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Literatura – Prosa e Verso
Livro: Mons Vivus
Vida: 1977

A Igreja

 

A IGREJA

Oito mil cruzados
dão para o alicerce.
Oito escravos negros
carregam as pedras.
Dezoito degraus
plantam colunetas.

Pórtico na frente
galeria em volta,
delicadamente
modesta por fora,
recama-se a igreja
de lambris e rosas.

Anjos invisíveis
trabalham na empresa:
sobre o oceano,
tensos fios de ouro estendem
por onde cortinas
de damasco chegam.

Preparado é o trono
da Virgem formosa
que arrancou de longe
com o menino ao colo
para de hoje em diante
residir conosco.

Ambiente propício
de graças e musas,
cibórios, relíquias,
perene dossel,
guarda com penumbras
a Porta do Céu.

 

TEMPLUM

Nummi octo millia
fundamentis suppetunt;
servi octo picei
rudes portant lapides;
gradus et octodecim
columellas inserunt.

Stat in fronte porticus
muros ambit atrium;
adytum exterius
forma splendet humili;
emicat interius
tabulis et floribus.

Quos non vident oculi
collaborant angeli;
mare super explicant
aurea fila tramitum
qua tum vela insignia
damascena veniunt.

Sic paratum solium
est speciosae Virgini
huc migranti a peregre
cum in gremio Puero
ut nobiscum maneant
per futura saecula.

Aer hic propitius
musis atque gratiis
gemmeis ciboriis
sacris et reliquiis
servat in umbraculo
Caeli Portam lucidi.

 

Henriqueta Lisboa José Lourenço de Oliveira

 

Copyright © 2004 by Alaíde Lisboa de Oliveira.

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