Candomboro
Os poetas negristas
Cabelouros bastos
Vestiam onomatopéias
E saíam nos livros
Em candombes alucinados.
Tumba calumba
Retumba mondongo!
Formavam comparsas
Atlânticas, pacíficas –
Congas, lubolas, quimbundas
Arrebanhando multidões
A cada tiragem.
Bumba sandunga
Mayombe macumba!
Os poetas negristas
Costumbristas
Deslumbrados
Ouviam o galo cantar
Mas não sabiam ao certo
Onde e por quê
Candomboro
Ekondombolo, o galo,
Cantava.
(Poétnica, p. 132)