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Literatura – Prosa e Verso
Livro: Mons Vivus
Vida: 1977

ROMEIRA

 

ROMEIRA

Joelhos em terra, braços abertos,
de vela acesa nas duas mãos,
surge a romeira que o sofrimento
plasmou sublime na gratidão.

Sempre de joelhos vencendo os pisos penetra a nave sob os olhares
dos cem devotos mudos de assombro
que se apressuram a abrir-lhe passo.

Em frente ao nicho do altar maior
baixando a fronte depõe a dádiva
do pranto enorme que desce orvalho
por suas faces de ardente rosa.

Chuva de graças com sete cores,
que espessas brumas, que brumas frias
não te geraram, para que em jorros
te derramasses pela campina!

 

PEREGRINA

Bracchiis extensis genibus gradiens
utraque in manu cereum portans
it peregrina quae nunc dolores
suos in gratias vertit sublimis.

Dum pavimenta genu ita vincit
atque pervadit in presbyterium
iter aperiunt ei peregrini
ceteri statim visu permoti.

Maximi altaris quando ad columnas
tum fronte prona deponit suum
ingens e lacrimis donum, rorem
qui fluxit genis ardenti rosae.

Te, grata pluvia septem colorum,
quot densae nebulae gelidaeque
te genuere, tepidis undis
ut irrigares tacita prata!

Henriqueta Lisboa José Lourenço de Oliveira

 

Copyright © 2004 by Alaíde Lisboa de Oliveira.

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