IX

 

No dia do meu nascimento

sou feliz
vejo a luz plana sobre o Índico,

ouço o choro de minha mãe.

Dondera d’Amores

segura meu corpo alegre e estende
meu sorriso aos braços de minha mãe,
aquelas águas amparam meu começo
aconchegam com cuidado minha força-e-fragilidade

em seu colo negro
somos Macala
d’Amores cobre minha mãe
protegendo a fonte
e nós três ficamos ali
naquele solar de mulheres
brilhando sobre a luz plana do Oriente
ao som calmo daquele mar que perfuma
nossas vidas
(silêncio)
a morte chega à porta
e arrasta d’Amores e eu para a travessia
mãe, adeus
eu poderia ter dito se falasse,
mas ainda não sabia soltar Macala
e ai como dói