Aqui nos achamos reunidos, para a celebração
de importante ato da vida acadêmica: a Congregação
da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais,
nos termos de dispositivos do Estatuto e do Regimento Geral, confere
o título de Professor Emérito ao Doutor José
Lourenço de Oliveira, "por serviços de excepcional
relevância, prestados ao magistério e à pesquisa
universitária".
Permitam, porém, Senhores, que, antes de
me dirigir especialmente ao nosso homenageado de hoje, eu o apresente,
numa imagem pobre e muito aquém do real, aos jovens que
aqui se encontram. Cerimônias como essas devem integrar-se
ao complexo da vida universitária, como ocasiões
de educação superior que realmente são, já que
se revestem, de valor exemplar para as gerações mais
novas da comunidade acadêmica. A elas falo, especialmente.
Porque recapitular a vida intelectual e moral de José Lourenço
de Oliveira aos seus companheiros do início da luta, ou
aos que tiveram o privilégio de ser seus alunos, soaria
como uma seqüência de redundâncias, talvez grata
aos amigos, mas em todo caso cansativa. Essa festa, porém,
pertence a todos. Pertence também aos estudantes, que,
através de seus representantes legítimos, se assentam
conosco à mesma mesa, compondo os Colegiados da Faculdade
de Letras, com direito a voz e a voto. Perdoem-me, pois, os presentes
de outras gerações não tão jovens,
se forem sabidas e ressabidas as coisas que vou dizer.
Façamos um pouco de história. Transportemo-nos
a 1939, quando, a 4 de abril, o Decreto-lei federal n.° 1.190
reorganiza, no Rio de Janeiro, a Faculdade Nacional de Filosofia,
primeira escola superior do país federalmente constituída
para o fim específico de formar professores e pesquisadores.
A notícia repercute no colégio Marconi de Belo Horizonte,
entre um grupo de eminentes professores, que logo se concentram
no projeto de criação de uma escola do mesmo gênero,
na capital mineira. E com tanto afinco trabalham que, dezessete
dias depois, isto é, a 21 de abril de 1939, realizam, no
salão nobre da Casa d'Itália, rua Tamoios, 341,
a sessão magna de fundação de uma Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras. Decorridos mais quinze
dias, a 6 de maio de 1939, instalam solenemente a Faculdade, proclamam
o seu Diretor, Dr. Lúcio José dos Santos, e indicam
o seu primeiro Conselho Técnico Administrativo, este com
as atribuições de redigir o Regimento, estruturar
cursos e currículos de graduação, organizar
o corpo docente, fazer funcionar logo cursos de preparação
para os exames vestibulares e elaborar o processo de pedido de
autorização federal para funcionamento. Tudo isso
se faz sob regime de inspeção prévia, com
a assistência e fiscalização do Prof. Thiers
Martins Moreira. Vem afinal o Decreto de autorização,
n.° 6486, dezoito meses após, a 5 de novembro de 1940,
iniciando-se o funcionamento dos cursos em março de 1941.
Como escola isolada de ensino superior, estava efetivamente criada
em Belo Horizonte a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.
Quase seis anos depois, a 26 de março de 1946, seria reconhecida
por decreto federal, n.° 20.825. Posteriormente, haveria de
incorporar-se à Universidade de Minas Gerais, que, por
sua vez, por um decreto de federalização, se integraria
no sistema oficial de ensino superior. Finalmente, com a Reforma
Universitária de 1968, a Faculdade de Filosofia, Ciências
e Letras da UFMG viria a desmembrar-se em seis outras escolas,
uma das quais se denominaria Faculdade de Letras, precisamente
esta em que nos encontramos agora.
Pois bem. Daquele grupo pioneiro que criara a Faculdade
de Filosofia fazia parte o Professor José Lourenço
de Oliveira. Fora indicado como membro de seu primeiro Conselho
Técnico Administrativo, juntamente com os professores Arthur
Versiani Velloso, Braz Pellegrino, Pe. Clóvis de Souza e
Silva e Lúcio José dos Santos, Diretor da Faculdade.
Mas quem era José Lourenço de Oliveira? De onde viera? Que havia feito?
Nascido em Coroaci, Minas Gerais, a 12 de setembro
de 1904 - hoje, setenta anos justos, quem diria? - cursara Humanidades
no tradicional Colégio do Caraça. Movido pela vocação
religiosa? Ou levado por outra vocação, a vocação
para a ascese, a vocacão do intelectual puro? Não
importa, já que esta parece mais irresistível do
que aquela, às vezes. O fato é que, com a sólida
base humanística que lá formara, fez-se professor
de português, latim e francês. Ensinou a princípio
em São João Del Rei, no Colégio Padre Machado;
em seguida, no Ginásio Arquidiocesano de Mariana; e depois,
em Belo Horizonte, em vários estabelecimentos: Colégio
Arnaldo, Instituto de Educação, Colégio Afonso
Arinos, Colégio Estadual, Colégio Imaculada Conceição,
Departamento de Instrução da Polícia Militar.
Também ministrou, em caso de alunos muito especiais, aulas
particulares. Ensinou o português, por exemplo, a D. Helena
Antipoff, que, impressionada com o seu vasto saber, desta forma
o qualificou: "culto, como um europeu culto".
Enquanto assim se entregava ao magistério
secundário, e eventualmente particular, novamente o chamou
a sua vocação para os estudos. Ingressou na Faculdade
de Direito da Universidade de Minas Gerais, tendo atingido o bacharelado
como o primeiro aluno em todos os anos do curso. E que significação
teria isso? Naquela época, muito grande significação,
sim senhores. Era um tempo em que, em qualquer curso, se estudava
não apenas o que se queria, mas o que se devia; era um
tempo em que não se concebia ser ótimo estudante
de certa matéria, ignorando às vezes até
o elementar de outras; era um tempo em que os resultados dos estudos
se mediam não só em cada disciplina, mas, através
de média, também no conjunto de todas elas; era
um tempo em que se acreditava na necessidade de se solidificarem
os conhecimentos específicos, através do aprofundamento
neles próprios e nas disciplinas correlatas; era afinal
um tempo em que, se a palavra interdiscíplinar já
tivesse sido criada, bem que poderia aplicar-se aos temas versados
pelos estudantes, quer nas dissertações universitárias,
quer nas reuniões de grêmios culturais. Tinha, sim,
grande significação naquela época um curso
feito, todo ele, em primeiro lugar.
O título de Bacharel em Direito, entretanto,
não desviou o Professor Lourenço da sua verdadeira
vocação. Continuou professor, vivendo no magistério,
do magistério e para o magistério. Se dividia o
seu tempo com outra atividade profissional, como as de escritor
e jornalista, era ainda para ensinar. Foi redator do Jornal A
Cruzada e colaborador de O Correio, na culta
cidade de São João Del Rei; colaborou também,
em O Diário, Estado de Minas, Folha de Minas, Jornal
do Comércio, Jornal do Brasil; publicou vários
artigos nas revistas Kriterion, Educando, A Ordem. Mas
toda essa atividade jornalística é um prolongamento,
com a pena, do magistério que a sua palavra exercia. Também
a sua obra publicada em livros pode ser assim considerada. Lembrem-se,
por exemplo, Aspectos fundamentais da Educação,
Lenine, Ford e Pio XI, Tratado de Acentuação Gráfica,
Espírito Mediterrâneo, assim como as teses de
concurso Ortografia de nossa Língua, apresentada
ao Colégio Estadual de Minas Gerais para a cadeira de Português
e O formalismo Quirício e a estipulação
em Gaio, apresentada à Faculdade de Direito da UFMG,
para a cadeira de Direito Romano.
Aprovado em ambos os concursos, pelo último
obteve o título de Livre Docente em Direito Romano, a que
se soma o de Doutor em Letras, concedido pela Faculdade de Filosofia
que ajudara a criar.
Aliás, no que diz respeito à fundação
de instituições culturais e científicas, a
sua semeadura é grande: seu nome conta-se entre os dos fundadores
do Colégio Marconi, da Sociedade Pestalozzi, da Associação
de Cultura Franco Brasileira, da Associação Mineira
de Escritores e, como já lhes disse, da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras da Universidade Federal de Minas Gerais.
No âmbito restrito dessa Faculdade, foi não só o
fundador da cadeira de Latim, mas também um dos criadores
da revista Kriterion, do Instituto Arduíno Bolivar
e da seção mineira da Associação de
Estudos Clássicos do Brasil.
Na mesma Faculdade, no setor da administração,
exerceu a Chefia do Departamento de Letras, que se transformou
na atual Faculdade de Letras, e participou ativamente do Conselho
Técnico Administrativo e da Congregação. No
setor propriamente do magistério, integrou numerosas bancas
de concursos; formou nos estudos clássicos várias
gerações de professores, fundamentando o seu ensino
do Latim em sólidas bases lingüísticas, e ministrou
Latim e Português nos cursos de férias para professores
secundários do ensino oficial, criados pela Faculdade, em
convênio com a Secretaria de Educação, de 1948
a 1953. E quando, em 1963, o Conselho Federal de Educação
introduziu a Lingüística nos currículos de Letras,
foi encarregado dessa disciplina pela Congregação,
tendo-a ensinado até a sua aposentadoria, em 1969, de forma
crítica e original.
Esse breve e modesto retrospecto, se consegui certa
eficácia de expressão, deve ter dado uma idéia
da presença marcante que foi o Professor Lourenço,
dentro da Universidade. Ao conferir-lhe o título de Professor
Emérito, "por serviços de excepcional relevância",
a Faculdade de Letras cumpre um dever de justiça.
Querido Professor Lourenço
Durante alguns minutos, talvez um pouco longos,
falei aos outros, fazendo de conta que o senhor aqui não
se encontrava. Pouco me incomodou o fato de estar ou não
ferindo a sua modéstia. Procurei ser objetiva, evitando
duas coisas: estofar as frases com citações eruditas
e dar um tom pessoal ao que relatei. Ambos - as citações
eruditas e o tom pessoal - poderiam, por uns instantes, tirar do
foco o único objeto que eu desejava que lá estivesse:
o Professor Emérito da Faculdade de Letras da UFMG, José Lourenço
de Oliveira.
Mas agora, é diferente. Falo ao senhor, Professor Lourenço, e não aos outros. Falo não de coisas que me contaram ou que li, mas de coisas que presenciei e de que posso dar um testemunho vivido.
Durante muitos anos o senhor aqui ensinou. O dia
de trabalho, para o senhor, começava de madrugada com a
vinda a pé para a Faculdade, na rua Carangola. Juntamente
com o salutar exercício físico matinal, iniciava-se
o exercício espiritual, a meditação, a ruminação
das idéias. Teorias originais ainda nebulosas, precisavam
clarificar-se através do esforço da expressão,
transformar-se em linguagem. Era assim, que, a partir das seis
horas da manhã, as idéias iam sendo cuidadosamente
ordenadas e depois resumidas no quadro, por dupla exigência
de método, isto é, por disciplina mental e como
estímulo à reflexão dos alunos. E às
sete em ponto, quando os primeiros estudantes penetravam na sala,
lá estava a "pedra", como o senhor dizia, cheia
de uma escrita miúda, reta e igual, em que os símbolos
literais às vezes cediam lugar a uma simbolizacão
numérica e diagramática. As idéias fervilhavam
na sua cabeça. Como alinhá-las todas, sem tumulto,
em forma discursiva? Não haveria signos mais adequados?
Os números e os diagramas vieram como uma resposta à
inquietação mental, ao desejo de rigor científico,
à necessidade de uma linguagem mais precisa e econômica.
Isso, no tempo mais recente das aulas de Lingüística,
em que o objeto de suas pesquisas era a estrutura da frase indo-européia.
Mas e antes, na época da Língua Latina?
Aí também a teoria ia-se fazendo com o mesmo inconformismo,
em relação ao ensino tradicional da língua
de Cícero. A bibliografia que o senhor nos revelava era
de origem européia, sobretudo francesa. Convivíamos
com Meillet, Ernout, Thomas, Niederman, Marouzeau, só de
vez em quando secundados por um português como Raul Machado.
Lembro-me de quando o senhor promoveu aqui uma conferência
de Marouzeau, a quem chamava o "campeão da pronúncia
reconstituída do latim", e a ele me apresentou. Lembro-me
de quando, pela primeira vez, ouvi falar em Saussure. Foi pela
sua boca. E as reservas e críticas que o senhor contrapunha
a alguns conceitos e posições do mestre genebrino
- reservas e críticas algumas vezes incompreendidas - eu
as ouviria formular, muitos anos depois, as mesmas, por um dos
mais completos lingüistas da atualidade, Roman Jakobson. Tal
era o caráter pioneiro, tal era o nível avançado
das suas investigações lingüísticas,
Professor.
A esse respeito, convém lembrar que, em conferências
proferidas no Instituto Arduíno Bolivar e na Associação
de Estudos Clássicos, às vezes publicadas como artigos
em revistas universitárias, o senhor tornou conhecidas
as suas pesquisas sobre a linguagem, as mesmas que o senhor tentava
discutir conosco em sala de aula. Aí, revelou-se o pensador
arguto, que não se contentava em ser o lingüista do
aqui-e-agora, mas ia buscar, na trajetória do homem ocidental,
fundamentos para profunda meditação sobre a fala
e a língua, ou "a divina centelha dos logoi",
que se acha no âmago da essência humana. Eram
artigos em que a Lingüística, a História e
a Filosofia se davam as mãos, constituindo uma Filosofia
da Linguagem, preocupada, como toda boa Filosofia, com a natureza
profunda dos fenômenos e as leis que os regem na sua universalidade,
através do tempo e do espaço. Transformados em separatas
que logo se esgotaram, deveriam agora reunir-se em livro, principalmente
os artigos "Ars Grammatica", "A fala e a língua",
"Conceitos de lingüística fabular" (I e
II), "O tempo e a função fabular" - os
três primeiros saídos em Kriterion e o último,
na Revista da Universidade Federal de Minas Gerais. Deixo
aqui o meu apelo para que se republiquem estes trabalhos.
Se a Universidade não o fizer, que o senhor próprio
o faça, professor. Estaria prestando um grande serviço
às novas gerações que não o conhecem
e dando a todos nós que já o lemos, o prazer de
um reencontro com o seu pensamento, tornado mais difícil
pelas peculiaridades de sua linguagem.
Creio que esse pensamento, na sua forma original de expressão, explica a influência que o senhor exerceu sobre alguns alunos de várias gerações, que buscavam novas idéias e teorias nos bancos acadêmicos. E não era raro ter-se notícia dos que, já professores, tentavam repeti-lo, até em classes secundárias. Esqueciam-se, porém, da sua maior lição: a de só repetir o fundamental, o que fosse indispensável à mente para a investigação e a descoberta.
Voltando às minhas lembranças de aluna, acode-me o processo pelo qual aprendi com o senhor a morfologia latina. A sua análise do vocábulo em constituintes mórficos não recebia o nome de segmentação e comutação, como as modernas técnicas de depreensão de formas significativas mínimas.
Mas já era isso, Professor, ou quase isso, embora sem o rótulo atual. E lembro-me também de que o método me fascinou a tal ponto, que tentei aplicá-lo numa turma de ginásio no Colégio Isabela Hendrix, onde tinha a ousadia de lecionar Latim enquanto estudante. E a coisa funcionou. Se precisasse enumerar as qualidades da teoria que o senhor nos ministrava, diria que ela era coerente, original, moderna, além de simples e, com uma metodologia adequada, aplicável em qualquer nível do ensino do Latim.
De tudo isso eram testemunhas os alunos, alguns
um pouco perplexos diante de seu estilo rebelde, de suas repetidas
afirmações de dissidência, em relação às
teorias então vigentes. Seria, assim, tão heterodoxa
a sua doutrina? Na época, talvez sim.
E era aí que a turma se dividia: de um lado,
os que queriam ler por uma só cartilha, trabalho mais fácil
e menos perturbador; de outro, aqueles que se apaixonavam pelo
esforço de ver mais fundo, desconfiados de que, em qualquer
ciência, e principalmente nas ciências humanas, a renovação
e o progresso começam por ser heterodoxia. Nos dos dois
extremos ficavam os alunos, divididos. No meio, ninguém.
Porque a verdade é que, diante do senhor, não havia
neutralidade possível. E assim, original no falar, no escrever,
no pensar, no ensinar, o senhor ia marcando a cada um de nós.
Essa, a impressão que o Senhor me deixou,
como professor, na sala de aula. E como colega (perdoe-me a ousadia),
muito mais tarde, na Congregação. Na minha memória,
eu o vejo e ouço, na sua austeridade, na sua franqueza
quase rude, quando precisava protestar. Mas as suas atitudes discordantes
eram respeitadas, graças à profunda honestidade
que as ditava. Incapaz de cortejar os que ocupavam postos de direção,
incapaz de fazer média com quem quer que fosse, incapaz
de uma palavra de intriga, o Senhor, em momento político
difícil para todos, teve atitude de tal dignidade, que
transformou adversários em amigos.
Por tudo isso, Professor Lourenço, há cinco
anos, quando o senhor atingiu a primeira idade da aposentadoria
compulsória, a Congregação votou a sua permanência
na Faculdade. E o senhor se recusou a continuar, recolhendo-se,
fiel à sua vocação para a ascese, ao porão-biblioteca
da Avenida Carandaí. Mas as suas visitas freqüentes à Faculdade,
a sua passagem pelas salas da Diretoria, da Congregação
e dos Professores, o seu interesse pelos problemas da casa, se
não estou enganada, eram indício de certa nostalgia.
Porque, no fundo, o senhor também se sente ligado a todos
nós. Não acredito muito nesta auto-caracterização
sua : "Tenho péssima capacidade cooperativa, sempre
um pouco agravada por meus pecados e meus anos". Aliás,
não acredito em nenhum dos elementos dessa caracterização:
nem na péssima capacidade cooperativa, nem nos pecados.
E custa-me acreditar nos anos, que, se são 70, andam muito
bem escondidos.
Mas ia dizendo, Professor, que, há cinco
anos, o senhor se recusou a permanecer aqui. Agora, não
há jeito. O senhor volta a participar do mais alto Colegiado
da Unidade, e volta como Professor Emérito, pelo voto unânime
da Congregação e pelo desejo de todos.
Só me resta, para terminar, agradecer aos
meus colegas o privilégio que me deram de dirigir-lhe esta
saudação, em momento tão importante para a
Faculdade. Sei que as minhas palavras podem não ter correspondido
ao que a Congregação esperava, e sei, principalmente,
que estão longe de corresponder ao que o senhor merece.
Mas, a mim, o que esta responsabilidade me trouxe e me traz é uma
dupla satisfação, intelectual e afetiva. Ontem, pela
tarde inteira, esquecida de mim e desta saudação,
mergulhei na leitura de artigos seus, que ainda não conhecia,
descobrindo novas facetas da sua lúcida cultura e do seu
feitio tão original. Hoje, dou-lhe o recado da Congregação
da Faculdade de Letras da UFMG, e, prestado o meu testemunho público,
vou ter a alegria de ser a primeira a abraçá-lo.
Com o meu abraço, receba o meu profundo agradecimento, querido Mestre!
Ângela Vaz Leão
Doutora em Letras, Catedrática de Português da UFMG
|