Crespim

(...) 

Chamou Arcanjo e seu banjo.
Pegou sua rabeca.
Já Carlota, a madrinha,
com sua voz de soprano,
cantou um blues seresteiro,
Feito todo bom mineiro.
E era uma canção azul
que recebeu dos negros do sul.

Já com a tarde se apagando,
João foi o pai encontrar.
Amélia caminhou para casa
E com o anjo pôs-se a falar.

-Anjinho, anjinho meu,
que me guarda, que me guia,
sei que és belo e garboso
e também és generoso.
Embora aí em cima
Já tenha muitos nomes com “im”,
vou batiza-lo Crespim
por causa do seu cabelo
que deve cheirar a jasmim.
Agora estás nomeado,
espero que estejas feliz.
Eu encontrei meu rei
E nunca te esquecerei. 

(...)

(Crespim, p. 30-1)

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