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Literatura – Prosa e Verso
Livro: Mons Vivus
Vida: 1977

PROCISSÃO

 

PROCISSÃO

Corpo de Deus! Benvindo
sejas à terra pelo tempo infindo, rochas movendo, corações ferindo,

límpidos sóis e areias
juntando ao mesmo passo nessas veias pelas quais entre flãmulas passeias.

E a Carne, é o Pão, é o Trigo,
é a Semente a brotar do solo antigo para acima das nuvens ter abrigo

no firmamento da alma
que arde do próprio azul, profunda e calma,
sobre os arcos de triunfo e as verdes palmas.

É o Mediador que vem
das paredes de vidro que 0 retêm
para o encontro primevo de Belém.

É o Verbo, o Lume, a Flor,
o Beijo, o Nardo, o Bálsamo, o Amargor do que se esquiva ao sangue redentor.

Cante, brilhe, floresça.
Fruto, no seu vergel amadureça,
mantenha - Cerne - essa floresta espessa.

Pise a pedra que 0 adora,
beba o olhar que se orvalha à branca aurora,
roce o musgo do peito que 0 namora.

 

CORPUS CHRISTI

Dei Corpus, benevolum
in terram venias infinito tempore
cum saxa moves atque corda vulneras

una miscendo fulgida
arenis sidera dum viam permeas
inter vexilla splendens tui itineris.

Es Caro Panis Triticus.
Es germinans ab humo Semen vetere
ut habeas ultra nubes domicilium

in firmamento animae
quae fulget in caeruleo suo placide virides arcus triumphales insuper.



Es mediatrix Hostia
quae clara e vitrea domo tua properas
ad illum Bethleem congressum pristinum.

Es Verbum Lumen Osculum
Nardus Balsamum Flos. Es Amarities
ei qui Redemptoris fugit sanguinem.

Sit tibi splendor gloriae.
Ut fructus tuo dulci in horto vigeas;
ut centrum, fons vigoris, silvam nutrias.

Proteras saxum quod Te adorat; haurias lucem quam rorat umidam diluculum
et muscum mulceas humi quae Te diligit

Henriqueta Lisboa José Lourenço de Oliveira

 

Copyright © 2004 by Alaíde Lisboa de Oliveira.

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