Entre lágrimas e miçangas: a voz poética de Cuti* 

 

Edilene Matos**

 

No desenho de mapas ficam rasurados os processos de travessia, dolorosas travessias. Mas, é justamente nesses espaços que se insere a poética do movimento. Ou poética nômade. Ou poética movente, pois que aí são ressaltadas memórias poéticas da voz viva. Poesia do social. Poesia de carne e sangue.

As sereias, donas da voz desde sempre, testemunham as diversas e tortuosas travessias de tantos povos. As vozes dessas sereias, ecoadas no vai-e-vem de espumas flutuantes, trazem e misturam cantos e contos fabulosos. E, no balanço do vai-e-vem, formas, ritmos e cores se embaraçam, se cruzam, se friccionam e se espalham numa encruzilhada, ponto de encontro: boca e papel, escritura e voz - escritura vocalizada. E esse encontro de letra/voz, aqui considerado um encontro corporal, vem acompanhado por interfaces música/som, dança/gesto, imagem/olho. Penso nas palavras de poetas-navegadores, poetas sonhadores, poetas relatores de dolorosos experiências. Penso nas palavras dos poetas negro-brasileiros em viagens lúcidas e lúdicas à terra de origem, à terra que lá ficou... E essas palavras saem pela boca como esculturas do aparelho fonador. A boca do sujeito negro não pode ser vedada por qualquer máscara, adverte Kilomba (2019, p.33), “pois que é um órgão especial, órgão da fala e da enunciação [...]”. É preciso estender o ouvido e aprender a reconhecer sons e ruídos. É preciso liberar essa voz de uma garganta cerrada, de lábios secos e tensionados.

Trago, aqui, exemplos de interfaces na obra de um poeta, de um artista de aguçada sensibilidade, que circula nas formas poéticas de criação, passando pela ensaística e pela dramaturgia. Refiro-me a Luiz Silva, Cuti, que, além de poeta, contista e dramaturgo, é sensível e competente estudioso de literatura e, nesse sentido, lança olhares especiais para autores como Luiz Gama (O Orfeu de Carapinha), Machado de Assis (O bruxo do Cosme Velho), Cruz e Souza (O Dante Negro), Lima Barreto (O triste visionário), Lino Guedes (O Cysne Preto) e vários autores contemporâneos.

Destaco, no caso, uma poética de viés “humanístico”, com uso de densa expressividade verbal. De igual modo, destaco a natural índole musicante dessa poesia, que faz vibrar as palavras, e aponta para a coreografia do gesto, no palco semovente vocalidade/escritura.

A literatura de Cuti (Luiz da Silva) faz parte de uma poética viageira, que vai-e-volta da letra à voz, inscrita no que se denomina poéticas da voz, permitindo que seu grito ecoe aqui e além-mar, grito que foi tantas vezes silenciado e que agora resiste e se impõe a qualquer tipo de censura. Sabem bem Cuti (2010, p. 87) que o “sujeito étnico negro do discurso enraíza-se, geralmente, no arsenal de memória do escritor negro. E a memória nos oferece não apenas cenas do passado, mas formas de pensar e sentir, além de experiências emocionais”.

Não há separação com limites rígidos entre vocalidade e escritura. A fronteira é tênue, e a tensão vocal/escrito se reflete em duplo processar, numa instância em que não mais se reconhecem os traços originais de cada um deles, fundidos e confundidos no ponto de cruzamento dessas linguagens, em memoriosas encruzilhadas.

No caso da poesia de Cuti, também a influência da escrita se dá de modo parcial, pois nela as marcas do espaço oral se exibem e a força da voz viva se impõe de modo indelével. Falo sempre de um movimento textual transgressor do texto vocal, pois que, nesse espaço pendular vocalidade/escritura, o texto vocal transgride o espaço da escritura, sai dos limites do papel, move-se e se faz voz. E a cena oral não se restringe tão somente à voz, mas, muito mais que isso, se insinua como corpo e gesto em sinuoso traçado, coreografando narrativas e poéticas. Nesse sentido, a voz do poeta, entalhada na garganta, presente e até vibrante no silêncio ruidoso de seus poemas, fala a linguagem do corpo em jogo cênico-verbal.

Esse é o caso de Cuti. Não há timidez no seu grito. Há, sim, o desejo de mostrar-se e de apontar a presença da comunidade negra, trazendo à boca-de-cena um mar de clamores antigos. A palavra desse poeta exige transgredir o espaço do papel, pois que, sábia e ardente, ela se faz fogo toda vez que é recriada pela boca. Pela boca, ela se lança presente e única diante dos ouvintes. Transpirando vida, sem data e sem fixidez, a palavra vocalizada viaja em todas as direções, compondo cenas dramáticas que inspiram novos pensares.

A poesia de Cuti é uma poesia que, para além de sua linearidade aparente, se faz alinear, fragmentada, estilhaçada, rompendo, assim, os limites da página em branco; poesia ainda que articula livremente palavras, expressões e até frases ou períodos de flagrantes impertinências semânticas. Poesia que temos de chamar de labiríntica, dado o movimento espiralado e coleante de suas linhas/versos; poesia que conjuga falas e silêncios, o branco da página e o negro dos sinais gráficos, a continuidade e a descontinuidade de versos ou reversos longos ou curtos, sem contar jamais com as marcações limitadoras dos sinais de pontuação; poesia que renova as transgressões da arte poética tradicional, ao libertar-se do ritmo, da rima, da metrificação regular, das gradações crescentes e decrescentes, dos clímax e anticlímax; poesia que se quer desafogada e aberta, mas também enigmática e sibilina. Poesia que se quer entre lágrimas e miçangas. Poesia integrante de uma obra que, de acordo com Maria Nazareth Soares Fonseca (2011, p. 12),[...] tem forte tendência à experimentação formal em paralelo à construção de uma literatura “fazedora de cabeça”, como o próprio Cuti define em texto de 1986. Poesia que se insinua como espaço libertador e libertário, onde as palavras fazem amor, ao sabor dos encontros e desencontros descomedidos, livres das mordaças dos sistemas consagrados e oficiais.

Diagrama verbal, sonoro-visual, feito de sons e silêncios, mas também de espaços negros e brancos em persistente alternância, da contínua busca, busca milenar de toda poesia, que estimulou desde sempre a práxis poética (a poesia sempre foi antes de tudo e essencialmente práxis), na insistente tentativa de encontrar esse algo inominado e inominável, a poesia de Cuti (2002, p. 46) aponta para um projeto literário apoiado em grito com viés estetizante, a exemplo do poema “Porto-me estandarte”:

Minha bandeira minha pele

não me cabe hastear-me em dias de parada
após um século de hipócrita liberdade vigiada
minha bandeira minha pele

não vou enrolar-me, contudo
e num canto
acobertar-me de versos

minha bandeira minha pele

fincado estou na terra que me pertenço
fatal sem desertar-me
alvuras não nos servem como abrigo

miçangas de lágrimas
enfeitam o país
das procissões e carnavais

 minha bandeira minha pele

 o resto
é gingar com os temporais.
                                        (2002, p. 46)

A bandeira de Cuti, em franco e lúcido diálogo com o símbolo nacional, é uma bandeira pictórica de autodeterminação, desfraldada com grande originalidade. Sua poesia é de um ativismo lírico que faz da escritura uma arma poético-pictórica. O país aqui com seu símbolo – a bandeira – é o próprio corpo do poeta negro brasileiro que não quer se esconder com a máscara de pano a encobrir-lhe a pele negra. Não quer enfeites nem adereços, não que ficar nos cantos, quer a exibição, quer seu lugar de pertencimento, quer sua história revisada. Não quer esbanjamentos inúteis. A pele é a sua escritura, seu corpo ofertado como corpus. Ao final do poema, propondo movimentos cênicos girantes como a ginga e os temporais.

Ator e autor político-social, Cuti (1987, p.8) fala de momentos agônicos neste outro poema “Da Agonia ao trazer uma alegria tonta e seu giro que compõe um caleidoscópio desconcertante e complexo:

quilombos queimados...
hoje se dança uma alegria tonta
sobre a areia movediça
da agonia


cachaça e mentira
enlameiam o terreiro
para o lucro alheio
e o samba bamboleia
meio bêbado

  mulatas no picadeiro
  show-rando
  um eterno fevereiro

pura necessidade: nossos ancestrais
vão acendendo seus olhos
nos porões de nossos povos.
                                                        (1987, p.8)

Em rota de viagem, em suas andanças por terra de além-mar, mesmo que imaginariamente, Cuti redesenha um encontro poético insuspeitado. A inquietude de sua obra ganha dimensão incomensurável ao indicar processos históricos passados na busca persistente de reconstrução da história de um ponto de vista africano. No embate de ideias, o poeta traduz o sentimento humano com infinita ternura.

O acender dos olhos dos ancestrais aponta para uma tensão passado/presente. E os quilombos, uma espécie de espaço-síntese da resistência, estão queimados. O poeta grita e atualiza a trajetória de uma comunidade que não esquece que traz no seu corpo o mais profundo sentido de africanidade. Palavras que ferem, que se incrustam no corpo. Poesia forte que não se deixa embalar por alegria tonta, nem samba bamboleante, mas que denuncia mulatas animalizadas no picadeiro em show/choro.

Aqui no Brasil, a partir da década de 1970, Cuti tornou-se responsável pela irradiação de uma poderosa corrente da literatura de negro-brasileiros.

Espantosamente lúcido e consciente de sua inclinação poética, Cuti deixa registrado em versos sua concepção de arte e de artista.

Nascido em Ourinhos (SP), mestre em Teoria da Literatura e doutor em Literatura Brasileira, Cuti, poeta verbi-voco-visual, exibe expressão original de um especial olhar e pensar o mundo através de textos poéticos. Sua produção compreende, entre outras, 21 livros autorais publicados entre os tantos gêneros e uma atuação fundamental no universo dos estudos literários e sociais, coautor em cinco livros, um CD de poemas, além de assinar textos em antologias nacionais e internacionais. Em versos lapidares, o conceito incisivo, o vocabulário preciso.

Em sua poética repleta de motivos e temas, sempre o tom dorido com toques de sutil ironia, pois que repensa Cuti a condição do negro-brasileiro, imprimindo à sua poética um conteúdo de contestação, questionando o lugar do negro na sociedade brasileira numa perspectiva de si e de sua biografia coletiva. Daí a polifonia de vozes, o compromisso com a ancestralidade.

Nesse sentido, reflete sobre a própria escrita atento a um projeto estético e literário, pesquisador que é das variadas formas de criação poética. Faz, assim, um trabalho intenso e requintado com o uso da palavra.

No poema “A palavra negro”, amplia-se a vida nele inscrita. Poema que, embora aberto para a realidade circundante, internaliza a palavra negro e circularmente se fecha em sua estrutura formal. Cuti (1982, p.15) efetivamente funde o trabalho formal com a linguagem – característica do poético – com uma luta por uma poesia participante, extrovertida, revolucionária.

A Palavra Negro

A palavra negro
tem sua história e segredo
veias do São Francisco
prantos do Amazonas
e um mistério Atlântico.

A palavra negro
Tem grito de estrelas ao longe
Sons sob as retinas
De tamanhos que embalam as meninas dos olhos

A palavra negro
Tem chaga, tem chega!
Tem ondas fortes-suaves nas praias do apego
Nas praias do aconchego

A palavra negro
Que muitos não gostam
Tem gosto de sol que nasce

A palavra negro
tem sua história e segredo
sagrado desejo dos doces voos da vida
O trágico entrelaçando e a mágica d’alegria

A palavra negro
tem sua história e segredo
é o bálsamo para o medo
em chagas aberto no corpo de nosso país

A palavra negro
tem o sumo
tem o solo
a raiz
                      (1982, p. 15)

A poesia de Cuti insiste na captação dos sentidos: olhar, toque, cheiro, gosto e audição de momentos não vividos. Brincando com as palavras, o poeta dá seu grito como da emissão de uma senha: “a palavra negro/tem chaga, tem chega! Poesia, então, como arma de combate, verbo explosivo: a palavra negro/tem o sumo/tem o solo/a raiz”.

Por meio desse poeta e de sua lição, recomponho vivências de negro-brasileiros, imaginariamente, para, em seguida, desenhá-las na minha escrita. Assim, esse poeta procede, observador infatigável da vida sociopolítica e emocional de seu povo, o povo negro.

Seguindo seu ritual cotidiano de poeta, pesquisador, pensador e ativista, Cuti cumpre o traçado de seu destino e finca pé como um personagem, desses que marcam profundamente uma época, um espaço social. Poeta impresso na memória do povo negro, poeta gritador e denunciador, expert na arte da performance, Cuti encarna a si mesmo em vários papéis, sobressaindo-se enquanto corpo/voz convertido em ação, coisa viva, que alardeia, fere, rasga, cauteriza, ecoando sempre um universo de sugestões e seduções.

Essa sua voz, inscrita no papel, como autor que é de ficção, poesia, ensaio, drama, anuncia e denuncia tudo em voz alta, aperfeiçoando o timbre, cioso do fogo ardente da palavra exata “negro”, em um contínuo corpo-a-corpo com seu público. É a voz que modula seus gritos, seus sussurros, é a voz que entoa suas canções. É a voz que vagueia por todos os espaços, com timbres e tons que revelam uma história atravessada por sombras e névoas.

Desse modo, boca e papel se friccionam todo o tempo

Se Cuti, militante da causa negra, não foi testemunha viva da escravidão negra, está sempre atento e inquieto diante de momentos decisivos para a vida do negro-brasileiro, acompanhando a revolução dos costumes, afrontando também de dedo em riste essa espécie de fricção” harmônica”, pois que, sabe, ao lado de Achille Mbembe (2018, p. 87), que

o substantivo negro já não remete à experiência do vazio que deve ser preenchido. Na criação imaginária dos poetas negros, ele se torna uma “arma milagrosa”, que os poetas procuravam transformar, por meio da qual os negros se revelariam a si mesmos em sua particularidade e poderiam penetrar até as fontes mais profundas da vida e da liberdade. Esse substantivo transformado em conceito, o “negro” se torna o idioma pelo qual as pessoas de origem africana se anunciam ao mundo, se mostram ao mundo e se afirmam como mundo, recorrendo à sua força e ao seu próprio gênio.

Decididamente, Cuti é um poeta, um intelectual dotado de grande poder de comunicação, que busca trazer à tona, à boca-de-cena, a história do ponto de vista africano. Um lúdico e lúcido poeta cuja voz soa mágica para o leitor que o lê, o aplaude e o tem como legítimo porta-voz da resistência do negro. Pela boca desse extraordinário artista fala a outra voz, a voz do poeta sensível à vida de seu povo.

Sabe muito bem Cuti que o negro brasileiro não pode ser mais aquele que, de cabeça baixa, dizia “sim senhor”, ou aquele negro “bonzinho”, que escondia suas dores, como aparece, com algumas raras exceções, ao longo da nossa história e da nossa própria literatura.

 

A poética de Luiz da Silva possibilita-lhe reflexão a respeito de si próprio, de seu país, de seu povo, abrindo espaço para a construção de um discurso sobre o outro. O poeta da negritude vê a vida do negro como um aprendizado, como experiência vivencial e textual. O ritmo é do sujeito que tudo olha, tudo contempla e fixa. Ao olhar o outro, estabelece de imediato um diálogo entre a sua cultura e aquela do outro, que é também seu povo. Importa para ele ler o outro, buscar identidades e diferenças, tentando reviver, através do corpo textual, tudo aquilo que sente ou que seus ancestrais sentiram.O olhar de Cuti passa de algo passivo para algo ativo, de movimento. Tensão no olhar.

Olhar que se transforma em atividade criadora, transferindo para a mão do escritor a fixação dos instantes. Instantes viageiros, agora fixados, dinamizados pela imaginação. Nos campos do imaginário, a memória se rearruma, se rearticula, se reorganiza, redimensionando, desse modo, o que foi olhado, tocado, cheirado, ouvido, saboreado. Imaginação que opera, portanto, transformações de dados efetivos que se movem em espaços fluidos e tempos imemoriais.

A viagem de Cuti ao passado de seu povo, lugar de espaço e tempo para experimentações criativa e ponderadas reflexões, faz vicejar uma nova proposta de escritura: não documento, não testemunho, não memória. Mas um bocadinho de cada, compondo um tecido de intrincados trançados que se expõem nos vários deslocamentos, no trânsito, na errância por opostos espaços, na dimensão cambiante de toda mudança.

Veja-se que sua poesia, ficção, dramas, seus ensaios, onde, por exemplo, os negros vão muito além de referências históricas, e passam a significar um povo reivindicando seu espaço de liberdade, por onde devem circular num vai-e-vem incessante. Cuti exibe, assim, a performance do poeta contemporâneo, sabedor da importância de seu papel. Ao pensar o negro, Cuti pensa e reflete o homem e as várias dimensões da liberdade humana – a própria “carnadura do mundo”.

O Olhar de Cuti é aquele de um poeta com decididos ideais: o da liberdade e o da paixão. Olhar de um poeta, portanto, do fogo e do ar. Olhar de um pássaro com destino ígneo. Olhar de um cantor em defesa de um povo. Olhar que se dilata e se afunila em direção à América voltada para a África. Olhar de um poeta que escutou uma voz que ninguém pode calar. Olhar de um poeta de alta voz.

Como palavra autorizada, a poesia de Cuti silencia, por vezes, a presença de uma realidade e impõe uma outra. Ao expor a experimentação ao vivo das mais variadas manifestações artísticas, poesia, drama, ficção, ensaio, recolhe as múltiplas faces da cultura do povo negro. Sob a ação da memória e da imaginação, seleciona os fatos experenciados e os metamorfose em arte.

De punho cerrado, Cuti (2002, p. 22) é autor de uma obra, esculpida por punhais de afiadas lâminas, que se metamorfoseiam em palavras ao mesmo tempo cortantes e iluminadoras, palavras que ferem, que comovem, que apontam caminhos, que semeiam utopias. Palavras que se estilhaçam em múltiplas faíscas e que, paradoxalmente, ofuscam e orientam nosso olhar, como esta passagem:

 

PASSAGEM

de repente chegou o vento, água e fúria
e eu fui o dilúvio

depois a lua brotou
cheia
no céu do susto
quando fui o lobo e seu uivo
até que ela escorresse e
poça de luz
eu pudesse
saciar minha sede
amanhecer antes do inimigo
e tocar
este atabaque incrustado no umbigo.
                                 (CUTI, 2002, p. 44)

 

Nota

*In: VIEIRA, G.; LEAHY, R.; CIDREIRA, R. (Orgs.). Politeísmos culturais: aparência, arte e ativismo. Salvador: EDUFBA, 2024.

 

Referências

CUTI. Batuque de tocaia. São Paulo: Ed. do Autor, 1982 (poemas).

CUTI. Flash Crioulo sobre o sangue e o sonho. Belo Horizonte: Mazza Edições, 1997;

CUTI. Sanga. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2002.

CUTI. Negroesia. Belo Horizonte: Mazza, 2006.

CUTI. Literatura negro-brasileira. São Paulo: Selo Negro Edições, 2010.

FONSECA, Maria Nazareth Soares. Cuti. In: DUARTE, Eduardo de Assis (Org.). Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011. v. 3, Contemporaneidade.

 KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação. Episódios de Racismo Cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

MBEMBE, Achille. Necropolítica. São Paulo: n-1 Edições, 2018.

 

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**Edilene Matos é professora e pesquisadora da Universidade Federal da Bahia. Ensaísta, com vários livros, capítulos de livros e artigos publicados no Brasil e no exterior, ocupa a cadeira de nº 13 da Academia de Letras da Bahia.

 

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