Dançando Negro

 

Quando eu danço

atabaques excitados,

o meu corpo se esvaindo

em desejos de espaço,

a minha pele negra

dominando o cosmo,

envolvendo o infinito, o som

criando outros êxtases...

Não sou festa para os teus olhos

de branco diante de um show!

Quando eu danço há infusão dos elementos,

sou razão.

O meu corpo não é objeto,

sou revolução.

 

(Cadernos Negros: os Melhores Poemas, 1998, p. 57)