Aíto Bonfim e a reinvenção de antigas beligerâncias

Inocência Mata

Escrever é um ato de subversão.

(David Grossman - escritor israelita)

 

Um simples olhar que seja pelos programas das literaturas africanas de língua portuguesa em universidades em que esta matéria é ensinada apreende, sem grandes análises, uma lacuna que se vem tornando sistemática: a ausência de um espaço definido para o estudo da literatura são-tomense pós-independência.

As razões para esse “estado de coisas” podem ser várias. Porém julgo que acabam sempre por se conjugar com a pouca divulgação do que se vem publicando em São Tomé e Príncipe, passada que está a fase em que as literaturas africanas de língua portuguesa formavam um sistema de vasos comunicantes, que se alimentava de um propósito comum: fazer da palavra literária veículo de contestação política, num período – colonial-facista – em que estavam cerceadas todas as possibilidades de um exercício normal de cidadania.

Nesse tempo, talvez por razões que se prendem com a natureza do processo histórico da cultura são-tomense, a poesia foi forma privilegiada de expressão literária de São Tomé e Príncipe. E este fenómeno ainda se verifica hoje, sessenta anos depois da publicação da obra que entendo ser o marco da modernidade literária são-tomense, Ilha do Nome Santo (1942), de Francisco José Tenreiro. De fato, ainda hoje, em período pós-colonial, a substância da primeira recepção da expressão “literatura são-tomense” é ainda a poesia. Esta ideia é reforçada pela produção atual, num desequilíbrio genológico na produção dos “novos” escritores são-tomenses. Outrossim, não é necessária uma profunda análise para constar que, nas duas colecções inauguradas em Maio de 2002 pelo Centro Cultural Português/ Instituto Camões, a coleção de poesia “Acácia Rubra” conta com nove títulos, contra os cinco da colecção de prosa, “Flor de Eritrina” (que inclui também textos ensaísticos).

A literatura são-tomense é, assim, no amplo sistema literário dos Cinco, marcada por uma lacunar prática do género narrativo – e isso desde o período colonial: Alves Preto (nome com que o poeta Tomás Medeiros assinou os seus dois contos nos idos de 50) é o único exemplo de ficcionista da CEI – Casa dos Estudantes do Império -, uma vez que a escrita de Sum Marky, marcadamente neo-realista e de denúncia das injustiças socias, não tematizou a antinomia colonizado/ colonizador, não chegando, por isso, a ser escrita anticolonial e nacionalista, aquela que considero demiúrgica do sistema literário são-tomense.

Em todo o caso, porém, depois da independência, parece que tem sido difícil aos escritores são-tomenses fazerem o agenciamento da condição pós-colonial – em termos estético-ideológicos -, para que se tragam para a cena literária os dissensos do pós-independência, pela incorporação das contingências da história e das informações do contexto espácio-temporal, atualizando as instâncias comunicativas do texto literário. Por pós-colonial entendem os estudiosos do pós-colonialismo – e eu com eles – a postura, estética ou ideológica, que consiste no escrutínio crítico das relações coloniais, resistindo às perspectivas decorrentes do colonialismo, apologéticas ou combativas. Embora alguns estudiosos, como Elleke Boehmer, considerem que “nos seus primeiros estágios [a literatura pós-colonial] pode ser também escrita nacionalista” (1995: 3), aquela é sobretudo marcada pelos sinais e consequências da condição colonial, que tenta inverter pela convocação de novos paradigmas estéticos (em termos de opções técnico-compositivas, temáticas, enfim) e pela postura derrisória da “tradição literária”.

Porventura, o mais intrigante caso da literatura pós-colonial são-tomense é Aíto Bonfim.

De seu nome Ângelo do Nascimento de Jesus Bonfim, Aíto Bonfim nasceu na cidade de São Tomé, onde fez os primeiros estudos, tendo-se licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. É autor de dois livros de poesia, Poemas (1992) e Aspiração (2002), de dois outros de teatro, A Berlinização ou Partilha de África (teatro, 1987) e O Golpe – uma Autópsia (teatro, 1996) e de um romance, O Suicídio Cultural, publicado em 1992, sua primeira (e até agora única) obra de ficção1.

É O Suicídio Cultural um estranho romance num discurso que parece atualizar uma urgente “corrente de consciência”. Talvez não pudesse ser de outro modo: o tema é a loucura de quem espera catorze anos numa cela de morte. O discurso é, por isso, intrigante, vertiginoso, quase ininteligível – um romance que, devido ao seu hermetismo, já considerei, em outro lugar, como “um caso de apostasia romanesca”2, isto é, de renúncia ao código romanesco e também de ab-rogação da harmonia a que a escrita nacionalista nos habituara.

É, por isso, um romance político, se se considerar como uma das suas características a contemporaneidade do “assunto”: a espera de um homem no corredor da morte por convicções políticas – “uma tradição já tristemente institucionalizada em África”, diz-nos o narrador:

Nessa cela, está um velho e esquecido prisioneiro que estranhamente dialoga consigo próprio, ora desdobrando-se nas suas três fases etárias, ora transportando toda a memória vivencial ao tempo presente, pois também a vida carece de um balanço sincero, sobretudo, quando está confinada ao frio de uma cela de morte confiada ao pelotão de fuzilamento (uma tradição já tristemente institucionalizada em África), possuído pelo nervosismo impaciente de cumprir, sem pestanejar, com o dever: matar o homem (BONFIM, 2002, p.17).

Trata-se de uma obra que se inscreve na literatura são-tomense na contramão do que tem sido a sua prática narrativa, em que a memória (do) colonial continua a ser a instância dinamizadora da significação textual e a que, por isso, designei “presença obsidiante3. São essas instâncias a roça, a relação colonizado/colonizador, a marginalização da população forra, as injustiças do sistema colonial, enfim...

Porém, a postura contradiscursiva de Aíto Bonfim também tem sido em relação à reescrita da “tradição” (nacionalista) literária – o que, devido ao monolitismo pós-independência, ainda sob a influência da ideologia nacionalista, lhe trouxe dissabores, quando, por exemplo, publicou A Berlinização ou Partilha de África, que o poder político não deixou divulgar, como o próprio conta em entrevista a Michel Laban (Laban, 2002: 396). Essa reescrita atualiza-se na ênfase aos dissensos internos (leia-se O Golpe – uma Autópsia, de 1996), aos sinais de afirmação da diferença (coletiva e individual), à valorização e à visibilização da subjetividade na reflexão sobre a realidade (veja-se a amargura do Velho Kakôlo quando sai da cadeia e se confronta com um mundo que já não reconhece), pelo reconhecimento das “subjetividades marginalizadas” da História, na expressão de George Yúdice (1997: 138). Numa lógica de abertura de novos espaços (Appiah, 1993: 63), Aíto Bonfim busca também novas temáticas que a dinâmica pós-colonial impôs e que a sua consciência, não podendo já elidir, convoca para a cena literária: diz o autor que

[...] havia frustrações em virtude do sonho não realizado no pós-independência, as injustiças do pós-independência. Aliás, esta frustração abrangia quase todos os países de África, uns menos, outros mais até. Era preciso denunciar isso (BONFIM, In Laban, 2002: 398).

Afirma o autor, em diversas ocasiões, que o facto histórico em que se inspirou para escrever o romance leu-o como notícia de jornal:

Eu não inventei isso. Houve de fato um preso político – eu li isso nos anos 70, sobre esse fato ocorrido algures num país africano – que foi esquecido na sua cela, simplesmente porque ele tinha sido dado como fuzilado4.

A notícia lida foi, na verdade, como nos ensinaria o historiador francês François Furet, um acontecimento histórico, na medida em que o escritor extraiu dele uma significação a partir da sua “posição” no eixo do tempo – neste caso, do “tempo da leitura”: um tempo em que, estudante em Portugal e logo após o fervor da liberação (andava o então jovem candidato a escritor por volta dos vinte anos), percepcionou esse “facto” revestido de singularidade5. Lendo-o, o fato, na sua condição irredutível, Aíto Bonfim fixou-o, fazendo, neste romance e em outros escritos seus, um convite aos seus leitores: uma reflexão sobre as origens e as causas dos nossos males. Sugerindo que os nossos males começam por ser internos, diz-nos que, afinal, transformámos a nossa nação em algo transacionável (Bonfim, 2033:13). Isto é: algo que se pode vender – nem sequer a alto preço... E não é o narrador que diz – o narrador que é uma entidade fictícia; quem o diz é o próprio autor, na sua “Introdução”.

Escrita incómoda? Claro, mas é isso que tem de ser a literatura: doce, sim, mas útil – fórmula horaciana que o já falecido José Cardoso Pires transforma, dizendo que o escritor tem de ser um agitador... de consciências adormecidas, bem visto! Como o escritor português Manuel da Fonseca, que escrevia por ser do contra... Ou porque, recuperando a epígrafe com que abri esta fala, “escrever é um acto de subversão” (David Grossman).

De facto, assim como a literatura foi, nos tempos difíceis do colonial-fascismo, subsidiária à ideologia libertária – veja-se a poesia de Francisco José Tenreiro, Tomás Medeiros, Alda Espírito Santo, Manuela Margarido e Marcelo da Veiga –, também hoje a literatura tem continuado a ser veículo de contestação do status quo, numa sociedade em que o pleno exercício da cidadania ainda encontra constrangimentos de vária ordem. Com efeito, assim como a literatura foi veículo de construção da identidade prática – na sua expansão panafricana –, também hoje a literatura são-tomense continua, com Aíto Bonfim, a ser lugar de construção de uma cidadania participativa. Atual é, por isso, este O Suicídio Cultural: quando, por exemplo, a personagem Kakôlo, dirigindo-se a Kakô, seu outro “eu” enquanto jovem, afirma, na página 63 –

Já me transportam para a mortuária, Kakô. Enjoa-me toda esta paisagem de desgraçados e despedaçados.

[...]

Nasci sem meu voto... inútil.

- quão atual é esta constatação acusatória, tendo em conta o liminar desprezo a que o povo é votado após as eleições, que se sucedem como único sinal de “democracia” e que funcionam como rótulo apaziguador de consciências políticas...

Uma interpretação forçada? Talvez não, se se tiver em conta a dimensão apostrófica da escrita de Aíto Bonfim, de que tanto a sua obra dramática como a sua obra poética também dão exemplos.

Com efeito, como poeta, também a obra de Aíto Bonfim percorre os caminhos dos lugares-comuns da “poética tradicional”. Como lembra Elleke Boehmer,

Despite anti-imperial developements, despite the apparently subversive energies of postcolonial writing, in a world order supervised by new imperial powers of multinational companies, colonialism is not a rhing of the past (BOEHMER, 1995, p. 10).

Os vinte poemas que compõem Aspiração6, seu segundo livro de poesia, falam da condição humana na sua plenitude: tanto fala o poeta dos terríveis meandros do(s) poder(es) dos homens e das nefastas consequências daí decorrentes, como, no poema “O milionésimo da estatística” ou nessoutro “A guerra e a paz”, apresenta quadros apocalípticos, em que as imagens sensoriais (visuais, olfativas, auditivas, táteis), em imagética escatológica, nos transmitem o horror da destruição total –

A guerra em busca da paz

As mortes sem nome

Os mortos inchados sem sepulcro

Os bocados corporais sem dono

O cheiro fétido de carne putrefacta

Os mutilados que rastejam

Os inválidos

Sem pernas

Sem braços

Os tais restos que respiram desfigurados

(...)

-, como fala da força do amor para transformar o mundo, como no poema “É preciso consagrar”:

É preciso consagrar

uma fé estranha

no futuro dos homens

uma crença inabalável

no seu poder

e, no por que não, amor

Muito amor?!

Tanto abomina o poeta da pungente situação da África e dos africanos, mortos de fome e de desejo de paz e de vida, como invectiva a opressão de que sofre a espoliada Palestina, cuja terra foi “oferecida” por quem não a possuía. De igual modo, o poeta tanto celebra a cultura popular, através do ritual de cumé n’tlache gleza, como canta o seu amor pela África, que sente consubstanciada em si, em “Sinto a África”:

Sinto toda a África

Consubstanciada em mim

(...)

Para o arrepio

Do espírito vaidosamente modelar

Gostaria de ser sempre

Simplesmente africano

 

Sinto ainda toda a nossa África consubstanciada em mim.

É essa força afirmativa e assertiva da identidade panafricana que me parece herdeira do discurso nacionalista, embora, hoje, com novos ingredientes. Costumo dizer da escrita de Aíto Bonfim que ela é ainda partícipe da utopia da “Geração de Cabral” (Mario Pinto de Andrade) – beligerâncias antigas, agentes diversos. Este trilho panafricanista da escrita de Aíto Bonfim também o aproxima, mais uma vez, da estética da geração precedente. É neste sentido que se pode dizer – na esteira de Neil Lazarus (que, por sua vez, resgata a frase de Theodor W. Adorno7) – que este autor “combate a tradição com propriedade”. Para Neil Lazarus,

To hate tradition properly is these terms very different from championing this exclusive (and excluding: what Raymond Willians called “selective”) tradition; on the contrary, it is to keep faith with true universality, with the ideia of a radically transformed social order, and to oppose oneself implacably to the false universality of modern (bourgeois) sociality.

De fato, ao aproximar-se do ideal utópico do universalismo panafricanista da geração nacionalista – ou melhor, ao reeditá-lo, Aíto Bonfim reinventa também as estratégias retóricas, com consequências semântico-pragmáticas, que o tornam eficaz enquanto ideologia estética. É por isso que na sua poética ainda se “sentem” ressonâncias de uma romântica utopia, que faz com que a sua escrita tenha uma dimensão performativa, isto é, que impele à ação e que realiza o que nomeia:

ESCUTA

Escuta

Escuta

O murmúrio faminto

Dos milhões que rastejam

Escuta

Escuta

O chio dos ossos

Dos corpos sem carne

Escuta

Escuta

Dormes?

Escutas?

Só escutas?

A tua impotência

É a tua aceitação.

Não se pense, no entanto, a escrita de Aíto Bonfim como contaminada pela visão distópica da realidade, isto é, em que o desencanto se sobrepõe à possibilidade de mudança. Na escrita de Aíto Bonfim, o homem é sempre sujeito: sujeito de desestruturações, mas também aquele que pode reverter o “estado de coisas” – do Continente e do Mundo. Mesmo um texto tão disfórico como O Suicídio Cultural – sobretudo quando, no final, a personagem reconhece que “Não foi um simples suicídio cultural, não. É o genocídio biológico e cultural” (O Suicídio Cultural: 140) – insinua a possibilidade de revitalização do continente.

De fato, não obstante uma escrita tão pungente, tão sofrida, em Aíto Bonfim ainda há “A crença no futuro dos homens”:

Que ao nascer do sol

Entre as palmeiras húmidas

Da nossa tribo

Dúbia das coisas e do futuro

As nossas crianças

(Estes leprosos abandonados

Sós

ao mundo adverso)

grávidas de fome atroz

e de miséria arrepiante

acreditem no futuro dos homens.

A escrita de Aíto Bonfim, como a de Frederico Gustavo dos Anjos8, constitui, nos anos 80, nova inflexão na literatura são-tomense. E não apenas pelo fato de os autores serem cronologicamente novos valores – pensando em Francisco José Tenreiro, em Alda Espírito Santo, em Marcelo da Veiga, em Tomás Medeiros ou em Maria Manuela Margarido -, mas porque trazem novas configurações estéticas ao sistema literário são-tomense: trazem novas perspectivas e visões do mundo, novos temas e novos sujeitos, novas formas de dizer e nova retórica – enfim, novas configurações estéticas que respondem às preocupações que são do pós-colonial. Isto é, em que o outro está em nós mesmos. Por isso, leio com uma grande alegoria o poema “As espécies humanas”, ainda de Aíto Bonfim:

No mundo há duas espécies humanas:

Os africanos

E os outros

São africanos os guerreiros

Que o defendem do saque dos outros.

Notas

1 - O artigo foi publicado originalmente em Metamorfoses, – Revista da Catédra Jorge de Sena para Estudos Luso-Afro-Brasileiros/UFRJ, v. 4, set. 2003. Em 2010, passou a integrar a obra Polifonias insulares: cultura e literatura de São Tomé e Príncipe.

2 - Neste ensaio crítico, embora referidas, não serão consideradas as obras dramáticas deste escritor são-tomense, a saber: A Berlinização ou Partilha de África (São Tomé: Edição do autor, 1987) e O Golpe – uma Autópsia (São Tomé: Edição do autor, 1996).

3 - Inocência Mata, “Aíto Bonfim: um caso de apostasia romanesca”, in A Prosa de Ficção no Período Colonial: a presença obsidiante do colonial (separata). Mª. Joseja Postigo Aldeamil (Coord.), La Narrativa en Lengua Portuguesa de los Últimos Cinquenta Años. Revista de Filología Románica (Madrid). Anejos II, 2001, pp. 207-244.

4 - Ver Inocência Mata, “Aíto Bonfim: um caso de apostasia romanesca”, do capítulo A Prosa de Ficção São-tomense: a presença obsidiante do colonial (separata) Mª. Joseja Postigo Aldeamil (Coord.), La Narrativa Portuguesa de los Últimos Cinquenta Años. Op. cit.

5 - Declaração feita na cerimónia de lançamento da segunda edição do livro, em São Tomé, no Centro Cultural Português, no dia 21 de Fevereiro de 2002. Na entrevista a Michel Laban, o escritor dissera: “Essa história dos tuaregues passou-se no Mali, isso deve ter sido em 79, comecei a escrever aí pelo verão de 80 (...)” (In Laban, 2002: 398).

6 - Para François Furet, o acontecimento é o fato histórico revestido de singularidade, “aquele ponto de tempo ímpar em que se passa qualquer coisa que não é redutível.

7 - Aspiração organiza-se em três partes denominadas “livros” que, de per se, podem compor três unidades autónomas. São elas: “Poemas”, reedição do livro de 1992, contendo dez poemas; um segundo “livro” contendo seis poemas inéditos, dos quais um, “Espantar a fome”, é uma outra versão de um poema da primeira parte; e, finalmente, o terceiro “livro”, contendo quatro poemas dispersos publicados em revistas.

8 - A frase do filósofo alemão (Minima Moralia: Reflections from Damaged Life, 1951) sobre a qual o crítico inglês (professor na Universidade de Warwick) fala é: “One must have tradition in oneself, to hate it properly”.

9 - Frederico Gustavo dos Anjos (São Tomé – 1954) é poeta, ficcionista e crítico literário. Publicou A Descoberta das Descobertas ou as Descobertas da Descoberta – Antologia Poética (organização, 1984), Bandeira para um Cadáver (narrativa breve, 1984), Solilóquio (poesia, 1986) e Paisagem e Descobertas (poesia, 2002).

Referências

I.

BONFIM, Aíto, Poemas, São Tomé: CDTC, 1990.

BONFIM, Aíto, Aspirações, São Tomé: Centro Cultural Português, 2002.

BONFIM, Aíto, O Suicídio Cultural, São Tomé: Centro Cultural Português, 2002.

II.

ANDRADE, Mário Pinto de, Uma Entrevista (dada a Michel Laban), Lisboa: Edições João Sá da Costa, 1997.

APPIA, Kwame Anthony, “Is the Post- in Postmodernism the Post- in Post-colonial?”, in Padmini Mongia (Ed.), Contemporary Postcolonial Theory – a Reader, London: Arnold, 1996.

BOEHMER, Elleke, Colonial & Postocolonial Literature, Oxford-New York: Opus, 1995.

FURET, François, A Oficina da História, Lisboa: Editora Gradiva, s/d.

LABAN, Michel, S. Tomé e Príncipe – Encontro com Escritores, Porto: Fundação Eng. António de Almeida, 2002.

LAZARUS, Neil, Nationalism and Cultural Practice in the Poscolonial World, Cambridge: Cambridge University Presse, 1999.

MATA, Inocência, “Aíto Bonfim: um caso de apostasia romanesca”. A Prosa de Ficção São-tomense: a presença obsidiante do colonial (separata), in Mª. Joseja Postigo Aldeamil (Coord.), La Narrativa en Lengua Portuguesa de los Últimos Cinquenta Años. Revista de Filologia Románica (Madrid). Anejos II, 2001, pp. 207-244.

YÚDICE, George, “A globalização e a difusão da teoria pós-colonial”. AAVV., Cânones & Contextos. 5º. Congresso da ABRALIC, volume 1, Rio de Janeiro: ABRALIC/UFRJ, 1997, pp. 137-144.

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* Inocência Mata é Professora de Literaturas, Artes e Culturas (LAC) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, investigadora do Centro de Estudos Comparatistas (CEComp/FLUL) e diretora do Doutoramento em Português Língua Estrangeira/Língua Segunda. É doutora em Letras pela Universidade de Lisboa e pós-doutora em Estudos Pós-coloniais (Postcolonial Studies, Identity, Ethnicity, and Globalization) pela Universidade de Califórnia, Berkeley. Atua, no ensino e na investigação, principalmente na área dos estudos pós-coloniais, e interessa-se pelos seguintes temas: literaturas e culturas africanas, relações estéticas entre literaturas em português, literatura-mundo, estudos de memória, produção literária de autoria afrodescendente em Portugal e comunicação intercultural. Professora visitante de muitas universidades estrangeiras, é igualmente membro do Conselho Editorial e Científico de muitas revistas de especialidade, nacionais e estrangeiras.

 

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