DADOS BIOGRÁFICOS

Ana Cruz nasceu em Visconde do Rio Branco no ano de 1965. Aos dez anos, mudou-se com a família para Volta Redonda, no Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1985, vivendo em um bairro de periferia. Tal mudança ocorreu porque o seu pai, que trabalhava em uma usina local, foi demitido. Neste novo ambiente, Ana Cruz passa também a assumir responsabilidades, o que a leva a buscar alternativas fora de casa, mudando-se nove anos depois para a cidade do Rio de Janeiro.

Formou-se em jornalismo e atuou na área de informação e na educação. Percebendo o gosto pela escrita, passou a se dedicar à literatura como uma forma de recuperar a identidade em meio a uma cidade tão grande. É a solidão que instiga Ana Cruz a escrever e a reconstruir a memória em Minas, lugar da sua infância tão breve.

Em 1995, lançou seu primeiro livro de poesias E... Feito de luz, constituído de fortes traços poéticos. No ano seguinte, lançou o jornal De Mina, com poesias de vários autores e também crítica literária. Em 1999, publicou Com perdão da palavra (1999), Mulheres Q’ rezam (2001) e Guardados da memória (2008). Chegou a coordenar o jornal-mural De Mina, onde publicava os seus poemas e que dava oportunidades para outros escritores.

Dois aspectos que podem ser encontrados na poesia de Ana Cruz: a urbanidade e afirmação da identidade. Sobre o primeiro, Nascimento (2011) afirma:

A urbanidade na poética de Ana Cruz, além de representar um quadro onde a desigualdade social melhor se revela, denuncia a condição subumana a que estão sujeitos justamente os que mantêm o progresso funcionando. Se progresso e pobreza são, contraditoriamente, termos análogos e convergentes em sua poética, tal convergência encontra seu ponto de sustentação e coerência configurado na pele de quem carrega a cor como fator de diferença.

Quanto à questão da afirmação de identidade em sua poesia, percebe-se um desenvolvimento que transcende as questões políticas. A cultura ancestral passa a fazer parte da poesia de Ana Cruz. Assim, em 2011 lançou o projeto literário "Mulheres Bantas, Vozes de Minhas Antepassadas" que consistiu em um seminário sobre Literatura Afro-brasileira. Este seminário resultou em um DVD de mesmo título, em que a autora trabalha com a memória valorizando a sabedoria e conhecimentos relacionados à ancestralidade.

 


 PUBLICAÇÕES

Obra individual

E... Feito de luz. Niterói/ Rio de Janeiro: Ykenga Editorial Ltda, 1995.

Com o perdão da palavra. Rio de Janeiro: Edição da autora, 1999.

Mulheres Q’ Rezam. Rio de Janeiro: Edição da autora, 2001.

Guardados da memória. Niterói: Edição da autora, 2008. 

Mulheres Bantas (DVD). Rio de Janeiro: Produção Independente, 2011.

Eu não quero flores de plástico. Rio de Janeiro: Edição da autora, 2016.

Antologias

Jornal mural De Mina.  Niterói/RJ: coord. e ed. da autora, n. 1, nov./dez. 1998.

Jornal mural De Mina. Niterói/RJ: coord. e ed. da autora, n. 2, jun. 2003.

Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. v. 3, Contemporaneidade. Organização de Eduardo de Assis Duarte. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.

Amor e outras revoluções, Grupo Negrícia: antologia poética. Organização de Éle Semog. Rio de Janeiro: Malê, 2019.

 


TEXTOS

 


CRÍTICA

 


FONTES DE CONSULTA

NASCIMENTO, Gizelda Melo do. Ana Cruz. In DUARTE, Eduardo de Assis (Org.) Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. Vol. 3, Contemporaneidade. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.

SOUZA, Emilene Corrêa. A questão da memória identitária afro-brasileira na poesia de Ana Cruz e Conceição Evaristo. Dissertação (Mestrado em Letras) – Instituto de Letras, 2014.

SANTOS, Bruna Carla dos. Percursos da memória em poemas de Ana Cruz e Conceição Evaristo. 2017. Dissertação (mestrado em literatura) - Programa de Pós-Graduação em letras, Pontífica Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte.

 


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