Mas dessistiu quando compreendeu que não podia comprar piano, e nem pagar professor. Por isso não sabia em que ia trabalhar. Maria Emilia quando saia, ia procura-las para leva-las ao cinema. Vocês precisa ir infiltrando-se na sociedade, podem conseguir bôas amisades e bôas colocaçôes.
Maria Emilia não trabalhava porque era filha unica. E o seu pae estava bem de vida, pareçe que a Deusa que porpociona riquêsas perseguia-lhe. Era a sua sombra. Vivia despréocupada presenteava as futuras cunhadas, e ao futuro sogro.
E assim, foi penétrando nos coracôes dos deçendentes do senhor Pedro Lopes. E ele dizia:
— Ela é digna de pertençer a minha familia.
Quando o casamento realisou se, que alegria. Que festa suntuosa! Que fartura!
Maria Helena dançou, cantou e dançou varias vezes com o Raul Amaral. Quando ele disse que era estudante, e que pretendia formar-se, ela pôis os olhos no solo.
Ele perçebeu que havia algo préocupando-lhe. Interrogou-a.
— O que se passa? Eu disse algo que maguou-te?
— Mencionaste algo que eu desêjei e não consegui.
— Não fiques triste Helena. Êxiste varias pessôas que encontram habismos na vida. Se estiver ao meu alcançe, terei imenso prazer em auxiliar-te. Amou alguem e não foi correspondida?
— Amêi o Estudo não pude estudar. Êxiste desêjos que não médram. Mas eu ja estou ressignada.
Seus olhares encontraram-se. Ele sorriu-lhe.
— Começo adimirar-te porque acho bonito quem sabe conformar-se. Voçe é tão sensata. Estou satisfêito por ter vindo nesta fésta. Porque encontrei-te. E levo de voçe uma recordação Vamos dançar. Voçe vêio aqui com a intenção de dançar. Não quero impedir-te de divirtir se.
——— Eu estou aqui porque sou irmâ de Roberto…
— Ah… você é cunhada de Maria Emilia?
— Ela agora mesclou-se na nossa familia. Estou pidindo a Deus para que ela faça a felicidade de Roberto.
(— É… este é o desêjo de todos quando assiste uma nupcia. Ha casamentos, que a gente em vez de dar os parabens, devia dar os pesêmes.
— Quem ouvir-te, ha de dizer que voçe foi infeliz no casamento.
— Eu já vi os meus amigos sofrendo.
Ela dirigiu o seu olhar na direção de Maria Emilia, que estava deslumbrante com o seu trage nupcial. Disse com tristêsa na voz!
— Eu acho tão bonito o trage nupcial . Ela, deve estar contente.
Sobressaltou-se quando ouviu a voz de seu pae convidando-a para ir-se embora. Que ele precisava trabalhar.
— Pôis não papae! Sêja fêita a tua Eu vou procurar a Carmem, e a Lourdes. Com liçença senhor Raul Amaral. Fica conversando com o papae. Ele ha de gostar de voçê, porque você é agradavel.
Ela saiu e o senhor Pedro ficou olhando-a com prazer. Disse:
— Eu gosto da minha filha! Ela é a copia el de minha saudosa Ela não sabia protéstar. Obedecia-me sempre. Ela nunca respondeu-me. Presava os meus desêjos. Estava sempre contente. Demostrando que apréciava a minha companhia.
Roberto, aproximou-se tando o rôsto anôso de seu pae:
— A Helena disse-me que o senhor quer ir-se embora.
— Preciso meu filho! Estou fatigado. Você é jovem não cança. A cançeira, a tristêsa, a saudade é o trio que procura so os Mas um debate entre velhos e jovens não ha vençedores. O velho quer orientar o jovem. Mas os jovens são obstinados.
Raul sorriu e disse: Acho bonito os debates de pae e filho. Debates que não tem consequência trágica porque o pae não agride o filho. E nem o filho agride o pae. Eu estou apréciando a sua familia senhor Pedro. E a senhorita Helena já convidou-me para eu ir na sua ressidência.
— Pode ir, que ha de ser bem recebido.
E foi assim que nasçeu amisade de Raul, e Helena. Ele passou a frequentar a sua casa. E amisade entre os dôis, foi creçendo igual o sol quando vae inclinando-se no espaço. Quando ele falava de sua vida, era um relato triste, sem encanto. Porque a vida de um orfo é uma vida vazia. Igual um dezerto sem arvôre.
— Eu sempre ouvi dizer que as caricias maternas é a coisa mais deslumbrante do mundo. E eu, não posso descreve-la. Eu estava com um ano quando a morte arrebatou-lhe. Agora tenho você que agrada-me. E está substituindo minha mâe. Você vae ser a minha madrinha no dia da minha formatura.
— Entâo eu vou dar-te uma camisa, e uma gravata.
Helena comprou o tecido e fez a camisa para Raul. Eles quando não se viam, sentiam saudades.
Roberto, e Maria Emilia fôram ressidir se no centro da cidade. Seu pae deu-lhe de presente, um palacête magnifico e um automovel. Os que passavam pela rua, paravam para admirar o seu palaçête. E aquilo envaidecia o Roberto.
Quando nasceu o seu primeiro filho que fésta! Quanto progétos na mente de Maria Emilia. O meu filho, vae ser doutor. Roberto fi cou ressentido com o nascimento do filho. Maria Emilia passou a préocupar-se mais com o filho. Quando nasçe um filho, a mulher coloca o esposo a direita, e o filho a esquerda. O lado do coração.
A nôite ela despertava e levantava. Ia até ao berço de seu filho, e cava horas e horas olhando-o.
— Maria Emilia! Vem dêitar! Você resfria-se.
— É que eu senti saudades do meu filho, e vim vê-lo. Ele é tão bonito! Agora eu gosto imensamente de Deus por ter dado-me este Este filho acabou de completar a minha vida. Agora eu tenho tudo no mundo. Não sei como é que tem mâe, que dão os filhos! Será que não tem dó? Será que não sente saudades? Será que não ama o seu fruto.
Roberto ficava ouvindo o dialogo de Maria Emilia. E durante o dia sentia sono. Ressignou-se porque no decorrer de nossa existência, a vida as vezes modificava-se. Quando um filho nasçe, é alegria no lar. Quando um filho morre é tristêsa no lar. Quando um filho é bom elemento, que prazer para os pâes. A mâe menciona o nome do filho com orgulho. Mas um filho que transvia-se e faz a sua mâe chorar é um ingrato. Está retribuindo o desvelo com agruras.
O batisado do filho foi o acontecimento sensacional do ano. Retratos nos jornaes e televisionado. Escolheu pessôas de destaque para batisa-lo.
Roberto pretendia convidar o seu pae para ser o padrinho de Renato. Não manifestou-se porque sabia que Maria Emilia ia protestar. Ele já estava começando antepatisar-se com o seu lar porque ele ali não tinha ação. Pensava: A vida do papae, não foi assim.
Maria Emilia não dispunha de tempo para ir visitar o seu pae. O seu nucleo era outro. Dava preferências aos ricos. Compareçeu ao casamento de Helena com Raul por formalidade. Demorou o menos possivel.
O senhor Pedro disse-lhe:
— Voçê está tão Não vem visitar-me tem dia que eu tenho saudades do meu neto. Mas, quando vou lá, não te encontro. O Roberto tambem custa apareçer ele, é um élo que desligou-se.
Maria Emilia respirava aliviada quando dêixava aquela casa. As vezes mandava presentes para as cunhadas. Com o casamento de Helena o senhor Pedro ficou tranquilo porque já estava anôso e começando ficar doente. Já estava aposentado. Helena cuidava de casa e custurava pra fora. Dizia:
— A minha vida coincide com a de mamâe.
Raul ganhava pouco. As vezes ela pensava: o Roberto dissipa tanto podia nos ajudar. Pareçe que ele esqueçeu a sua origem humilde. A casa paterna, é a casa matriz. A casa que não deve ser olvidada pelo filho.
Quando nasçeu a filha de Helena ela ficou contente. Convidou seu pae para ser o padrinho, ele ficou contente.
Roberto, e sua esposa, e seu filho Renato fôram na festa que foi simples, mas agradou a todos. Renatinho já estava com um ano.
Estava aprendendo falar. Olhava, e indicava: nenê. Maria Emilia sorrindo dizia-lhe:
— É o nênêzinho da titia.
Ela olhou o relógio e convidou seu esposo para ir-se embora.
— Está na hora de dêitar o Renato.
Ela não deitava o Renato na cama de suas tias com medo de microbios. Condusia uma sacola especial para guardar a mamadeira e agua fervida para o Renato.
E assim, eles fôram vivendo. Helena criando a sua lha. E Maria Emilia criando o seu lho. Quando Renato visitava a sua tia queria brincar com Rosinha. Na hora de ir para casa era uma choradeira. Ele queria ficar para brincar com a prima.
Maria Emilia não lhe permitia brincar com outras crianças com medo de microbios e quando ele via a prima ficava atraido.
Maria Emilia era obrigada a leva-lo diariamente na casa de seu sogro porque ele gostava imensamente da casa do vôvô. E o senhor Pedro cava satisfêito com as atençôes de seu neto, que bê ava todos quando chegava e quando saia.
Já fazia um ano que Renato estava na escola quando Olga entrou. Ele lhe ensinava as primeiras liçôes. Era tão calmo para ensina-la que em trêis mêses, ela já sabia lêr. Ele ia leva-la em casa, e jantava na casa do vôvô. Nos dramas escolares Rosa era a primeira atriz, e ele o galâ. E representavam tão bem que já estavam tornando-se popular. Quando alguem êlogiava os, eles ficavam contentes.
Quando ele ia fazer compras açêitava as sugestôes de Rosa, e ela, era a mêsma coisa. Dizia sorrindo:
— Eu sou a tua É o que ouço dizer entre as colégas. Que eu e você somos siamês.
— Que bom se nós fôssemos siamês!
Ele sorria satisfêito.
Ele saiu da escola, e ela continuou. Durante o dia telefonavam. E a nôite encontravam-se iam ao cinema. Que prazer para sua mâe quando ele ingressou na faculdade. Era o seu sonho realisando. Quando ele estudava ela tava-o com prazer. Lhe condusia a escola no seu carro ultimo tipo. Ele não tinha liberdade. Não era dono de suas açôes.
Ela, não permitia que o Renato, brincasse com os colégas.
Dizia:
— Eles, podem corromper-te. E eu não quero ver o teu nome Eu quero te ver sempre no cimo da vida, e da sociedade. Você é a minha vida. Quero preparar para você, um roteiro de viludo adornado de flores.
Ele ouvia em silêncio. Sua fisionomia não demostrava se estava triste, ou satisfêito com a sua existência de flôr da estufa.
Quando brigava na escola, brigava com palavras porque se fosse lutar perdia. E os colegas lhe vaiava e dizia:
— Fraco! Fraco! Fraco! Ele ainda é o queridinho da mamâe.
Ele não imprécionava. Não tinha oportunidade de conversar com os colégas porque a sua mâe chegava dez minutos antes de terminar a aula. Seus colégas criticava-o dizendo:
— La vae a orquidéa. A sensitiva!
(O Escravo, p. 35 a 41 )