Cuti - Padê poemas

 

Segundo a tradição, Exu é a divindade responsável por fazer a comunicação entre os homens e os orixás. Não só responsável, mas o único capaz de conectar Aiyê e Orun, sem Exu não existiria religião. Talvez por isso seja uma figura recorrente nas mais diversas culturas africanas, porque apenas com Exu é que as outras divindades do panteão podem exercer os seus poderes.

Os mais velhos ensinam que Exu deve sempre ser reverenciado primeiro, por ser ele o orixá portador dos princípios dinâmicos do mundo. Por isso que no início de toda cerimônia pública ou privada nas religiões de matriz africana é oferecido um padê a Exu.

No alguidar é servido uma mistura de farinha de mandioca – ou farinha de milho, cachaça e dendê, também pode ser encontrado mel, se for Exu fêmea, como oferenda principal, mas a disposição de qualquer alimento ou bebida votiva a Exu é considerado um padê. E ele pode ser tanto uma oferta humilde para que Exu abra os caminhos, quanto um elemento apaziguador.

Nesse sentido, os padê poemas, videopoemas do Cuti, até o momento único autor negro a fazer poemas nesta modalidade dentro da literatura afro-brasileira, são ao mesmo tempo mensagens que o Exu de Cuti comunica aos seguidores de suas redes sociais, assim como oferendas ao Exu que cada um carrega dentro do ori. Exu aguça a criatividade e dá alento para que exposto aos horrores, siga sempre sorrindo, portanto, seguir Cuti no Instagram é uma benção, cada padê poema é um copo de água potável lambendo a rede de um rio quase seco.

 

Padê poemas selecionados

Gota que não se esgota”

Exercitando a utopia”, padê poema 156

Pesos e mordidas”, padê poema 155

“Poema para mais um irmão assassinado”, padê poema 148

“Apelo a contrapele”, padê poema 145