), A Contragosto do Solo (2020), Tornaviagem (2020), O Leitor Desobediente (2020), e Crítica Parcial (2022), E mais não digo (2023). Em 2022, em parceria com o Instituto Estadual do Livro (IEL), organizou a edição especial de Oliveira Silveira: obra reunida, que celebra um dos mais importantes nomes da literatura afro-brasileira.
O escritor atua em inúmeras áreas: é músico, letrista, ensaísta e possui, ainda, um trabalho significativo no âmbito da literatura. Como poeta alcançou expressividade no cenário nacional e mundial, de tal forma que suas produções foram publicados em revistas literárias, bem como em antologias, dentre elas destacamos: A razão da Chama, organizada por Oswaldo de Camargo (1986), a revista americana Callaloo: African Brasilian Literature: a special issue, EUA (1995), a revista alemã Dichtungsring Zeitschrift für Literatura e outras. No Brasil, publica em jornais e revistas dedicados à poesia, como na Quatro cinco um, na Acrobata, Germina, na Ruído Manifesto, para citar apenas algumas.
As principais temáticas presentes no repertório intelectual de Ronald Augusto referem-se à poesia concreta, à poesia inventiva contemporânea e à literatura negra no Brasil. Entre essas publicações um estudo referente à obra de Cruz e Sousa mereceu destaque, por este trabalho o escritor recebeu a Medalha de Mérito conferida pela Comissão Estadual para Celebração do Centenário de Morte de Cruz e Sousa. Além dessa premiação, o poeta recebeu ainda o Troféu Vasco Prado, conferido pela 9ª Jornada Nacional de Literatura, Passo Fundo, em agosto de 2001, o prêmio Apesul Revelação Literária em 1979, o 13º Troféu Palavra Viva, do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Rio Grande do Sul, 2018, e o II Prêmio Minuano de Literatura — categoria Poesia, Instituto Estadual do Livro/ RS, em 2019.
Em Decupagens assim, de 2012, e O leitor desobediente, de 2020, reúnem-se as reflexões críticas do poeta preocupado não apenas com a linguagem enquanto processo construtivo, mas igualmente com a metalinguagem e a busca de compreensão da forma poética em seu processo histórico de desenvolvimento.
Poeta moderno por excelência, Ronald Augusto combina a atividade criadora com o trabalho de crítico literário e cultural. Tais intervenções, feitas na imprensa e em diversos endereços digitais, abarca ainda a compilação e o resgate de experiências elaboradas por outros autores, como em Oliveira Silveira, conterrâneo gaúcho que tem no autor o responsável por uma de suas antologias mais requisitadas. Atualmente, cursa doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), dedicando-se à pesquisa de Silveira.
PUBLICAÇÕES
Obra Individual
Homem ao rubro. Porto Alegre: Edição do Grupo Pró-texto,1983. (poemas, livro em forma de encartes).
Kânhamo. Porto Alegre: Edição do autor, 1987. (poesia).
Puya. Porto Alegre: Edição do Autor, 1987. 2. ed. Porto Alegre: Editora Biblos, 1992. (poesia).
Vá de valha. Porto Alegre: Secretaria Municipal de Cultura, 1992. (poesia).
Confissões aplicadas. Porto Alegre: AMEOP, 2004. (poesia).
No assoalho duro. Porto Alegre: Editora Éblis, 2007. 2. ed. Porto Alegre: Editora Éblis, 2010. (poesia).
Cair de costas. Porto Alegre: Editora Éblis, 2012. (poesia reunida).
Empresto do visitante. São Paulo: Editora Patuá, 2013. (poesia).
Nem raro nem claro. Porto Alegre: Butecanis Editora Cabocla, 2015. (poesia).
À Ipásia que o espera. Ilustrações de Dadá Jacques. Salvador: Editora Ogum’s Toques Negros, 2016. (poesia).
A contragosto do solo. Porto Alegre: Demônio Negro, 2020. (poesia).
Tornaviagem. São Paulo: Kotter Editorial, 2020 (poesia).
E mais não digo. Porto Alegre: Editora Casa Verde, 2023 (crônica).
Coautoria
Negro 3 x negro. Em parceria com Paulo Ricardo de Moraes e Jaime da Silva. Porto Alegre: Edição dos Autores, 1982.
Disco. Em parceria com Ivan Hingo. Porto Alegre: Contravez, 1986.
Antologias
Poesilha. Org. Jefferson Lima. Florianópolis, s/e, 1984.
A razão da chama: antologia de poetas negros brasileiros. Org. Oswaldo de Camargo. São Paulo: GRD, 1986.
Pequena Antologia Temática. In: O negro escrito: apontamentos sobre a presença do negro na literatura brasileira. Org. Osvaldo de Camargo. São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura, 1987.
Negros diversos e prosas. Salvador, n. 0, nov. 1990.
Dichtungsring Zeitschrift Für Literatur. Bonn, n. 20, 1991.
Dichtungsring Zeitschrift Für Literatur. Bonn, n. 21, 1992.
Roda de poesia negra. Porto Alegre: Edição dos autores, 1993.
Conversa com verso: antologia de poetas gaúchos. Org. Marô Barbieri e Cristina Dias. Porto Alegre: Mercado Aberto/Instituto Estadual do Livro, 1994.
Dichtungsring Zeitschrift Für Literatur. Bonn, n. 23, 1995.
Callaloo. African Brazilian Literature: a special issue. Baltimore: Johns Hopkins, v. 18, n° 4, 1995.
Dichtungsring Zeitschrift Für Literatur. Bonn, no 24/25, 1996.
Porto & Vírgula: encarte poético Inverso. Porto Alegre, nº 33, 1997.
Continente Sul Sur. Porto Alegre: Instituto Estadual do Livro, nº 9, 1998.
Continente Sul Sur. Especial Cruz e Souza. Porto Alegre: Instituto Estadual do Livro, nº 8, 1998.
Dimensão. Revista Internacional de Poesia. Uberaba, nº 27, 1998.
Vozes: poesia contemporânea canta Cruz e Sousa. Org. Iaponan Soares. Florianópolis: Museu/Arquivo da Poesia Manuscrita, 1998.
O negro em versos: antologia da poesia negra brasileira. Organização de Luiz Carlos Santos, Maria Galas e Ulisses Tavares. São Paulo: Moderna, 2005.
Antologia de poesia afro-brasileira: 150 anos de consciência negra no Brasil. Organização de Zilá Bernd. Belo Horizonte: Mazza edições, 2011.
Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. Organização de Eduardo de Assis Duarte. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011, vol. 3, Contemporaneidade.
Oliveira Silveira: breve fortuna crítico-afetiva. 1. ed. Porto Alegre: Instituto Estadual do Livro, 2022. 108p. (FROES, J. (Org.) ; CAMARGO, O. (Org.) ; AUGUSTO, R. (Org.) ; COSTA, R. A. (Org.) ; BITTENCOURT JUNIOR, I. C. (Org.) .
Não ficção
Os poetas negros respondem aos emurados do lugar. In: Porto & Vírgula: Secretaria Municipal da Cultura, jul. 1995 e out. 1995.
Poesia brasileira em Callaloo. In: Porto & Vírgula. Porto Alegre: Secretaria Municipal da Cultura, 1998, n° 36.
Apontamentos marginas a propósito da poesia de Cruz e Souza. In: Porto & Vírgula. Porto Alegre: Secretaria Municipal da Cultura p. 56-60, no 38, Ano VI, nov. 1999.
Cruz e Souza: Make it New. In: Morcego Cego - Revista de Estudos sobre Poesia. Florianópolis, 1999, Ano II, no 2.
Despojos canônicos e poesia contemporânea. Coautoria com Cândido Rolim. In: Porto & Vírgula. Porto Alegre: Secretaria Municipal da Cultura, 2001, n° 42.
Transnegressão. In: Cadernos Porto & Vírgula. Porto Alegre: Secretaria Municipal da Cultura, 1995, v. 11. Republicado em AFOLABY, Niyi, BARBOSA, Márcio, RIBEIRO, Esmeralda (Orgs.). A mente afro-brasileira/ The afro-brazilian mind. Trenton-NJ; Asmara-Eritreia: África World Press, 2007. Republicado em PEREIRA, Edimilson de Almeida (Org.) Um tigre na floresta de signos. Belo Horizonte: Mazza, 2010.
Decupagens assim. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2012. (crítica).
O leitor desobediente. Porto Alegre: Figura de Linguagem, 2020. (crítica).
Transfiguração e transgressão do conceito de literatura negra: a conquista da invenção na poesia de Eliane Marques e Marcelo Ariel. (Dissertação). Porto Alegre: UFRGS, 2023. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/257968/001168432.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em 23 de março de 2024.
Organização de livro
Oliveira Silveira: obra reunida (edição especial). Porto Alegre: IEL, 2022.
TEXTOS
- Ronald Augusto Textos selecionados
- Ronald Augusto - biobibliografemas
- Ronald Augusto - o retorno
- Ronald Augusto - Dois do dois: olomí
- Ronald Augusto - Pesadelo da história
- Ronald Augusto - Língua imperial mal passada
- Ronald Augusto - Reconhecimento de firma
- Ronald Augusto - 5.
CRÍTICA
- A poética do estranhamento e a afro brasilidade na produção de Ronald Augusto - Zélia Maria de N. Neves Vaz
- O estilo da revanche em e se alguém o pano – Ronald Augusto
- O Leitor desobediente, de Ronald Augusto - Giovanna Soalheiro Pinheiro
FONTES DE CONSULTA
AGIER, Michel. “Olhar, sentir, amar: breve introdução à busca da poética negra”. In: A Tarde. Suplemento Cultural. Salvador, 06 jul. 1991. p. 6-7 (poema visual e notas)
CAMPOS, Arnald. “Tutuca: músculos, música”. Porto Alegre, 29/30 out. 1988, p. 22. (poemas)
HINGO, Van. “A contragosto do solo”. In: AUGUSTO, Ronald, Puya. Porto Alegre: Biblos Livros, 1992. (prefácio)
SILVESTRIN, Ricardo. “Ronald Augusto Tutuka: o poeta”. In: Porto & Vírgula. Porto Alegre: Secretaria Municipal da Cultura, n.10, out/nov. 1992, p. 20 - 21.
SILVA, Jones Lopes da. “Poeta negro canta versos da provocação”. In: Zero Hora. Porto Alegre, 21 jan 1993, p. 4.
CALLALOO. African Brazilian Literature: a special issue. Baltimore: Johns Hopkins, v. 18, n°. 4, 1995. (poema e entrevista em português).
WHITE, Steven F. “Reinventing a sacred past in contemporary afro-brazilian poetry”. In: Callaloo. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, vol. 20, no 1, 1997, p. 70-71 (comentário crítico).
AUGUSTO, Ronald et al. “As novas tendências” (entrevista). In: Porto & Vírgula. Porto Alegre: Secretaria Municipal da Cultura, n° 45, 2002, p.8-20
LINKS
- Poesia coisa nenhuma, blog do autor
- As atrizes-cantoras negras e o sorriso obediente - por Ronald Augusto
- Ronald Augusto, portal de literatura, professor Antonio Miranda
- A diáspora negra na poesia performática de Ronald Augusto - por Prisca Agustoni de Almeida Pereira
- Artigos do autor na revista Sibila
- poesia-pau, blog do autor
- préVIXE - uma homenagem a Arnaldo Xavier
- Ronald Augusto na "Germina – Revista de literatura e arte"
- Artigo de Ronald Augusto na Sibila sobre Monteiro Lobato