DADOS BIOGRÁFICOS
Luh Maza é dramaturga, diretora, atriz e crítica teatral. Carioca, vive em São Paulo desde 2007. Iniciou sua carreira no teatro aos 12 anos como atriz e sua primeiro texto teatral – Três tempos – foi publicado aos 16 anos.
É autora de mais de dez peças encenadas no Rio, São Paulo e Portugal, todas sob sua direção. Cinco de seus textos foram publicados na coleção Primeiras obras (Imprensa Oficial, 2009) – indicada ao Prêmio Jabuti de Literatura – e também foram lançados sob o título Teatro (Chiado Editora – Lisboa, 2015) em diversos países da Europa e da África.
Em sua arte, busca representar minorias marginalizadas, construir debates e expor cenários de violência e negligência sofridos pela população LGBTQI+ no Brasil. Em 2017, iniciou sua transição de gênero e passou a se identificar como uma mulher transexual. Luh Maza revela em entrevista o quanto a dramaturgia influenciou em seu processo de transição:
Entrei em contato a dramaturgia muito cedo e ela se tornou minha válvula de escape. Eu comecei a escrever ainda no Rio, parei de atuar e fiquei totalmente focada na escrita e na direção. Depois da transição, recebi um convite de um grupo de São Paulo chamado Satyros para voltar a atuar em um espetáculo, que justamente discutia as questões de gênero. De alguma forma, sentia que o teatro ia me ajudar neste processo de reconhecimento, de afirmação – e foi o que aconteceu. (...) Primeiro me entendi como um gênero fluído ou como não-binária. Foi justamente o contato com os colegas de cena do espetáculo em São Paulo que me fez perceber que, na verdade, eu me identificava como uma mulher trans.
A respeito de sua obra e os temas que a mais escreve, a dramaturga fala:
As minhas peças falam muito sobre tempo e relações humanas. Melhor dizendo, como as relações humanas, sejam amorosas, familiares ou de amizade, se transformam com o tempo. E agora, por conta de todo o cenário, elas também têm ganhado um contorno político, levando ainda mais a representatividade e inserção das minorias marginalizadas, trazendo um olhar mais humano para essas pessoas, de forma natural e além dos clichês.
Referências
Foto: Anne Freitas.
MAZA, Luh. Os roteiros de Luh Maza. Entrevista concedida a Letícia Ferreira. Revista Trip/TPM, 2019. Disponível em: https://revistatrip.uol.com.br/tpm/luh-maza-roteirista-de-sessao-de-terapia-fala-sobre-sua-transicao-cinema-e-representatividade.
MAZA, Luh. Luh Maza conta como foi a experiência de ser a primeira diretora trans e negra no Theatro Municipal: “Reparação histórica”. Entrevista concedida ao Grupo Glamurama, 2020. Disponível em: https://glamurama.uol.com.br/luh-maza-conta-como-foi-a-experiencia-de-ser-a-primeira-diretora-trans-e-negra-no-theatro-municipal-reparacao-historica/.
PUBLICAÇÕES
Obra individual
Carne Viva. Portugal: 2015. (Peça teatral).
Três Tempos. Rio de Janeiro: Centro de Estudos Artístico Experimental no SESC Tijuca, 2005. (Peça teatral).
Boi da cara preta. Rio de Janeiro, 2004. (Peça teatral).
A memória dos meninos. São Paulo: Espaço Cênico Teatrix e Centro Cultural São Paulo, 2008. (Peça teatral).
Restos. Centro de Referência da Dramaturgia Contemporânea no Teatro Ziembinski, 2006. (Peça teatral).
F.A.L.A. São Paulo: Coletivo Negro, 2008. (Peça teatral).
Cine Ilusão. Dirigido por Menelick de Carvalho. Rio de Janeiro: Teatro Café Pequeno, 2008. (Peça teatral, musical).
África intitulada Teatro. Europa: Chiado Editora, 2015.
Sessão de Terapia. Moonshot Pictures para Globoplay / GNT, 2019. (Série televisiva)
Kiwi. Editora Benfazeja, 2016. (Tradução, produção e direção).
Cabaret TransPeripatético. São Paulo: Companhia Os Satyros, 2018. (Peça teatral).
Transtopia. São Paulo: Teatro Municipal de São Paulo, 2019. (Peça teatral).
Queerbaret. São Paulo, 2019. (Espetáculo de circo).
Trinta e cinco. Young & Rubicam/Fauna, 2019. (Curta metragem publicitário).
Manifesto Futurista. São Paulo: Teatro Municipal de São Paulo, 2019. (Poesia).
Antologia
Primeiras obras. Imprensa Individual, 2009.
Teatro. Lisboa: Chiado Editora, 2015.
Dramaturgia Negra. São Paulo/Rio de Janeiro: Edições Funarte, 2019.
TEXTOS SELECIONADOS
CRÍTICA
FONTES DE CONSULTA
QUADROS, D. M. de. Dramaturgia negrofeminina brasileira: notas introdutórias de uma textualidade dramática enegrecida. Pitágoras 500, Campinas, SP, v. 10, n. 1, p. 81–94, 2020. DOI: 10.20396/pita.v10i1.8659037. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/pit500/article/view/8659037. Acesso em: 2 dez. 2020.
Grillo, C. K., & Lanzarini, R. CAMPO DE PRODUÇÃO CULTURAL E O ESPAÇO DE ATUAÇÃO DAS MULHERES NO TEATRO LGBT. Interfaces Científicas - Humanas E Sociais, 8 (2), 2019, p. 171-184. https://doi.org/10.17564/2316-3801.2019v8n2p183-196
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