DADOS BIOGRÁFICOS
Nascido e residente da cidade de São Paulo, Akins Kintê é poeta, contista, músico, roteirista, diretor e educador. O escritor se destacou primeiro no campo da poesia, mais especificamente na cena dos saraus periféricos e do slam paulista, chegando a vencer, com o poema “Duro não é o cabelo”, o 1° Festival de Poesia de São Paulo em 2014.
Com forte viés antirracista, a literatura de Kintê se abastece do rico material sociolinguístico das periferias, assim como reflete o ritmo e a ginga dinâmica das ruas e do movimento citadino. Além disso, o autor possui como pilares de formação artística o samba e o rap, tomando a realidade das ruas como fonte de aprendizado.
Em 2007 publicou em coautoria com Elizandra Souza o livro Punga, pela Edições Toró. Sua publicação seguinte, também em coautoria, dessa vez com Nina Silva, se dá em 2011 com o título de InCorPoros – Nuances de libido, lançado pela Editora Ciclo Contínuo e conta com uma segunda edição em 2018. Em 2016 lança seu livro autoral, Muzimba, na humildade sem maldade. De edição independente, o volume de poesias inova ao apresentar um CD bônus com os poemas musicados pelo produtor Tico Pro. Na referida obra, Kintê reúne toda sua experiência com as rodas de slam, samba e rap, e apresenta um conjunto de poemas que traduzem a alma diversa e polifônica das periferias de São Paulo, reunindo estética e política, quase sempre com viés antirracista.
Em 2015, Akins Kintê organizou, em parceria com Cuti, a antologia Pretumel de chama e gozo, de poesia negro-brasileira erótica; e, em 2018, a Antologia sarau no kintal. É também expressiva sua participação nos Cadernos negros, tendo publicado contos e poemas em diversas edições da antologia. O autor também atua no universo da música e das produções audiovisuais, entre elas, o clipe de seu poema “Abrakadabra” e o álbum de seu livro homônimo Muzimba. Nessa linha, dirigiu os filmes Vaguei os livros me sujei com a m... toda (2007), Várzea, a bola rolada na beira do coração (2010) e Zeca, o poeta da casa verde (2012).
A arte de Akins Kintê se abastece, vale ressaltar, do potencial transformador do erotismo e do antirracismo, buscando criar um novo mundo de sensibilidades e de valorização da gente preta: “Duro não é o cabelo/ é o sistema/ e não alisa/ Quebra na emenda/ Entenda a persistência/ de mantê-lo/ crespo na essência/ é orgulho/ político/ E resistência”.
PUBLICAÇÕES
Obra individual
Muzimba, na humildade sem maldade. São Paulo: Edição independente, 2016, 2. ed. 2016, 3. ed. 2020.
Coautoria
Punga. Coautoria com Elizandra Souza. São Paulo: Edições Toró, 2007.
InCorPoros – Nuances de libido. Coautoria com Nina Silva. São Paulo: Ciclo Contínuo, 2011. 2. ed. 2018.
Antologias
GRAP - Antologia poética de jovens talentos. São Paulo: Edição dos Autores, 2007.
Elo da Corrente - Prosa e poesia periférica. São Paulo: Edições Elo da Corrente, 2008.
Cadernos Negros 33: poemas afro-brasileiros. Organização de Esmeralda Ribeiro e Márcio Barbosa. São Paulo: Quilombhoje, 2010.
Cadernos Negros 35: poemas afro-brasileiros. Organização de Esmeralda Ribeiro e Márcio Barbosa. São Paulo: Quilombhoje, 2012.
Pretumel de chama e gozo – antologia da poesia negro-brasileira erótica. Organização de Akins Kintê e Cuti. São Paulo: Ciclo Contínuo, 2015.
Cadernos Negros 40: contos afro-brasileiros. Organização de Esmeralda Ribeiro e Márcio Barbosa. São Paulo: Quilombhoje, 2017.
Sarau no kintal. Organização de Akins Kintê. São Paulo: Edição Independente, 2018.
Cadernos Negros 41: poemas afro-brasileiros. Organização de Esmeralda Ribeiro e Márcio Barbosa. São Paulo: Quilombhoje, 2018.
Cadernos negros 42: contos afro-brasileiros. Organização de Esmeralda Ribeiro e Márcio Barbosa. São Paulo: Quilombhoje, 2019.
Filmografia
Vaguei os livros me sujei com a m... toda. Direção de Akins Kintê, 2007.
Várzea - a bola rolada na beira do coração. Direção de Akins Kintê, 2010.
Zeca, o poeta da Casa Verde. Direção de Akins Kintê, 2012.
TEXTOS
Akins Kintê - Não é mulata essa preta
Akins Kintê - Poeminha de fim de tarde
FONTES DE CONSULTA
MINCHILLO, Carlos Cortez. Poesia ao vivo: algumas implicações políticas e estéticas da cena literária nas quebradas de São Paulo. In: Estudos de literatura brasileira contemporânea, n. 49, 2016. Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2316-40182016000300127&lng=pt&tlng=pt>. Acesso em: 25 de set. 2020.
SILVA, Célia Regina Reis da. Crespos insurgentes, estética, revolta, memória e corporeidade negra paulistana, hoje e sempre. Tese (Doutorado em Historia social), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2016.
LINKS
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