NA FINAL DE 50
Henrique Marques Samyn
Barbosa, cabisbaixo, se levanta
e segue, a passos lentos, rumo à meta.
Caminha. Numa solidão de asceta,
não vê o mundo em volta. Só a bola
que, morta, jaz na rede, entorpecida.
Barbosa se levanta. Não vê nada,
mas ouve a multidão emudecida.
(In: Poemário do desterro, 2005, p. 31)