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________________________________________________________________ Afeto e política - metodologia qualitativa: história oral de vida e sociologia clínica
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Este é o título do quarto livro editado pelo Programa de Ensino, Pesquisa e Extensão A tela e o texto, da Faculdade de Letras da UFMG. O lançamento aconteceu no dia 30 de maio de 2007, na V Mostra Minas de Cinema e Vídeo. A publicação e o evento contaram com apoio concedido através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.
A ocasião do lançamento foi das mais oportunas, tendo em vista a riqueza do ambiente acadêmico e cultural criado durante a Mostra. Cineastas, artistas plásticos, atores, músicos, professores, escritores e um variado público compareceram ao evento, que incluiu palestras, seminários e exibição de curtas-metragens e documentários selecionados. O livro despertou grande interesse, ao reunir relatos e discussões sobre as múltiplas iniciativas desenvolvidas pelo Programa A tela e o texto, sempre ligadas à ampliação dos níveis de leitura e do acesso aos bens culturais no Brasil.
Organizada por Anderson Fabian Ferreira Higino, Clarrise Barbosa dos Santos e Maria Antonieta Pereira, a publicação objetiva ampliar a reflexão e a discussão sobre habilidades necessárias e estratégias possíveis para formar o leitor contemporâneo. De caráter multifacetado, esse leitor encontra-se em constante interface com grande variedade de textos em tela: cinema, televisão, pintura, computador, celular e outros suportes de representações de mundo permeadas pela tecnologia são, para ele, permanentes fontes de desafios. Composto de 11 artigos, o livro oferece indicações sobre estruturação e montagem de ambientes de leitura, como as bibliotecas comunitárias, aponta possibilidades de utilização de obras audiovisuais em sala de aula, discute o uso quase ilimitado das tecnologias do virtual, explora a riqueza da leitura de imagens e passeia pela linguagem da literatura, cuja extraordinária expressão descobre-se muito além do registro impresso.
Segundo a coordenadora do Programa A tela e o texto, Profa. Dra. Maria Antonieta Pereira, da Faculdade de Letras da UFMG, a intenção de organizadores e autores é que a publicação contribua para a formação de professores e alunos, incentivando o desenvolvimento de projetos que ponham em permanente diálogo o saber acadêmico e as múltiplas demandas sociais que se manifestam em nosso país. Além disso, busca-se ampliar a divulgação das diversas ações do Programa em prol da formação de leitores. Essas ações dão sentido prático à percepção de que se torna hoje cada vez mais imprescindível uma ativa participação do meio acadêmico na resolução dos problemas da sociedade em que se insere, através de projetos efetivos, não apenas contando a história, mas ajudando a transformá-la e reescrevê-la.
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A Linha Editorial Tela e Texto acaba de lançar mais um livro de sua coleção de bolso. Organizado por Lucas Maroca, Rejane H. C. Lage Neves e Maria Antonieta Pereira, o livro reúne textos literários (poemas, contos, crônicas) e letras da música popular brasileira que tratam de questões ecológicas.
Por isso, seu título é Folhas verdes – ao remeter a uma perspectiva verde (ecológica), a obra também se refere ao verde da esperança que todos precisamos cultivar. Esperança em um mundo livre da violência contra os animais humanos e não-humanos. Esperança de que os seres vivos possam continuar florescendo na superfície de um planeta verde, azul, cor de terra e multicolorido por todas as diversidades naturais e culturais. Esperança de que as folhas verdes (símbolo de florestas preservadas) possam se tornar compatíveis com as folhas de papel (usadas na sociedade da escrita e da informática).
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O livro Leitura para todos – antologia foi lançado em maio/2008, durante a Bienal do Livro de Minas e contou com o patrocínio exclusivo da BHTRANS, órgão responsável pelo transporte coletivo na região metropolitana de Belo Horizonte. Reproduzindo as lâminas instaladas nos ônibus da cidade e ressaltando o processo de expansão do projeto Leitura para todos, o oitavo livro publicado pela Linha Editorial reúne textos de autores consagrados e de iniciantes. A tiragem de 30.000 exemplares foi doada aos visitantes do evento, que ocorreu nos dias 15 a 25 de maio, no parque de exposições Expominas, em Belo Horizonte.
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Belo Horizonte em verso e prosa foi produzido e lançado em maio de 2008, sendo o sétimo livro no formato bolso publicado pela Linha Editorial Tela e Texto. Nele a cidade de Belo Horizonte é abordada em crônicas, contos e poemas de escritores consagrados e iniciantes, como Jorge Fernando dos Santos, idealizador do tema, Ronald Claver, Bilá Bernardes, Edward Ramos e Sérgio Fantini. O livro conta com ilustrações de cenas urbanas, de Eduardo Sá e Adriano Paulino, e de pontos turísticos da capital mineira, de Mariana Parzewski Neves.
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Histórias dos Evangelhos é resultado do esforço de Carlos Gohn, um professor preocupado com a leitura do texto e da vida, que traduziu e organizou esta edição. Veja a seguir o que ele mesmo diz sobre o livro:
“Histórias dos Evangelhos foram feitas para qualquer pessoa sensível à beleza do texto bíblico. Elas começaram como uma iniciativa do pastor metodista Martin Lloyd, na Inglaterra, em 2003. A sugestão para fazer essas traduções, facilitando a leitura do texto bíblico, partiu do pastor Henry Kelule, de Uganda (África). Algumas dessas traduções, em outras línguas, podem ser lidas na Internet em www.easybibles.com. A tradução e a adaptação das Histórias dos Evangelhos também tiveram como base esse site, com a permissão de Martin Lloyd. Os desenhos deste livro são de Jerome Nadal (1507-1580) e Gustave Doré (1832-1883), foram selecionados por Felix Just e podem ser vistos em http://catholic-resources.org/Art. Se você preferir ler essas histórias em inglês, consulte http://www.easy
english.info/aee.”
A morte de Jesus
Jesus ia ser morto. Ele ia ser pregado numa cruz de madeira. Era uma cruz pesada. Jesus tinha de subir o morro com a cruz. Um homem chamado Simão o ajudou. Eles subiram o morro. Os soldados ofereceram vinho a Jesus. Ele não bebeu. Depois o pregaram na cruz. Colocaram uma tabuleta na cruz. A tabuleta dizia: “Jesus, rei dos judeus.” Dois ladrões também foram crucificados. Os dois ladrões zombavam de Jesus. Os soldados zombavam de Jesus. Os chefes do templo zombavam de Jesus. A multidão zombava de Jesus. Era o meio do dia. De repente, ficou escuro. Ficou escuro por três horas. Jesus então gritou o nome de Deus. Ele gritou outra vez, com voz forte. E morreu. Então a terra tremeu. Havia uma cortina preciosa no templo. Essa cortina se rasgou. Os soldados ao pé da cruz disseram: “Esse homem era mesmo o Filho de Deus!” (Marcos 15:21-39) |
Gustave Doré
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Lendas e mitos do Brasil é composto por quatorze lendas e mitos que pertencem ao folclore do Brasil. Os textos e as ilustrações transportam o leitor para a magia do mundo criado pela comunhão do homem com sua história e sua cultura, revivida nos causos, mitos e lendas transmitidos de geração em geração.
O projeto gráfico, a diagramação e as ilustrações do livro, realizados por alunos da Escola de Belas Artes da UFMG, são fruto da intertextualidade entre a linguagem do texto e a linguagem da tela — cada desenho tecendo sua representação do sentido produzido pela leitura da palavra.
A lenda do surgimento da noite
(Em uma versão do folclore indígena brasileiro) No começo do mundo só havia o dia. A noite estava adormecida nas profundezas do rio com Boiúna, cobra grande que era senhora do rio. A bela filha de Boiúna tinha se casado com um rapaz de um vilarejo nas margens do rio. Seu marido, um jovem muito bonito, não entendia porque ela não queria dormir com ele. A filha de Boiúna respondia sempre: - É porque ainda não é noite. - Mas não existe noite. Somente dia! - ele respondia. Até que um dia a moça lhe disse para buscar a noite na casa de sua mãe Boiúna. Então, o jovem esposo mandou seus três fiéis amigos pegarem a noite nas profundezas do rio. Boiúna entregou-lhes a noite dentro de um caroço de tucumã, como se fosse um presente para sua filha. Os três amigos estavam carregando o tucumã quando começaram a ouvir barulho de sapinhos e grilos que cantam à noite. Curiosos, resolveram abrir o tucumã para ver que barulho era aquele. Ao abri-la, a noite soltou-se e tomou conta de tudo. De repente, escureceu. A moça, em sua casa, percebeu o que os três amigos fizeram. Então, decidiu separar a noite do dia, para que esses não se misturassem. Pegou dois fios. Enrolou o primeiro, pintou-o de branco e disse: - Tu serás cujubin, e cantarás sempre que a manhã vier raiando. Dizendo isso, soltou o fio, que se transformou em pássaro e saiu voando. Depois, pegou o outro fio, enrolou-o, jogou as cinzas da fogueira nele e disse: - Tu serás a coruja, e cantarás sempre que a noite chegar. Dizendo isso, soltou-o, e o pássaro saiu voando. Então, todos os pássaros cantaram a seu tempo e o dia passou a ter dois períodos: manhã e noite. |
Daniela Moreira
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Crônicas em rede tem como objetivo publicar as crônicas que foram produzidas por alunos das oficinas realizadas em cidades do interior de Minas Gerais e São Paulo pelo Programa A tela e o texto, e que congregaram educadores em geral.
As crianças da Candelária
Os companheiros deram início às atividades de rotina. Encerrado o expediente, foram brincar, como sempre faziam, até que o cansaço tomou conta de todos e dormiram na calçada da igreja da Candelária. Alguma coisa inquietava os companheiros naquela noite. Não conseguiam dormir. Foi quando um deles levantou e percebeu a presença dos policiais. No dia seguinte, a manchete do jornal dizia: Crianças são assassinadas na Candelária. Protegido pela justiça, vivo hoje fora do Brasil, pois sou o único sobrevivente e a principal testemunha dessa chacina. Ângela Maria dos Santos (Martinho Campos) |
EdiJ Annto
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Presente poético é nosso terceiro livrinho. Com ele, pretendemos oferecer a vocês, leitores, uma possibilidade de um presente natalino e uma reflexão sobre o presente de nossa literatura. Após um ano de trabalho, essa coletânea mostra que é possível, num país como o nosso, democratizar o acesso aos bens culturais, desde que haja um esforço coletivo para tanto.
A antologia reúne poemas de autores consagrados, cuja obras já são de domínio público, e jovens escritores, que colaboraram espontaneamente, cedendo seus direitos autorais. Embora a temática dos poemas seja variada, predominam os temas natalinos. "Optamos pela temática natalina, na maior parte dos textos, para que o livro funcione como presente neste fim de ano", explica Maria Antonieta Pereira, coordenadora do programa A tela e o texto.
Vigília
Nas paredes do quarto focalizo imagens capturadas da memória. Abraço travesseiros e lembranças. Abraça-me a saudade de mim. Pela fresta da porta o tempo espreita, rouba-me a noite. O sono, inimigo das horas vazias, não se aproxima. Lá fora, o som da vida... O azul clareia o quarto, as lembranças fogem, agora abraça-me o dia, é preciso ir. Selma Rossi |
Mário Silva
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Após o lançamento, em 2005, de Poesia, o programa A tela e o texto, da Faculdade de Letras (Fale) da UFMG, aposta novamente na democratização da leitura e lança novo livro: Prosa: para ler no ônibus, em casa, no trabalho, quando for dormir... Direcionado a estudantes, trabalhadores, desempregados e donas-de-casa, a obra integra iniciativa que prevê a publicação de textos de baixo custo, acessíveis à população de baixa renda.
Prosa reúne o cânone da literatura brasileira. Há Olavo Bilac, Machado de Assis, Júlia Lopes de Almeida, Arthur Azevedo e Moacir Sclyar, além de contos e crônicas de escritores mineiros, estudantes e nomes pouco conhecidos pelo grande público. “Nosso investimento em autores nacionais revela que avaliamos a literatura como instrumento de discussão da identidade e de afirmação cultural de um povo”, diz Gláucia Muniz.
Em suas 66 páginas, Prosa aborda temas como a morte, os ritos e a vida cotidiana. A coordenadora ressalta que existe grande preocupação com o conteúdo publicado. “O texto deve ter boa qualidade literária e, ao mesmo tempo, ser acessível ao grande público”, diz. Como forma de chegar a um grande número de pessoas, a obra será doada a bibliotecas comunitárias, escolas públicas e outras instituições sem fins lucrativos.
Viagem à eternidade das palavras
(a João Cabral de Melo Neto, in memorian) A mesa atrás de si, com os restos do café da manhã, ainda está posta. O poeta sente uma leve vertigem, nenhum torpor, nenhuma dor, e uma lucidez equivalente à claridade invasiva ainda possível de adivinhar. E uma cumplicidade das coisas, objetos familiares como o braço que o ajuda a sustentar-se diante da aguda paisagem interior, já despojada de temor ou remorso. Haviam comido quase em silêncio, um silêncio pontuado de frases curtas, as palavras que ultimamente tornaram-se si mesmas uma mínima solenidade. Migalhas de pão e pequenas manchas deixadas pelo líquido entornado indicavam o fim da refeição frugal da manhã. Tomara todos os comprimidos, todos, e os engolira contando-os um a um. Sente-se reconciliado, pronto para o gesto inaugural de apaziguamento, uma despedida sem adeus. O mundo se coagulava em pormenores desprendidos da memória, fora de tempo e lugar. A pedra diluída em barro ia se liqüefazendo na mancha tortuosa sobre a qual boiavam o pio de um pássaro, cantigas de infância, sussurros e rumores, olhos de sede, e as palavras a lembrança da dura e fria iniciação ao seu convívio. Podia ouvi-las distintamente, ordenando remoídas em pó que se recusa a dispersar-se em moléculas e deixar-se levar pelo vento. O poeta se volta, aponta o sofá para onde caminha, senta-se, está como se desprendendo desses fragmentos que compõem o ambiente imediato e acessível das coisas mais que presentes. A mão que o ampara sustenta apenas uma parte de si que já não é peso ou desejo de entendimento. O poeta raspa ainda mais o oco das reminiscências, remove as aparas do tempo, intenta promover a decantação última dos sentimentos. Mas é através deles que novas palavras se presentificam, tornam-se palpáveis na disposição de aliciá-lo, já então como forma pura, gesto lapidar, arte e cometimento. uma música que não coubera na arquitetura de sentidos anteriormente pretendida. De mãos dadas, o poeta agora move os lábios e reza, as palavras murmuradas se corporificando numa litania de sons imemoriais, clamores de solidão e comprazimento. Tudo nele interage em caos, essa não-forma de consciência que flui, rio de viagem caudalosa alcançando o estuário de um mar absoluto e definitivo. A cabeça tomba e se imobiliza num gesto arquetípico, estátua de sal que grava o corpo final de sua poesia. Regis Gonçalves |
Milton Lira
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O programa A tela e o texto, da Faculdade de Letras, continua apostando na democratização do acesso à leitura. A iniciativa lançou o livro Poesia, vendido a a R$ 1,99, que busca democratizar o acesso de estudantes, trabalhadores, desempregados e donas-de-casa a obras da literatura brasileira. A produção do livro, apoiada pela Editora da Fale e pelo Centro Cultural UFMG, contou com organização da professora Glaucia Lara e das colaboradoras Kênia Aulízia Herédia, Clarisse Barbosa e Gláucia Mendes.
O Adeus de Teresa
A vez primeira que eu fitei Teresa, Como as plantas que arrasta a [correnteza, A valsa nos levou nos giros seus . . . E amamos juntos . . . E depois na [sala “Adeus” eu disse-lhe a tremer co'a [fala . . . E ela, corando, murmurou-me: [“adeus”. Uma noite. . . entreabriu-se um [reposteiro . . . E da alcova saía um cavaleiro Inda beijando uma mulher sem [véus . . . Era eu . . . Era a pálida Teresa! “Adeus” lhe disse conservando-a [presa . . . E ela entre beijos murmurou-me: [“adeus!” Castro Alves |
Milton Lira
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Ilustrações de alunos de Escola de Belas Artes da UFMG |