Se você soubesse
Se você soubesse ler,
Certo que lhe escreveria
Palavras que só de medo
A gente não pronuncia,
E, Dictinha, por escrito,
Quanta coisa lhe diria:
Vamos sair hoje à tarde,
Traga a sua chinelinha,
Também aquele vestido
Que lhe deu sua madrinha;
Duma coisa não se esqueça:
Veja bem, de vir... sozinha!
Ao soar da ave-maria
Já teremos regressado:
Você a Deus dando graças
Do passeio haver findado,
Eu, ao contrário, querendo
Vê-lo então recomeçado
(Dictinha, 1938)