A CANDACE DE MÉROE

 

                                   Henrique Marques Samyn

 

Observa os seus soldados sobre a areia

           – brilha ao sol a pele negra:

altiva, sobre um enorme elefante,

           espera por Alexandre.

Jamais virá: isso sabe a Candace,

           mas o aguarda. Eis que lhe apraz

saber-se a senhora da extensa terra.

           Ei-la: austera, negra, bela,

a contemplar as fileiras impávidas

           dispostas na areia cálida.

..................................................................

A voz ressoa, grave e altissonante

           – nunca a ouvirá Alexandre:

 

Mais puras são as nossas almas,

           em nada iguais às vossas, alvas.”

 

       (In: Estudos sobre temas antigos, 2013, p. 36)

 

Texto para download