Guiniver

Enquanto não passa

Me deixa ficar no teu abraço
Me aperta,
me integra
Me deixa agarrar nos teus pelos
Me deixa as marcas dos dentes na pele
Mordisca
Mas não me deixa desacreditar
Porque dar crédito ao que há
Me faz viva,
nua e crua
E se for só de passagem
Que a estrada seja longa
Só para te tragar a essência
E tu me sorver os licores
Enquanto nessa andança,
deles nós precisarmos
E se for só de passagem,
passe leve
como um sopro
no meu tremor
E, então,
me deixa ficar no teu abraço!
Não se preocupe,
eu quero
(...)

(Infinito Rubro-Carmim, 2019)