Rosa ficava-lhe grata e apreensiva: e quando ele não mais apareçer. Os meus filhos hâo de reclama-lo. Hâo de chorar. Quando nasçêr o seu filho… ele ha de olvidar os meus.
Ele passava horas e horas ao lado do seu tio jogando xadrez. Mandava comprar guaraná e cerveja para eles. Quantidade fabulosa que dava para eles bebêr toda semana.
Enquanto jogavam o seu tio Raul ia citando-lhe suas pretensôes que a casa era pequena. Ele, se pudesse construia um quarto a mais por causa das crianças e pintava a casa. Que é horrivel a existência com dificuldade. Para mim a dificuldade, é o espinho da vida.
Ele ficava satisfêito, porque o seu tio dava-lhe chanse de ganhar as partidas. E ele, cava convencido que era um heroi. Quando ele ouvia a voz de Rosa dizendo aos filhos que estava na hora de ir dêitar-se, ele ficava triste. Voltando a realidade do seu sonho de heroi.
Porque se ele, fosse um heroi teria conseguido alcançar o seu obgetivo na vida. Casar-se com a Rosa ou então ficar livre para sempre. Ele olhava o relógio e despedia-se. Antes de entrar no carro ele voltava a olhar para aquela casa que facinava lhe tanto como se fosse uma joia que contemplamos atravez dos vidros de uma joalheria. Se aquela casa fosse a lêilão, ele remata-la-ia por qualquer prêco. A casa onde resside-se a mulher que amamos é um verdadeiro excrinio.
Somos escravos de tudo que desêjamos possuir. Ninguem é livre neste mundo. Ha diversas especies de escravidôes. Meu Deus meu Deus! Meu Deus! Levava as mâos a cabêça como se seus cabêlos lhe encomodassem. Eu não me conformo com esta inquietação interior que vae avulumando-se cada vez mais. Tenho a impressão que sou uma nuvem girando no espaço procurando um lugar do meu agrado para estacionar-me. Todo homem no mundo é um caçadôr de coleçôes. Todos procuram algo neste mundo. E, tudo que ha no mundo tem apreciadôr. Até os astros la distantes tem quem os aprécia. Os poetas apreciam as estrelas, as flores, e as nôites de luar. Ha os que amam quadros musicas e as viagens no hemisfério. E o meu sonho?
Era ser o espôso de Rosa. Uma casa e varios filhos.
E há quem diz que as mulheres são todas iguâes. Não é verdade. A Rosa tem filhos. A Marina não tem. A presença de Rosa reanima-me. Rejuvenesço quando vou na casa de titia. Ela oculta- se quando percebe que estou lá. Quando estamos na mêsa eu não digo que nada. Finjo que não perçêbo a tua presença.
E se alguem lhe pedir casamento e ela açêita-lo? Ela é livre!
Ela é uma pedra preciosa que lutei para adiquiri-la e não tive posses. O que dêvo fazer para possui-la? Quem me dera ver os nossos corpos unidos. O que dêvo fazer para atrai-la. Eu não sei magnetismo! Não sei seduzir.
Meu Deus! Que loucura! O que estou pensando não pode ser pôsto em pratica. Se eu agir com a Rosa como estou pensando ela transforma-se em merétriz. E na nossa familia, não existe estas atrizes. E a Rosa tem filhos. Tem que dar-lhes bons exemplos.
Ele, dava um longo suspiro e ligava o motor do carro. As ruas estavam livres ele chegava logo na sua casa. Marina pensava: Onde será que ele passa a nôite?
(O escravo, p. 213-214)