DADOS BIOGRÁFICOS
Escritora, ativista, feminista. Jenyffer Nascimento nasceu em 1984, na cidade de Paulista, em Pernambuco. É produtora e apreciadora de arte, frequentadora assídua de saraus nas periferias de São Paulo. O desejo de escrever acontece de forma prematura, ainda na infância em suas viagens literárias. É na adolescência que começa sua escrita com letras de Rap, maneira que encontrou de canalizar suas revoltas, angústias e esperanças.
Participou da coletânea Sarau do Binho e tem poemas publicados na antologia Pretextos de mulheres negras (2013), coletânea que contou com a participação de vinte e duas autoras. Seu primeiro trabalho individual é Terra fértil (Editora Mjiba, 2014). Em suas 170 páginas, a autora aborda o tema do amor, como no poema “Samba jazz” em que trata de um encontro entre pessoas de diferentes classes sociais. Sua relação com a cidade, principalmente a de São Paulo, também é um tema muito recorrente em seu livro, “Reféns da cidade”, “Em cinzas”, “Rio-São Paulo”, são alguns desses poemas. Questões sociais, orgulho negro, vivência da mulher negra, também estão presentes em sua obra.
Carmen Faustino no prefácio do livro nos apresenta a autora como:
mulher negra periférica, escritora, mãe, estudante, educadora, boêmia, raiz, ventania e liberdade… E mulheres negras são assim, escrevem, amam e lutam! Assim, tudo ao mesmo tempo, até porque para nós foi negado o direito à escolha, à dúvida e ao tempo do conhecimento. E, ainda assim estamos em todos os cantos, espalhando sementes férteis de amor e luta; e mesmo invisíveis, a literatura negra feminina resiste, pois é forte e viva. Escrita que grita para expurgar tudo aquilo que não querem ouvir, que soa leve e implacável aos ouvidos, alertando que o afeto e o acalanto também é um direito nosso e que reflete sobre nosso valor ancestral, beleza e realeza herdada, que nunca de nós será tirada.
Essa figura humana, sensível e questionadora permeia toda a obra, na qual a vivência com o mundo e sua relação com a experiência das mulheres negras se transforma em poesia de luta e afirmação, por meio de uma linguagem leve, sem deixar de discutir temas relevantes na sociedade contemporânea.
PUBLICAÇÕES
Obra individual
Terra fértil. São Paulo: Mjiba, 2014.
Antologia
Pretextos de Mulheres Negras. São Paulo: Mjiba, 2013.
TEXTOS
Jenyffer Nascimento - Textos Selecionados
Jenyffer Nascimento - Douglas, Amarildo e Claudia
Jenyffer Nascimento - Dor amor
Jenyffer Nascimento - Raízes
Jenyffer Nascimento - Samba jazz
Jenyffer Nascimento - Identidade
Jenyffer Nascimento - Rio – São Paulo
Jenyffer Nascimento - Reféns da metrópole
Jenyffer Nascimento - Carne de mulher
Jenyffer Nascimento - Prefiro a guerra
Jenyffer Nascimento - Menina bonita sem laço de fita
CRÍTICA
Afeto fértil, fértil poema: a lírica de Jenyffer Nascimento, Fernanda Rodrigues de Miranda.
FONTES DE CONSULTA
MARÇAL, Matheus Menezes. Nos olhos de mulheres negras: estudo das poéticas de Cristiane Sobral, Jenyffer Nascimento e Lívia Natália. Dissertação (Mestrado) - Curso de Letras, Escola de Humanidades, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 2018, 144 f.
MCAUCHAR, Suzana. Poesia, corpo e resistência: A poética de Angélica Freitas e Jenyffer Nascimento. Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora: 40 II SEPRALIC | ANALECTA. Juiz de Fora, v. 5, n. 2, 2019.
OHMER, Sarah. Jenyffer Nascimento: a Poesia Épica de Empoderamento da Mulher Negra. Interfaces Brasil/Canadá. Florianópolis/Pelotas/São Paulo, v. 18, n. 3, 2018, p. 161-175.
SENA, Fernanda Reis de. Lírica e cidade em “Reféns da metrópole”, de Jenyffer Nascimento. Revista Crioula, n. 20, p. 383-400, 20 dez. 2017.
SOUZA, Florentina. Mulheres negras escritoras. In: AUGUSTO, Jorge (Org.). Contemporaneidades periféricas. Salvador: Editora Segundo Selo, 2018, p. 93-106.
LINKS
Coletivo lança terceiro livro de literatura negra e da periferia, no site Geledés
15 autoras negras da literatura brasileira, no site Geledés
Vídeo: Jenyffer Nascimento recita Identidade no lançamento de Terra Fértil
Vídeo: Jenyffer Nascimento fala de Terra Fértil em entrevista a Salloma Salomão