Fadas Negras Nordestinas
Eu quero uma história nova
Não este conto de fadas brancas e ordinárias
Donas de nossas façanhas.
Eu quero um direito antigo
Engavetado em discursos
Contidos, paliativos
(Cheios de maçãs e pêras)
Bordados de culpa e crimes.
Eu quero de volta, de pronto
As chaves dessas gavetas
Dos arquivos trancafiados
Onde jazem meus heróis
Uma “nova” história velha
Cheia de fadas beiçudas
Fazendo auê, algazarras
Com argolas nas orelhas,
De cabelos pixaim
Engasgando príncipes brancos
Com talos de abacaxi.
(Caxinguelê, p. 51)