Maio

Quero ler na noite, cor, irmão
o rosto dos irmãos, braços, peitos
todos lindos, nus, descendo todas
as colinas, transpondo barreiras
se espalhando na semelhante
marca serpente do asfalto. 

Quero ver colares, gritos, danças
e assumir como vestido agora
o manto brilhante do que vem,
o ato, o desacato, a consciência,
e descobrir depois de tudo a luta pela
felicidade interior de ser negro.

(O arco-iris negro, p. 41)