banco de textosvidalivroshome
Literatura – Prosa e Verso
Livro: Mons Vivus
Vida: 1977

PASSEIO A CAPELINHA

 

PASSEIO A CAPELINHA

Ei-la dentre os bosques, lá no alto.
Passai pelo pomar e a vinha.
E logo chegareis, de um salto,
à Capelinha.

Mais devagar. Não é tão perto,
e nem fácil como convinha.
Um caminho é certo, outro incerto,
para a Capelinha.

Ide margeando o claro riacho
enquanto ele enfia na linha
as contas de um rosário, abaixo
da Capelinha.

Canelas de ema. Samambaias.
Embaúbas. Quem adivinha
se fica ou não entre essas raias
a Capelinha?

São nuas pedras, seixos duros.
A vereda não acarinha.
E mal se sabe onde ergue os muros
a Capelinha.

Ó paisagem maravilhosa!
A alma já do céu se avizinha
ao pressentir o odor de rosa
da Capelinha.

Mas se tendes agouros maus
ou pecados - por vida minha! -
não atingireis os degraus
da Capelinha.

 

 

 

ITER AD SACELLUM

Illic in alto et intra nemora.
Iter per vineam si facias
brevi uno saltu iam pervenies
ad Sacellum.

Lentius i. Non est in proximo
nec quam putares est facilius.
Haec certa via incerta est altera
ad Sacellum.

Perge secundum lenem rivulum
rosarii granula dum inserit
pie fluendo infra candidum
Sacellum.

Nunc silva rigida nunc frigida.
Via fit aspera. Quis diceret
an his in plagis muri iaceant
Sacelli?

Sunt dura saxa et nudi lapides.
Non pedes tuos mulcet semita.
Incerte scis ubi sint tegulae
Sacelli.

Huc illuc prospice. Mirabile!
Anima tua caelo proxima
iam odoratur rosas rustici
Sacelli.

Sed aut si mala habes praesagia
aut si peccata in corde condita
vae tibi, intrare iam non poteris
Sacellum.

 

Henriqueta Lisboa José Lourenço de Oliveira

 

Copyright © 2004 by Alaíde Lisboa de Oliveira.

Informações e imagens podem ser copiadas para uso educacional,
sem finalidades comerciais, desde que citada a fonte. Para outros usos,
entre em contato:
joselourencooliveira@terra.com.br.