Ácaros e Culpas
Eu descobri entre ácaros e culpas
Que não sorrio há muitos rios e embarcações.
O meu nome ficou entre o limo das pedras
E você seguiu sem mim em diáspora sem par.
Cavando velhos fósseis entre as lembranças
Dos remorsos que carcomem a seiva dos sobreviventes.
Deixando a herança inflada dos cansanções
E a ira das ressacas deixadas pelos olhos de Capitu.
Você seguiu mascando urtigas no meu velório.
E eu, como esta máquina de datilografia,
Estou entregue, há anos, ao desamor
Das coisas apropriadas ao Abandono.
O meu sol, consolo não tem!
Nem manchas vermelhas sobre a pele,
Nem resfriamentos no inverno da carne,
Nem meras subjetividades de palavras vazias.
(Alforrias, p. 21)